Prólogo

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Permanecer quatro anos agarrada a um computador ou a um caderno pode não ser fácil ou até mesmo excitante, mas é tudo aquilo que amo fazer.
Saber que as pessoas irão ler aquilo que estou a expressar em meros pedaços de papel e que se irão identificar tal como eu, faz com que todo aquele cansaço que domina o meu corpo e todas as noites mal dormidas valham a pena.
Desde que comecei a cursar Literatura já tinha plena consciência de que não me iria facilitar a vida ou até mesmo proporcionar-me noites com belas oito horas de um sono profundo e descansado sem nada em que pensar.
Mas este era o caminho que eu queria seguir e apesar de todas as dificuldades que tive que enfrentar até agora mesmo sabendo que teria de abrir mão de diversas coisas, incluindo os meus pais. Mas desistir nunca foi uma opção para mim, embora os meus pais não me apoiassem a seguir este meu sonho.

Provavelmente se eu tivesse ouvido os meus pais, certamente estaria a esta hora graduada em medicina ou em administração de empresas ou alguma coisa do tipo. Mas a verdade é que eu não me imaginaria fechada entre quatro paredes oito horas ou mais por dia apenas a tratar de papelada e agarrada a um telemóvel sempre a fechar negócios, eu queria uma profissão que me permitisse observar o mundo e o amor e expressar-me da maneira que eu quisesse e fazer com que as minhas palavras expressassem os sentimentos das outras pessoas sem que elas sequer falassem. Eu não tenho quaisquer motivos para reclamar dos meus pais, eles sempre foram pais presentes e muito amáveis e super atenciosos comigo e com o meu irmão mais velho, mas quando lhes dei a notícia que iria deixar Londres para ir trabalhar numa editora em Los Angeles, embora pouco conhecida, viraram-me as costas deixando-me sem chão dizendo que não deveria contar mais com eles quando o caso se tratasse da minha profissão, mas que não me iriam impedir apenas para eu perceber que aquela não era profissão para mim.

Então o único que me restou foi o meu irmão mais velho, ao qual lhe devo imenso e agradeço na mesma intensidade. George, é o nome dele, e para minha sorte nunca me decepcionou ou virou as costas. Esteve sempre do meu lado quando eu mais precisei, sempre fomos muito próximos e nunca nos dêmos mal, por vezes as pessoas chegavam a perguntar aos nossos pais como era possível terem duas crianças em casa e darem-se tão bem. E foi graças a ele que estou em Los Angeles, eu pensei diversas vezes em desistir, a palavra "desistir" ecoava na minha cabeça vezes e vezes sem conta, e cada vez que ia ceder à tentação do cansaço intenso e do esforço exagerado que fazia para conseguir ter uma profissão digna e mostrar aos meus pais que ser escritora era o meu sonho, o meu irmão relembrava-me do amor que eu tinha pelos pedaços de papel rasgados e espalhados pelo chão do quarto e reerguia-me mais uma vez. Fazendo-me entender que era realmente este o caminho que eu queria para mim e que não poderia ceder à tentação de pensar em desistir. Era escrever que me fazia feliz, e eu não queria mudar isso. Os meus pais e o meu irmão tiveram a oportunidade de escolher o caminho que eles queriam seguir e agora era a minha vez.

George estudou engenharia na Austrália e para sorte dele os meus pais adoraram a ideia de ele ir estudar engenharia mesmo que fosse noutro continente e noutro lado do mundo. O meu irmão carregava uma inteligência que eu por vezes não conseguia acompanhar para dizer a verdade, e enche-me o coração ver o homem maravilhoso em que ele se tornou - era lindo, de cabelos loiros, olhos castanhos mel e uma pele com um bronzeado de invejar, já que ele tinha acabado a faculdade há pouco tempo e pelos vistos frequentava muitas praias na Austrália. Eu considero-o meu melhor amigo, não existem quaisquer tipos de segredos entre nós e isso faz com que possamos facilmente confiar um no outro.

No dia em que me formei, os meus pais não apareceram na cerimónia, o que me deixou de coração despedaçado, mas o meu irmão estava presente e era isso que era importante para mim. No dia seguinte parti para Los Angeles e para minha surpresa tinha os meus pais à minha espera na linha do terminal do aeroporto com uma placa a dizer "Claire Smith" e eu simplesmente corri até eles. Começamos todos a chorar e os meus pais pediram-me desculpa por não terem acreditado no meu sonho e por não perceberem o que a escrita significava para mim e que não foram à cerimónia para me fazerem esta surpresa.
Logo após eu lhes mostrar o meu apartamento em Los Angeles e de conhecermos um pouco daquela enorme cidade e de lhes mostrar a editora onde iria trabalhar e provavelmente começar a escrever o meu romance, eles partiram de novo para Londres e pude finalmente sentir que tínhamos voltado a ser a família feliz que éramos há uns anos atrás antes de começar a cursar Literatura.

Olhei-me uma última vez ao espelho do quarto e arrumei os meus longos cabelos loiros, estava a preparar-me para o meu primeiro dia de trabalho naquela pequena editora, porém era o meu sonho. Vesti umas calças pretas e uma camisa social branca com um sobretudo castanho a condizer com os meus sapatos de salto pequenos que eram também castanhos, era o meu primeiro dia e queria causar boa impressão na editora. Terminei de me vestir e coloquei apenas o necessário dentro da minha bolsa, como o telemóvel, a carteira e uma peça de fruta para comer a meio da manhã, pois não sabia como eram as coisas na editora. Apanhei as chaves do carro e desci as escadas do prédio indo em direção ao carro preto que se encontrava no estacionamento em frente ao grande prédio onde eu residia. Dei partida no carro e fui em direção a uma pastelaria que estava ali perto para comer alguma coisa antes de começar o meu grande dia.

Esta provavelmente iria se tornar a minha rotina nos próximos anos. Cheguei à editora e fui recebida por uma recepcionista de meia idade mas muito simpática.

- Bom dia, sou a Claire Smith. - saudei a recepcionista do local. - Sou a nova escritora da editora Zoom, muito prazer.

- Sim, sim. O meu nome é Rose. - respondeu-me com um sorriso enorme mostrando algumas das suas rugas devido à idade. - Siga-me Sra. Smith.

Sorri cedendo-lhe a passagem para que me encaminhasse ao melhor momento da minha vida.

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Hey :D esta é a minha primeira fanfic e espero que vocês gostem e espero não decepcionar ninguém com a história.

Escrevi este prólogo para termos mais ou menos uma ideia do que vamos falar durante a fanfic, e acho que foi uma ótima maneira de iniciar esta longa história que vamos ler :3 só espero que não tenha sido chato e tenha dado para explicar mais ou menos como as coisas começaram para a Claire.

Algum erro que encontrem por favor não me julguem, eu pesquisei sobre algumas coisas pois eu quero realmente ser escritora e conto com vocês para que este sonho se realize, eu espero que vocês gostem!!!

Votem muito e comentem, adoraria ler as vossas opiniões sobre a fanfic :)

@k3lly_tpwk

The Florist [H.S] Onde histórias criam vida. Descubra agora