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Julie

Uma leve corrente de ar bate contra meu rosto, observo as pequenas casas com luzes acesas e sorrio ao ver o céu estrelado. Coloco minha mão sobre a folha de caderno e escrevo a frase "Finnaly Free", a pequena frase se trata de um sentimento que estou sentindo no momento. Eu me sinto livre finalmente por conseguir cantar, nesses últimos dias a última faísca de vontade que eu tinha, de voltar a brilhar e ganhar vida, se acendeu no momento em que eu subi naquele palco.

— Molina? — ouço a voz de Luke logo atrás, viro e vejo o garoto andando lentamente sobre o telhado. — poderia escolher um lugar mais fácil , não acha?

— E perder de te ver com medo de cair? — rio — não mesmo, Patterson.

Luke senta ao meu lado procurando uma posição confortável,  ele encara o céu por alguns minutos e então me olha.

— Agora entendo porque gosta tanto daqui — ele fala como se fosse óbvio e realmente é. Não há quem resista a essa vista maravilhosa que um simples telhado consegue oferecer.

— Costumava vir aqui com minha mãe — falo e respiro fundo — mas e aí, as aulas acabaram tarde hoje?

— Sim ,eu precisava ensinar novos acordes para Carlos — Luke fala.

— E a que devo sua presença em meu telhado? — pergunto e ele ri.

— Um pedido de desculpas?! — o garoto sorri de lado. — eu exagerei hoje, mas é porque eu realmente me preocupo com você. Pode parecer estranho mas eu sinto um afeto enorme por você, Molina.

Ouvir isso dele foi o bastante para me deixar em êxtase apesar deu já saber que ele apenas me vê como uma amiga e colega de banda.

— Eu também não facilitei as coisas para você, perdão  — apoio minhas mãos sobre o caderno e sinto um calor humano próximo, Luke estava se aproximando.

— Está compondo — ele analisa calmamente a folha.

— Ei ! — tiro a folha do seu campo de visão  — que intrometido.

— Molina ,por favor me deixe ver — ele faz bico e me olha com olhos pidões.

— Ainda não está pronta ,só são alguns versos — mostro a folha.

— Isso aqui é perfeito, um pianinho de começo com algo do tipo Hearts on fire
We’re no liars, so we say what we wanna say — ele cantarola e eu balanço a cabeça de forma positiva imaginando o ritmo da música em minha cabeça.

— Acho que podemos fazer isso juntos, daria uma ótima música para a Sunset Curve — sorrio e o garoto faz o mesmo.

— Molina imagina só uma multidão gritando desesperada para subirmos no palco — Patterson fecha os olhos.

— Nossas músicas fazendo sucesso em todas as plataformas de stream  — falo ao me empolgar com a ideia.

— Gravamos um álbum — Luke continua.

— E por fim faremos uma turnê  — falo, o garoto abre os olhos e sorri para mim.

— Fico feliz que tenha voltado a fazer o que gosta — Luke fala.

Bittersweet love story (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora