Cores da Química"

João olhou para o relógio digital ao lado da bancada do laboratório. Era tarde, mas ele não estava com pressa. O silêncio ali era confortável, envolto apenas pelo som suave dos reagentes sendo mexidos. Enquanto muitos escolhiam a agitação da noite de sexta-feira, ele optava por estar ali, no pequeno laboratório improvisado de seu apartamento, envolvido nas cores e composições que tanto o fascinavam.

Diante dele, um béquer com um líquido rosa brilhante reluzia sob a luz branca do ambiente. Ao lado, um tubo de ensaio preenchido até a metade com um líquido roxo profundo. As cores vibrantes contrastavam de forma tão perfeita que João não conseguiu evitar um sorriso. Aquela era a sua balada.

Com uma mão firme, ele inclinou o béquer devagar, permitindo que o líquido rosa escorresse lentamente para o tubo. As duas cores se encontraram, misturando-se em espirais e pequenas bolhas que estouravam em silêncio. Ele observou com fascinação o momento exato em que a mistura se transformava. Do rosa e roxo surgiu um azul intenso, como se uma nova cor estivesse nascendo em suas mãos.