Capítulo 7 - Quando bate aquela saudade

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Bakugou respirou fundo, tentando conter todo o seu nervosismo. Ele havia avisado Eijirou de que hoje era a apresentação de seu TCC, e o outro achou uma boa ideia fazê-lo relaxar antes de dormir da melhor forma, mesmo com os protestos de que ele não deveria dormir ali.

De fato, funcionou. Bakugou dormiu como um bebe depois de seus três orgasmos seguidos. Seu vizinho também dormia pacificamente no seu quarto, o que o obrigou a organizar seu notebook na sala e se preparar para apresentar ali ao invés de seu quarto, já que era melhor que a banca avaliadora não desse de cara com Eijirou nu levantando de sua cama no meio da apresentação.

Katsuki acordou nervoso, mas bem mais calmo do que esperava. Ele tinha repassado a apresentação com Shoto, seu amigo que fazia o mesmo curso, a contragosto, e até mesmo treinado com Kirishima, que disfarçou o melhor que pôde sobre não entender bem nada do que ele estava falando. Agora, após tomar seu chá de camomila bem forte, ele entrou na sala virtual e aguardou sua orientadora e a banca entrarem e logo começou sua apresentação.

Quando começou sua graduação, jamais imaginou que a encerraria durante uma pandemia, tendo que apresentar seu TCC online. Mas cá estava ele, e ele estava indo bem pra caralho. A tela pequena que mostrava seu rosto exibia um homem confiante banhado de sol, e ele conseguiu explicar calmamente seu assunto, passando logo às perguntas da banca e respondendo de forma assertiva. Ele sorriu, já certo de que tiraria nota máxima para fechar seu currículo com louvor.

De repente, ele viu, atrás de si, pela câmera de seu próprio notebook, metade de um corpo vestido apenas de cueca passar e, como que para confirmar que ele não estava alucinando, Eijirou bocejou alto enquanto passava para o banheiro. Mandando um olhar mortal na direção dele, Bakugou percebeu que o ruivo mal abrira os olhos e devia estar morrendo de sono. Ele corou, voltando a encarar a tela de seu notebook, que mostrava sua orientadora Nemuri Kayama tentando disfarçar o riso.

Alguns minutos após seu mini ataque cardíaco Bakugou se permitiu relaxar e rir enquanto fechava o notebook. Era isso, um belíssimo dez em seu TCC. Aprovado, estava oficialmente livre de sua graduação. Infelizmente, ainda planejava estudar muito e correr atrás de um emprego, mas um passo de cada vez, não ia deixar sua ansiedade ofuscar sua vitória.

Saindo da cozinha, vestido dessa vez, Eijirou chegou por trás dele, envolvendo seus ombros num abraço.

— Desculpa. Eu esqueci total, ainda tava praticamente dormindo. — Eijirou falou.

Katsuki riu, de muito bom humor.

— Relaxa. — Ele respondeu. — Na verdade, eu acho até que eu só tirei dez porque eles viram sua bundinha redonda de graça. — Bakugou brincou.

Ele se virou na cadeira para trocar beijinhos suaves com Eijirou, que ria enquanto lhe fazia um cafuné.

— Cê acha que minha bundinha redonda vale um dez?

— Acho sim. — Bakugou respondeu, puxando Eijirou para seu colo sem se importar.

Eles se beijaram com lentidão, saboreando a boca um do outro. Katsuki apreciou o gosto de menta na boca de Kirishima e roubou a balinha que ele chupava para si.

— Devolve. — Eijirou se afastou e sussurrou.

— Não. — Bakugou respondeu, como uma criança teimosa.

Eijirou riu, suspirando como quem desistia e levantou do colo do outro.

— Parabéns. To muito orgulhoso de você, sabia? Não choca ninguém você ter passado, Katsuki. Você é o homem mais inteligente que eu conheço. Parabéns. — Eijirou falou baixinho, terminando com um selinho nos lábios de Bakugou.

O ruivo se afastou, deixando um Bakugou corado e fingindo não estar emocionado. Eijirou tinha uma forma bem doce de tratar seus traumas e necessidade de elogios e validação. Ele respirou fundo, sorrindo um dos sorrisos mais idiotas que já tinha dado na vida, aproveitando que o outro não estava vendo.

Kirishima voltou com uma garrafa de vinho na mão.

— Vamos comemorar!

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.

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Aparentemente, a comemoração de Eijirou envolvia vinho, músicas bem gays, comida largada na mesinha da sala e sexo.

Bakugou gemeu, sentindo seu pau afundar na bunda do outro, tão apertado e quente que ele se sentia derreter. Os dois beijaram-se com carinho, fazendo tudo devagar, de forma preguiçosa. Havia uma mancha vermelha de vinho em sua camisa social branca, mas não se importava, nem poderia, ouvindo os gemidos deliciosos de Eijirou e sentindo o gosto do dito vinho na boca dele, a garrafa esquecida no chão da sala.

Eijirou dirigiu beijinhos molhados de seu pescoço a sua orelha, sussurrando a letra da música que tocava em seu ouvido.

— Eu 'tô com uma vontade danada, De te entregar todos beijos que eu não te dei, E eu 'tô com uma saudade apertada de ir dormir bem cansado, E de acordar do teu lado pra te dizer, Que eu te amo...Que eu te amo demais...

Katsuki apertou a cintura de Kirishima enquanto o fazia rebolar, impulsionando seu quadril para cima, aumentando o barulho dos corpos se chocando na sala de sua casa.

— Também te amo. — Ele sussurrou de volta, apertando a bunda cheia do outro.

Se, no começo da quarentena, tivessem dito a Katsuki que ele se apaixonaria pelo vizinho que ainda nem conhecia, ele teria rido e mandado a pessoa se foder. Agora, no entanto, ele era grato pelo momento em que decidiu dar uma pausa para escutá-lo cantando, pois poderia ouvir cada faceta daquela voz rouca em seu ouvido. Se fosse sortudo, poderia ouvir pra sempre.




Notas de encerramento: Olá! Este é o último capítulo de And They were quarantined. Este bebê começou pelo kiribaku month, mas n consegui me conter num cap só e tive que continuar. Gostaria de ter feito melhor por essa ideia, mas amo a fic mesmo assim. Espero que tenha sido divertido ler, assim como foi divertido pra mim escrever. Mais do que tudo, essa era uma fic simples, fofinha, engraçada e de conforto nesses tempos difíceis, era isso que eu queria que fosse pra mim, junto com Brofriends. Atingi esse objetivo, então to feliz. Espero que tenham gostado e, se quiserem, procurem mais fics minhas. Até a próxima! <3

And they were quarantined   (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora