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Ao fim da noite restava apenas eu e Luke sóbrios. Após cuidar de Flynn e Luke dos garotos eu deitei na rede olhando para o céu estrelado. O mar havia se acalmado o simples fato da casa de praia ser isolada, do resto da cidade, fazia com que somente as pequenas ondas quebrando fossem possíveis de serem escutadas.

— Você não comeu nada ainda — Luke se aproxima, sento na rede e ele me entrega um prato que eu deduzo ser macarrão tagliatelle.

— Vou avisar ao meu pai que você cuidou bem de mim — falo e ele se junta a mim na rede.

— Como sabe...? — ele ri me observando comer o macarrão. 

— Eu vi vocês dois conversando, era óbvio que ele estava pedindo isso — balanço os ombros e continuo comendo meu macarrão. Mais um ponto para o Luke, ele cozinha bem pra caramba.

— É ele me pediu, mas você sabe que não é só por esse motivo — ele tomba o corpo para trás e pousa suas mãos embaixo da cabeça. 

— Acho que devo te pedir desculpas? — olho para ele. Eu sei que devo, é claro depois de todo o mal entendido daquele dia e eu não tiro a razão de Luke estar mexido com aquilo.

— Se você confiar mais em mim já é o suficiente,  eu não quero que tenha duvidas sobre oque sinto por você.

Ele tem toda razão, eu agi mal em não tirar a história a limpo mas como eu iria cobrar algo se eu não me sentia no direito? Nós nem namoramos.

— Eu tenho medo das coisas não irem bem e acabar prejudicando a banda — suspiro terminando de comer o macarrão. — eu já não sei mais o que nós dois somos.

Luke permanece em silêncio e eu entendo que ele deve estar pensando o mesmo que eu . Até que ponto um relacionamento entre nós poderia existir dentro da banda? Um briga boba poderia atrapalhar nossas carreiras.

Levanto e vou até a cozinha depositar o prato na pia, ao voltar vejo o garoto com os olhos fechados cantarolando algo.

— Shook me to the core
Voice like an angel, I’ve never heard before.

— Você compôs? — pergunto e me deito ao seu lado.

— Apenas versos que vem na minha mente — ele sorri.

— Eu meio que imaginei trechos de uma música e isso parece se encaixar tão bem — falo ao lembrar do dia em que eu dancei com Nick mas imaginei Luke e uma música a qual não existia.

— Podemos tentar, o que acha? — ele pergunta me fazendo sorrir, balanço a cabeça em um aceno positivo e Patterson levanta da rede. — vou buscar meu violão. 

Não demora muito para que ele retorne e se ajeite comigo na rede novamente. Mas antes de começarmos ele estende sua mão direita com um papel um pouco amassado.

— O que é isso? — pergunto. Luke segura em minha mão e coloca o papel sobre a minha palma.

— Eu fiquei no estacionamento nos últimos dias tentando terminar a música. — ele sorri — só aquele dia que emprestei o carro para Reggie e precisei sair... bom você sabe a história.

Abro o papel e vejo "Stand Tall" escrito quase como um garrancho. Deslizo meu olhar sobre a folha e lá estavam alguns versos que minha mãe escreveu, que eu escrevi, outros que escrevi junto com Luke e agora uns novos que ele deu conta de escrever.

— Está incrível — sinto uma lágrima escorrer pela minha bochecha. Minha mãe gostaria de ouvir aquela música, transmite o quanto devemos ser persistente e por mais que muitos coisas saiam fora do controle nós devemos continuar firmes assim como estou sendo desde que perdi minha mãe. — Você mostrou para o Caleb?

— Não, você me pediu para que ela fosse algo a ser guardado por mais que seja incrível — seu dedo polegar se aproxima da minha bochecha e desliza limpando as lágrimas que escorrem por minha bochecha.

— Obrigada — sorrio e em um impulso abraço ele. Sinto seu perfume e novamente o calor do seu abraço.

— Precisamos compor — Luke sorri animado e uma distancia se forma entre nós. Guardo a música no bolso do meu shorts e me recomponho enquanto ele ajeita as cordas do violão.

— Acho que está perfeita — sorrio satisfeita com o resultado

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— Acho que está perfeita — sorrio satisfeita com o resultado.

— Ok ,então nasceu Perfect Harmony? — ele pergunta ao mesmo tempo que sugere o nome da música. É um ótimo nome, me lembra o nosso diálogo de mais cedo sobre as ondas do mar.

— Eu amei esse nome — coloco um mexa do meu cabelo para trás.  Luke posiciona seu violão ao lado da rede e se acomoda. — acho melhor a gente ir dormir.

— Eu acho que vou ficar por aqui, esse som me acalma — se refere ao som das ondas quebrando.

— Então boa noite — tento me levantar mais ele segura em minha mão, os pelos do meu braço se arrepiam por completo. É quase como se uma corrente de eletricidade estivesse atravessando meu corpo.

— Fica, por favor — sua voz rouca de sono faz meu coração disparar. Não penso sequer duas vezes em ficar. — eu senti sua falta.

— Eu também senti a sua — suspiro.

— Do seu olhar — ele desliza o polegar em meu rosto e eu suspiro com seu toque — do cheiro dos seus cabelos — agora sua mão invade os fios do meu cabelo, vejo o garoto fechar os olhos e respirar fundo. — e da sua boca.

Seus olhos caem sobre os meus lábios, faço o mesmo observando os dele já próximo. Levo minhas mãos até sua nuca e ele sorri quebrando o espaço que existe entre nós.

Nossos lábios se encontram fazendo com que meu corpo inteiro fique arrepiado. Pressiono minha mão em sua nuca intensificando o beijo, Luke sorri algumas vezes. Me viro deixando meus joelhos entre suas pernas, suas mãos pousam em minha cintura e apertam levemente o local. O gosto da bebida que Luke ingeriu mais cedo ainda era presente, mas aquilo não me incomodava nem um pouco.

— Eu também senti falta — falo após receber dois selinhos como finalização do beijo. Patterson sorri e pressiona meu corpo contra o dele. Coloco minha cabeça sobre seu peito e me lembro apenas de sentir suas mãos acariciando levemente meus cabelos antes deu fechar os olhos e adormecer.

Bittersweet love story (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora