Um caminho diferente

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Estar no escuro às vezes é uma metáfora para não ter conhecido de algum fato, mas neste caso, viver no escuro é literalmente isso.

Privet Drive pode parecer a rua mais monótona de Surrey, e realmente, com todas as suas casas idênticas sem uma única variação além do tipo de plantas nós quintais, não era muito complicado chegar a essa conclusão incorreta.

Se alguém de fora da rua, ou levando em conta como aquela cidade era, de outra cidade, olhasse bem para aquela rua veria a real situação de lá.

Todos aqueles ditos adultos 'de bem' ignoravam e propagavam uma situação, no mínimo horrível para um menino daquela rua.

Todos que o olhavam o viam como seus parentes o descreviam. Um garoto rebelde que tinha o mais puro prazer em causar problemas. Ninguém ali se dava ao trabalho de abrir os olhos para ver a realidade.

Infelizmente, para todos eles, foi apenas culpa deles mesmo que aquele menino frágil quebrou e se tornou o que eles dizem sobre ele.

Harry Potter, de seis anos, nunca soube o que ele fez para ser chamado por cada pessoa de sua rua de 'criança problema'. Ele tentava não criar problemas, e ainda assim as pessoas o chamavam assim e ele não sabia o porquê. Bem, ele não sabia até ontem.

Entretanto, ele olhou assustado, mas petulante, para o local atualmente a sua frente. Ele engoliu em seco alto o bastante para o policial que o acompanhava olha-lo estranho.

No dia anterior Harry havia feito a coisa mais estúpida e ousada que já fizeram em toda sua mísera vida de seis anos de existência. Ele empurrou Duda da árvore onde ele tentava subir para pegá-lo e espanca-lo junto de Peter e seus amigos.

A mãe de Peter ligou para a polícia porque seu filho quebrou o pulso quando Duda caiu e o derrubou junto. Não foi exatamente culpa de Harry.

Não importava o quanto perguntassem a Harry como ele havia feito para derrubar o primo, ou porque, suas respostas eram sempre as mesmas.

"Eu não fiz nada!' e "eu não queria, apenas desejei que ele não pudesse me alcançar".

Claro, a parte de que ele não queria que o primo e o amigos deste o alcançassem chamou a atenção do policial que estava lá, mas isso ainda o levou para onde ele estava.

"Serei punido de toda forma, então pelo menos terei um motivo para isso desta vez", pensou Harry naquela hora.

O que seus tios chamavam de sua "aberração" entrou em ação ali, derrubando seu primo baleia da árvore do quintal dos Dursley.

Harry nunca ouviu um som tão engraçado quanto o guincho de porco de Dudley quando ele caiu.

Seus tios pareciam mortificados, mas felizes, que Harry iria para a prisão infantil.

Agora ele estava ali, em frente ao Juvenil Hall, o reformatório mais temido da região se os rumores que Dudley fez questão de lhe dizer, estivessem certos. Harry estava apavorado.

Ele teve que receber um toque no ombro - fazendo-o se encolher e estremecer com o toque inesperado. O policial franziu as sobrancelhas para isso, então sua mente correu para falar com sua colega do departamento de casos infantis. Tinha que haver mais no caso de Harry Potter do apenas essa ocorrência de acidente provocado.

Entrando no reformatório, Harry se viu em uma sala notavelmente cinza. Literalmente! Tudo era cinza, exceto a mulher atrás do balcão e duas plantas em jarros - sem surpresas, também cinza.

- Potter, Harry? - uma senhora com óculos feios perguntou olhando para ele por cima de seus papéis. Seu olhar não era diferente dos olhares que ele recebia em Privet Drive.

Elementos proibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora