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Esse corredor é diferente, tem outros corredores, como um labirinto.

Ouvimos gritos vindo de todos os lados, não conseguimos decifrar da onde estão vindo.

Escutamos Adélia, Rick, Taylor, Alana, Dylan e Meg.

Tento me controlar para não entrar em pânico.

Peter para e olha para mim.

- Qual é seu maior medo?- encaro ele e as palavras travam na minha garganta.

- Haven, preciso saber. Por favor, me fala.

Engulo em seco e tento não focar nos gritos e berros.

- Não conseguir cuidar dos meus amigos, ficar perdida e não conseguir nunca saber..- não consigo completar.

Porque mais corredores aparecem.

- Isso é uma labirinto, não é?!- ele faz uma pergunta retórica, mas mesmo assim concordo com a cabeça.

- Não faço ideia de como sair dessa- olho para ele, pedindo ajuda com o olhar.

- Deixa comigo. O objetivo não pode ser salvar eles, pode? Eles não estão mortos?- ele fala a última palavra com receio.

- Mas e se foi tudo uma ilusão para a gente chegar exatamente nesse final para salvar eles?

- Vamos ter que tentar- ele vai dar um passo, mas eu seguro o pulso dele.

- Não me deixa sozinha- ele se vira para mim, me olha nos olhos e alguns segundos parece uma eternidade.

Ele olha para meus lábios e devíamos o olhar um do outro, nunca estivemos tão perto.

- Não vou sair- solto o pulso dele.

- Mais uma coisa, tenta me distrair.

- Eu já ia fazer isso, vem- ele sorri e segura minha mão.

Entramos em um dos corredores.

- Saudades do seu irmão- ele comenta enquanto viramos à direita até o som deles gritando que estou tentando ignorar para não surtar.

- Eu também sinto.

- Acho que ele não se orgulharia de quem me tornei- sorrio fraco.

- Peter, você sempre vai ser o irmão dele. Ele se orgulharia sim, ele se orgulha de você- Peter sorri.

- Vou te contar uma coisa, mas você não pode se alterar.

Engulo em seco e o olho.

- Pode falar, Peter- ele faz carinho na minha mão e isso é um sinal de que o que ele vai falar não é coisa boa.

- Então, seu irmão sempre dizia que quem ele mais queria namorando com você era eu..- ele para de falar e sinto meu estômago revirar.

- Continua, Peter- não olho para ele, viramos para a esquerda.

- Ele falava que eu era o cara certo e que confiava em mim, mas eu não me sentia tudo isso, sempre achei que não sou o cara certo para você e fiz de tudo para te afastar- solto a mão dele.

Olho o Peter.

- Você me afastou de você por anos, podia só ter me falado!- respiro devagar.

- Tenho noção disso, tem muita coisa que sei que errei.

Respiro fundo.

- Não quero falar disso agora, tenho muita coisa para dizer, temos muitas coisas para resolver, mas agora só quero sair daqui- peço.

Até Onde?: O Jogo Só ComeçouOnde histórias criam vida. Descubra agora