Jenlisa - start of time

CAP 10 - Memórias

Continuando na visão da Jennie 🗣   

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1 mês depois

(POV Jennie)

Já havia se passado exatamente um mês desde o acontecimento no bar com a Lalisa. Tenho que admitir que, nesse tempo, muitas coisas mudaram, mas não em relação a ela. Sendo sincera, se nada mudou, foi por minha causa. No fundo, eu sabia que era uma grande covarde. Quando se tratava da Lalisa e da minha irmã, eu simplesmente não tinha coragem de admitir para elas que havia errado, e agora gostaria de me redimir. E sim, eu sentia falta delas. Sentia falta das minhas amigas, todos os dias.

Quem me vê hoje não imagina como era a Jennie na versão criança, e se eu contasse, ninguém acreditaria. Apenas as minhas duas ex-melhores amigas, as únicas que me conheciam de verdade.

Flashback on

— Vamos, filha, para de fazer birra. — Minha mãe pediu. — Finalmente nos mudamos, como você queria, e me prometeu que seria diferente. — Dona Kim falava calmamente enquanto estávamos sentadas em um banco de frente ao parquinho, observando as crianças brincarem.

— Mamãe, eu não quero, me deixa ficar aqui com você, por favorzinho? — Olhei para minha mãe fazendo um bico, e ela sorriu com o meu drama.

— Não me venha com essa, Jenjen. São apenas crianças, elas não vão te morder.

— São crianças patéticas. — Falei emburrada, cruzando os braços.

— Jennie Kim!! — Ela me repreendeu.

— Mas olha só para elas, brincando na terra. Isso é patético, elas têm o quê, 2 anos? — Respondi, observando as crianças brincarem.

— Você poderia tentar, pelo menos. O que acha? — Minha mãe me encorajou.

— Tudo bem. — Falei revirando os olhos.

Eu nunca me dava bem com as outras crianças do condomínio. Na verdade, nunca fiz nenhum amigo por lá, e nunca entendi por que não gostavam de mim. Percebendo isso, minha mãe disse que iríamos nos mudar para outro lugar, com a promessa de que eu não desistiria de fazer novos amigos. E aqui estava eu, no parque em frente ao nosso novo apartamento, olhando para aquelas crianças patéticas que se divertiam brincando na areia.

Eu já estava desistindo quando duas meninas chamaram minha atenção. Uma era loira, com a pele branquinha como a neve, cabelos lisos e um lacinho na cabeça. Aposto que era daquelas crianças frescas, pensei. A outra era bem diferente: tinha a pele mais escura, cabelos castanhos e usava um adorável óculos de grau. Sorri. Ela parecia bem tímida, mas o que mais me chamou atenção não foram elas em si, e sim um menino que estava próximo, e elas claramente não estavam gostando da presença dele. Automaticamente, minhas pernas me levaram até onde eles estavam.

— M-me devolve a minha bola... por favor. — A garotinha de cabelos castanhos pediu tão baixo que quase não consegui ouvir.

— Bolas não são para garotas. Se quiser, venha pegar. — O menino sorriu travesso, agora com a bola nas mãos.

— Entrega a bola! — Falei, me aproximando.

— E quem você pensa que é? A bola agora é minha. — Que garoto atrevido.