Derivado do termo grego "ephémeros", que significa "apenas por um dia", efêmero é o adjetivo usado para designar algo transitório ou temporário, que existe apenas brevemente.
Efemeridade, entretanto, ao contrário do que acredita a filosofia, nem sem...
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Max Emilian Verstappen.
O nome dele sempre deixou um gosto agridoce na minha boca, mas eu gostava de como soava na minha voz. E, pelo olhar que ganhava toda vez que o falava, sabia que ele também.
Escorreguei os óculos escuros pelo nariz apenas o suficiente para poder vê-lo melhor. Suas mãos estavam juntas atrás do corpo, segurando o boné que já havia virado uma extensão dele, enquanto o hino da Holanda chegava aos acordes finais.
Eu não estava surpresa de vê-lo no degrau mais alto do pódio. Nunca ficava. Era natural. Era certo.
Era onde ele pertencia.
Voltando a cobrir os fios loiros com o boné, Max aceitou o troféu de primeiro lugar e o levantou o mais alto que conseguiu, arrancando palmas, gritos e assovios de todos ali presentes. Mesmo que estivesse de costas para mim, eu sabia exatamente qual era sua expressão. Sabia que, naquele momento, ele estava se sentindo no topo do mundo. Invencível. E sabia que, mais do que qualquer outra coisa, estava pensando o mesmo que eu.
Aquela noite seria de comemoração.
Enquanto espirrava champanhe em Norris e Leclerc, seus companheiros de pódio, arriscou um olhar para trás. Em milésimos de segundo, quase como se o que houvesse entre nós fosse um campo magnético, suas íris azuis foram atraídas pelas minhas. Curvando um dos cantos da boca quase imperceptivelmente para cima, sorri para ele, em uma resposta silenciosa à pergunta igualmente taciturna que seus olhos faziam.
E a resposta era "sim".
Quando a comemoração terminou, minha família e eu fomos os últimos a descer, mas não sem antes acenar para o público com sorrisos ensaiados no rosto. Como já era tradição, acompanhamos toda a cerimônia do pódio do Grande Prêmio de Mônaco do alto, a apenas alguns passos dos pilotos. E, por mais que sempre tivesse achado aquilo tão entediante quanto qualquer outro compromisso ao qual éramos obrigados a comparecer, daquela vez havia sido diferente pelo simples fato de ele ser um dos pilotos a menos de um metro de distância.
Se fosse preciso, passaria horas parada como uma estátua ao lado dos meus pais e do meu irmão mais novo, sustentando a imagem de família perfeita que todos em Mônaco compravam com uma facilidade assustadora.
A família principesca monegasca.
A minha família.
— Se não se importarem, vou voltar antes para casa — anunciei, ajeitando os óculos no rosto e me virando na direção do carro preto onde um dos nossos motoristas aguardava.
— Alicia... — minha mãe segurou meu braço, o sorriso amarelo mascarando o tom de voz descontente. Ela sempre dizia o meu nome como se fosse uma advertência.
— Adieu, maman — devolvi o sorriso e me desvencilhei do seu toque.
O nosso combinado era claro como água: eu podia fazer o que bem entendesse, desde que os acompanhasse aos compromissos oficiais e, é claro, não manchasse o nome da família Beaufort.