Elogios que arrancam sorrisos

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Estar com Jungkook me fazia sentir coisas que não era capaz de compreender, quem dirá de explicar. Fosse cantarolando uma música qualquer, sorrindo, falando ou apenas existindo, ele mexia comigo de todas as formas possíveis e parecia nem se dar conta desse fato. Simplesmente perfeito, é isso que Jeon Jungkook é.

E não digo isso apenas romanticamente, mas sim como amigos que sei que podemos verdadeiramente ser caso os meus sentimentos não sejam correspondidos. Jungkook é incrível demais para que eu estrague essa relação por não saber lidar com meus sentimentos confusos.

Nós sentamos em um canto isolado na tal sorveteria, porque nitidamente queríamos conversar um com o outro. Conversar sobre o que exatamente eu não sabia, mas estava curioso para finalmente descobrir. E se mostrou visível que independentemente do assunto, ele queria falar comigo e me ouvir também. Ou seja, estávamos totalmente à vontade um com o outro, de qualquer forma.

— Você nunca namorou, então? — Questionei quando entramos no assunto relacionamentos, vendo-o negar com a cabeça e pegar um pouco mais do seu sorvete.

— Eu era muito afim de uma pessoa na época da escola, mas fizeram uma aposta me envolvendo. Eu não era tão quieto naquela época, tinha amigos e vivia com eles o tempo todo, mas aí eu comecei a gostar desse... ser humano, e quando finalmente ficamos descobri que tudo era uma farsa e que o único intuito era ter o meu primeiro beijo. — Riu sem vontade, fazendo-me engolir em seco. — Aí eu até tive uns casos, nada muito profundo, mas não consegui gostar de alguém sem desconfiar antes.

Me senti ainda pior, porque eu também tinha feito uma aposta com meus amigos. Lógico que o que eu sentia pelo Jeon ia muito além disso, isso é óbvio mesmo, mas não mudava o fato de que me sentia culpado ainda assim.

E eu até pensei em, naquele momento, contar a verdade, mas ao mesmo tempo percebi que ele ficaria irritado de qualquer forma, então seria melhor não dizer nada mesmo sabendo que quanto mais demorasse pior seria.

Algumas vezes eu me odeio por prever a bagunça que vai acontecer e não a arrumar com antecedência, mas simplesmente não fui capaz de estragar aquele momento tão bom que estávamos compartilhando um com o outro. Isso sim seria um crime.

— E você, hyung? — Perguntou, então, me tirando dos meus devaneios.

— Ah, eu nunca namorei. — Nem beijei, completei mentalmente. — Mas também só gostei de alguém uma vez. Paixonite da escola não conta, ok? Gostar mesmo foi uma só vez.

E dessa vez estava me referindo a ele, que de fato foi o primeiro homem que pude dizer sentir mais coisas do que sabia explicar. Portanto, toda a bagunça no meu peito, minha euforia, era tudo culpa de Jeon Jungkook. E não conseguia me importar menos com isso, desde que conseguíssemos seguir como amigos sem nenhum de nós sair magoado, por mim estava tudo bem.

Gostava dele o bastante para querer vê-lo feliz, mesmo que sua felicidade não fosse ao meu lado, romanticamente falando.

Algumas vezes vejo pessoas egoístas que se apaixonam e pensam que os outros são realmente obrigados a retribuir. Sinceramente, se pudéssemos controlar nossos sentimentos a vida seria muito mais fácil, então por quê diabos faríamos algo para magoar alguém de tal forma?

Teve uma vez que um menino declarou estar apaixonado por mim, foi no último ano da escola, no dia da nossa formatura. Me senti péssimo por não poder retribuir e agradeci não precisar mais vê-lo, caso contrário acabaria ficando com ele só para não vê-lo com aquele olhar decepcionado.

Logo, sabia que não declararia meus sentimentos a Jungkook caso não houvesse uma chance, mesmo que mínima, de ele sentir o mesmo ou algo parecido por mim. Não queria estragar o que tínhamos, de verdade.

A Culpa é de Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora