— Vamos mais uma vez — Luke fala ensinando para Carlos novamente alguns acordes.
Carlos se ajeita segurando a sua guitarra ,papai teve a ideia de dar para ele essa guitarra no aniversário desse ano e acredito que não foi uma má ideia já que agora ele passa a maior parte do tempo tocando do que enchendo meu saco.
— Isso carinha — Luke sorri vendo Carlos repetir perfeitamente os acordes.
— Eu preciso ir ao banheiro — Carlos levanta da cadeira — dois minutos professor.
Ele sai correndo e Luke solta uma risada anasalada,tento ignorar ao máximo a presença dele ali mas o garoto logo começa com um riff em sua guitarra ,aquele riff é perfeito.
— My life, my life would be real low, zero, flying solo — cantarolo bem baixinho e percebo que acabei soltando um pequeno trecho de uma música que escrevi a muito tempo mas nem se quer cheguei a tirá-la do papel. Era para o aniversário de 14 anos da Flynn mas eu nem ao menos compareci, minha mãe morreu alguns dias antes.
Era incrível como o riff de Luke combinou com a letra da música e infelizmente o garoto ouviu minha voz mesmo no tom baixo.
— Molina ,repete isso — ele falou me deixando um pouco sem graça.
— Isso o que? — pergunto me fazendo de sonsa ,eu não iria cantar.
— Vai fazer a linha sonsa? — ele pergunta me fazendo revirar os olhos.
— Patterson, você consegue me tirar do sério em menos de dois minutos — mostro dois dedos e ele arqueia uma de suas sobrancelhas.
— Corrigindo ,você mesma se tira do sério. — ele me encara — que mania chata de querer implicar com tudo.
— Mania chata tem você de querer ficar se exibindo. — respondo de volta.
— Voltei — Carlos sorri e percebe o clima tenso entre eu e Luke. — tudo bem?
— Tudo ótimo carinha — Luke volta seu olhar para Carlos e sorri amigável — acho que já está tarde ,seu pai pediu que eu não passasse dos limites para não te prejudicar na escola.
— Só mais um pouquinho — Carlos implora.
— Você tem aula cedo Carlos ,papai não vai gostar disso — falo.
— Amanhã eu volto ,prometo — Luke sorri para o garotinho. — me leva até a porta?
— Já se perdeu? — pergunto involuntariamente.
— Não Molina, eu preciso levar um papo de homem com seu irmão — ele desconecta tudo da tomada e guarda o equipamento — nos vemos na escola.
— Espero que não — sorrio falsa para ele e o mesmo é guiado por Carlos até a saída , levou alguns minutos para o meu irmão retornar com um saco pequeno de doces em mãos.
— Olha só, ele é um máximo — os olhos de Carlos brilham ao olhar o pequeno saco de doces que continha alguns chocolates e balas. — você deveria namorar com ele ,assim eu ganharia bem mais.
— Interesseiro ! — levanto do sofá — você não pode se entupir de doces tarde da noite Carlos.
Antes que eu consiga pegar o saco de doces da mão dele, Carlos corre e se tranca em seu quarto. Minhas tentativas de fazer ele abrir a porta foram altamente falhas.
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