Colega de Quarto

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Eu não tenho nem palavras para descrever a vergonha que sinto por dividir o quarto com um cara tão lindo quanto Jeon Jungkook. Digo, não é como se fosse um problema conviver com ele, como um todo.

Jungkook é gentil, educado e preocupado. Nós conversamos de vez em quando embora eu não saiba se posso considerá-lo meu amigo — mesmo sabendo que quero ser mais que isso. Nós não somos próximos a esse ponto, talvez.

— Bom dia, Jimin hyung. — Cumprimenta, rindo baixinho assim que me olha. — Você é fofo quando acorda.

Com fofo, ele deve querer dizer que eu pareço uma aberração, com os olhos miúdos por conta do sono, as bochechas amassadas, os cabelos bagunçados e noção nenhuma do que está acontecendo ao meu redor. De fato, deve ser uma bela visão. Claro. Claro que não, no caso.

— Bom dia. — Apenas resmungo, saindo debaixo das cobertas e levantando, tropeçando em mim mesmo no processo e quase caindo. Posso ouvir sua risadinha e o olho mortalmente. — Acho que vou ter Jeon Jungkook com ovos fritos para o café da manhã se você não parar de rir, idiota.

Jungkook riu ainda mais e então colocou a toalha na pequena varanda do quarto, logo voltando e se aproximando, como fazia sempre que queria me provocar

— Esse é seu jeito de pedir que eu tire as roupas e deite na mesa? — Arregalei os olhos no mesmo instante e deixei tapas em seu braço. — Vai para o banho que eu arrumo o nosso café da manhã.

É, talvez nós possamos ser considerados amigos.

Nos conhecemos há somente três meses e não demoramos muito para conversarmos, mas sinto que somente em uma específica noite de chuva é que nos aproximamos.

Nós sentamos na varanda naquela noite. Ou melhor, Jungkook já estava lá e eu resolvi lhe fazer companhia, visto que pela chuva a luz até mesmo tinha caído. O moreno estava encolhido, com os joelhos contra o peito sendo abraçados pelos braços que pareciam arrepiados de frio. Ele estava com pouca roupa considerando o clima e foi por isso que, antes de sentar junto a si, eu o trouxe uma coberta e larguei sobre seu corpo.

Naquela noite, Jungkook me contou que não gostava de chuva, pois ela o lembrava de sua casa e, portanto, de sua família, da qual sentia saudade o tempo todo. Foi naquele momento em que paramos para conversar e nos conhecer melhor e obviamente a proximidade veio junto a isso.

Mas voltando a essa manhã, me peguei sorrindo enquanto tomava banho. Jungkook adorava me provocar, mas me pergunto até que ponto posso levar como uma brincadeira e a partir de onde tem aquele fundo de verdade que toda brincadeira tem. E eu brinco falando só sobre a sua aparência que, convenhamos, com aqueles cabelos escuros e compridos, os músculos aparentes e ainda assim o sorriso inocente somado ao olhar penetrante é um tremendo de um pacote completo, mas a personalidade dele também fez com que me encantasse.

Não é paixão, ainda, mas é encanto.

— Jimin hyung, tem algo que queira me contar? Você está estranho desde o dia que foi para a casa de Taehyung.

Seu comentário me fez tremer da cabeça aos pés assim que saí do banho, já vestido para a faculdade.

— Eu não estou estranho. — Mas sabe quando a voz falha bem quando você precisa dela? — Não é nada...

— Tudo bem, mas sabe que pode falar comigo, certo? Vamos morar juntos por pelo menos quatro anos, temos que contar um com o outro.

Eu sorri largamente com seu comentário, porque acima de ser dono de um lindo corpo, ele era dono de uma doçura sem igual. Ainda assim achei errado comentar sobre a minha aposta, porque tinha um pouco de medo de admitir nunca ter feito isso.

A Culpa é de Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora