Capítulo um Cidade Fortificada

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A luz do sol iluminava os telhados da cidade fortificada, com seus muros naturais, feitos de cadeias de montanhas encantadas por deuses ancestrais, as quais, não permitiam que a magia elementar fosse usada dentro dos seus limites. com o chão batido, cobertos de pequenas pedras brilhantes e uma terra amarelada, os cheiros de feno, couro, e um leve toque desagradável de esgoto, compunham a sensação de lar desse lugar seguro.

Aos poucos, os comerciantes iam arrumando suas mercadorias, trabalhadores saíam de suas casas, aventureiros voltavam de suas longas jornadas, e as lojas se abriam lentamente. O burburinho típico das ruas ia enchendo de alegria o coração de Alderich. Sendo o filho do dono da frutaria mais bem localizada da cidade, ele se sente com muita energia essa manhã, pois, pela primeira vez em 15 anos, iria caçar sozinho fora das fronteiras da cidade. Frequentador da escola da cidade fortificada, a qual não ensina somente a ler, escrever e calcular, mas também, esgrima, luta mista, natação, ginástica, atletismo e noções básicas da magia. (apesar de não ter efeito nenhum dentro dos muros da cidade, é sempre bom estar prevenido.) desde os 7 anos ele vem treinando muito para esse dia.

- Vamos Alderich, Não se atrase por conta da frutaria, hoje é o seu grande dia!

Disse Rudolf Flameheart, um pai muito mais orgulhoso e agitado que o normal hoje.

Rudolf já foi um grande aventureiro, antes de casar com Linith, sua companheira de grupo desde que se afiliou a guilda, e ter seus dois filhos, Alderich, e Amélia Flameheart.

O nome Flameheart, impunha respeito entre alguns monstros das ravinas próximas, até os dias atuais. E mesmo não estando mais a serviço da guilda, Rudolf frequentemente é solicitado pelos anciãos, para auxiliar novos aventureiros, ou orientar alguns comerciantes itinerantes.

- Eu tenho que ajudar vocês papai, não importa o que aconteça ainda serei dono desse lugar, não?

-Não pense tão baixo Alderich -disse Rudolf rindo e pegando uma caixa grande de maçãs de dentro da loja, e colocando embaixo da bancada à frente.

Depois de muito trabalho para descarregar, limpar e arrumar a loja e bancada em frente a loja, os dois estão no balcão da frutaria conversando, quando Alderich nota o antigo escudo e a espada, bem colocados acima de uma prateleira com frutas em conserva.

-Pai, será que hoje eu poderia levar a sua espada?

-Ainda é cedo!- Diz Rudolf meio sem graça.- Na ,não que eu não tenha confiança em você, mas, aquela espada é um artefato élfico muito raro, que eu conquistei com muito esforço, demorou quase dois anos para que eu tivesse total domínio sobre ela, e fora que...

BLEM... BLEM... BLEM... BLEM...

De repente, toda à atenção se voltou para o som dos sinos no alto da torre da escola, que era como um grande castelo, com uma torre central onde ficava o sino que avisava a todos a hora de entrada dos alunos, pontualmente as sete horas, Tinha também, duas guaritas grandes, que se erguiam além dos muros, onde dois soldados revezavam a guarda, tinha em sua estrutura de pedras, dois andares e um jardim ao centro, tão imponente e inconfundível, que poderia ser visto de qualquer ponto da cidade, tal como a igreja matriz, que ficava mais ao norte da frutaria. a escola era o oposto da igreja da cidade fortificada. enquanto na igreja, as crianças estudavam sobre o deus criador, e os benefícios que se alcançava através de uma vida fervorosa e continua de oração, caridade e amor ao próximo. a escola preparava futuros guerreiros, magos e aventureiros.

BLEM... BLEM... BLEM...BLEM...

A porta da frutaria abre, e uma cliente toma a atenção de Rudolf, que a acompanha para auxiliá-la, eles pegam algumas bolsas, e vão até a bancada lá fora.

Aproveitando a deixa, Alderich se apressa, tem só meia hora para chegar na escola, ele entra em casa, que fica atrás da loja, veste seu colete, suas botas, limpa as mãos, da um beijo rápido em sua mãe, que arruma o seus cabelos e lhe joga uma maçã. ele volta, atravessa a porta de saída da loja, enrola algo em sua mochila e sai correndo.

Não vai muito longe, quando ouve sua irmã, Amélia, gritar e seu coração congelar com o susto:

-ALDERICH!

ele para e se vira lentamente, está quase falando alguma coisa.

-BOA SORTE!- fala finalmente Amélia, com um sorriso largo em seu rosto redondo, envolto pelos cabelos ruivos e encaracolados que herdara do pai.

"Uffa" pensa Alderich, acenando e voltando a correr pra escola, ainda enrolado com as luvas e a maçã na mão.

Amélia, a irmã gêmea de Alderich, não frequenta a escola para ajudar em casa e na loja, porém, conhece muito mais sobre magia e encantamentos, que qualquer um professor da cidade.

Tanto Alderich, quanto Amélia, receberam os ensinamentos da mãe, Linith, uma meio elfa muito linda, com olhos e cabelos dourados, perita em magia de cura e poções, que se apaixonou por Rudolf, na época em que ele era aventureiro, e não tinha uma barriga tão grande.

FlameHeart uma jornada para vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora