Jungkook namora?

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Eu percebi que estava mais envolvido do que gostaria com a aposta dos meus amigos e também pelo que eu sentia por Jungkook, no momento onde vi uma garota depositar um beijo em sua testa, deixando-o corado e com um sorriso de canto na boca. Parecia algo inocente, mas não um gesto que meros conhecidos fariam.

Por isso, notei que precisava rapidamente me distrair do fato de que, muito possivelmente, Jungkook namorava e, mais do que isso, gostava de garotas. Óbvio que isso não o impedia de gostar de garotos — uma vez que o B de LGBT+ não é de biscoito —, mas não mudava o fato de que eu havia ficado chateado.

— Tem outras primeiras vezes que preciso tentar. — Falei comigo mesmo ao sair do banho, olhando-me no espelho sem camisa. — Por que eu penso que um piercing no mamilo ficaria tão legal?

— Porque é legal mesmo. — Tomei um susto assim que a voz de Jungkook ecoou pelo quarto, em seguida vendo-o jogar a mochila na cama enquanto eu colocava minha camiseta com pressa. — Eu tenho um, olha.

Jungkook levantou a camisa sem vergonha alguma, deixando exposto aquele abdômen dos deuses junto ao peitoral que eu queria lamber todinho. E só aumentou minha vontade ao ver o piercing no seu mamilo, porque aí sim eu queria lamber, beijar e até chupar aquela região.

— O namorado da minha prima que fez para mim, você quer que eu veja se ele tem um horário? — Me indagou, arrumando a própria camisa outra vez. — Dói um pouco para furar, mas depois todos os cuidados são bem tranquilos. Além disso, você no futuro será médico, deve saber como cuidar dessas coisas, certo?

Me animei e concordei com a cabeça, pedindo que ele visse um horário e ainda o convidando a ir comigo. Estava um pouquinho nervoso, sim, mas queria arriscar. Sentir essa dor não seria tão ruim, até porque era uma dor temporária, certo?

— Ele disse que pode te atender se formos lá hoje. Você quer? — Jungkook informou após um tempo, guardando o celular no bolso. — Não é muito longe da faculdade.

Outra vez concordei, mesmo me sentindo um verdadeiro quebrador de regras — ainda que não estivesse quebrando nenhuma, de fato. Ouvi a voz de Jungkook, mas não prestei muita atenção, apenas o segui para fora do quarto após pegar dinheiro, meu documento e o celular.

Por sorte, Jungkook tinha um carro, o que facilitou no nosso processo de ir até o tal estúdio. O que estava me incomodando, era que a cada semáforo ele pegava seu celular e sorria na direção do aparelho, e quando vi o nome salvo percebi que era a mesma menina com quem ele sorria mais cedo.

— Somin é sua namorada? — Perguntei, quase grunhindo por minha voz ter saído com um tanto de ciúme.

— O que? — Riu, largando o celular e voltando a dirigir. — O que te faz pensar em uma coisa dessas?

— É que eu vi vocês dois e você estava tímido e sorrindo para ela feito um bobo apaixonado. — Engoli em seco, envergonhado por admitir ter presenciado tal cena. — Aí eu achei que ela fosse sua namorada, ou algo assim.

Jungkook riu outra vez, parecendo tímido com o pensamento e negando com a cabeça.

— Só vou te dizer uma coisa, Jimin hyung. O nome dela é Jeon Somin. Ela é minha prima e melhor amiga, estamos indo no estúdio onde o namorado dela trabalha. — Jungkook explicou ainda rindo. — Mas, é verdade, eu estava rindo feito um bobo, porque contei uma coisa 'pra ela e ouvi piadinhas até cansar.

Preferi não dizer mais nada, porque eu agi feito um idiota ficando com ciúme. E o pior nem era isso, mas sim saber que eu não tinha direito. Jungkook e eu não somos nada além de colegas de quarto e talvez amigos. É só isso, eu não posso cobrar explicações ou sentir ciúmes.

A Culpa é de Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora