Oito de maio de 2013, quarta-feira. Último jogo de basquete da temporada do segundo ano.
Uma das poucas coisas que sabiam da minha vida no colegial era que eu já havia feito parte do time de basquete da escola durante todo o meu segundo ano; com a minha prática nas aulas de educação física, acabei indicada pela nossa professora, Gilly, à participar do time. O problema era que nossa escola (até então) não teve um time feminino e meus testes foram feitos para o masculino, onde a maioria dos garotos eram do meu e do ano seguinte. O plano causou o maior rebuliço em todo o colégio durante algumas semanas, até que, por insistência da professora Gilly e os planos de gastos no topo das prioridades do diretor, o conselho de pais e professores decidiram que a melhor opção seria deixar que eu jogasse no time masculino, já que a formação de um feminino resultaria em altas contas e, como eu disse, gastos maiores com dinheiro. Sendo algo definitivo, a temporada de jogos se iniciou em março, terminando em maio de 2013.
Havíamos conseguido chegar à tão esperada final com o maior número de vitórias nos últimos anos - nosso time de basquete era conhecido por ser propenso à seguidas derrotas, ser terrível, e até gerar diversos acidentes horroros e históricos para a escola - em uma única temporada, com uma grande expectiva para a ganhar a final contra a International High School, de Long Island. Eram conhecidos por serem Os Matadores de Nova York, com maiores pontuações, vitórias e tempo no topo das tabelas de cada campeonato, ou seja, praticamente esperávamos a derrota facilmente em tempo recorde, mesmo com todas as nossas vitórias.
Com nosso treinador escandaloso, Barry, um ex-lutador fracassado de MMA que se tornou famoso no Texas nos anos 90 por seus movimentos loucos contra os adversários e sempre perder as lutas muito rápido, viajamos para Long Island, onde o jogo aconteceria na quadra da Internacional. O lugar, comparado à nossa escola, conseguia ser quase três vezes maior e definitivamente superava a nossa quadra de basquete, que antes costumava ser o antigo teatro caquético responsável pelas peças insuportáveis da nossa ex-professora de teatro, que hoje em dia apenas auxiliava na administração da diretoria, após ser demitida da função como docente depois de que criar a maior confusão e ter um super surto por contra do fracasso peça feita.
Nick, que se tornou auxiliar do treinador Barry naquele último mês, contribuindo para que o time tivesse garrafas água, toalhas para secar todo o suor e plano de jogo em mãos o tempo todo, além de impedir que o treinador tivesse os surtos de sempre quando não estivéssemos ganhando a partida, e nos acompanhou naquela quarta-feira ensolarada e super quente.
Começamos com um treinamento de dez minutos antes do início do jogo durante a chegada dos alunos da Internacional às arquibancadas da quadra e as líderes de torcida, garotas aparentemente ácidas e antipáticas, formaram um círculo próxima ao garrafão do lado direito da quadra.
Meu início no time de basquete masculino foi incrivelmente difícil, começando pelo fato de que o diretor praticamente se obrigou a me aceitar no time para não ter que gastar dinheiro montando um um time feminino; aparentemente, me tornei uma piada e um tipo de ameaça para os alunos, principalmente para os garotos que perderam vaga por minha causa, que se revoltaram em grupo loucamente. Após semanas de pegadinhas idiotas envolvendo milhares de absorventes amontoados no meu armário do vestiário, piadas e uma forçação alheia para que eu desistisse da minha vaga, as coisas mudaram após meu escândalo em um dia de estresse. Resumindo: esse lance preconceituoso sobre uma única garota em um time cheio de garotos não parou durante toda a temporada de jogos, e é claro que não deixou de existir até em Long Island, com todos os alunos estranhos da International High School e seus olhares de nojo sobre mim.- Aí, Sadie, presta atenção - Justin gritou antes de jogar a bola contra mim em um passe longo. Ah, sim, como eu pude esquecer! Justin e Lyn também estavam no time naquela época, conhecidos como os "grandes astros" do grupo (honestamente, todos sabiam que isso não era verdade, mas até que era divertido assistir os dois se achando por isso).
Desviei meu olhar do grupo de garotas juntas no topo da arquibancada que não deixaram de me observar um segundo sequer. Cochichando e rindo sem parar.
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Nós, Latente [CONCLUÍDO]
Teen FictionPersonalidade forte, extrovertida e meio alienada são com certeza características que definem Sadie. Todos estão super animados com o fim do último ano do colégio, ansiosos para as festas, a chegada da formatura e as faculdades, enquanto a garota e...