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JULIE. point of view
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— Você pode me ajudar? — Uma garotinha com o uniforme da escola toca minha saia enquanto eu fechava uma das portas da escola.
— Claro! ― Me abaixo ficando da sua altura. — Te esqueceram? — pergunto segurando em sua mão.
— Meu papai deve ter me esquecido de novo. — Ela fala sem olhar para mim.
— Vamos até a secretaria tentar falar com seu papai. — Pego os registros dos alunos. Qual é o seu nome? O nome do seu pai? Sua mãe?
— Meu nome é Lisa, o papai chama Luke e a mamãe eu não conheço.. ― Ela diz se sentando na minha frente e balançando as perninhas.
— Lisa Patterson?! — Digo ao ver seu nome no caderno.
— Huhum. ― A pequena murmura.
— Sente-se aqui comigo meu amor. ― Bato em meu colo e a mesma se senta no mesmo enquanto disco os números de sua casa.
— Luke Patterson, o que deseja?
Essa voz me causou arrepios.
― Sou Julie, da escolinha de sua filha Lisa Patterson, acho que você se perdeu nos horários e ela ficou aqui. — Digo segurando a mãozinha da pequena.
― Merda... — Ele murmura no telefone. ― Já estou indo. — Luke desliga a ligação depois de falar.
― Vamos para o pátio esperá-lo. ― Digo levantando ainda de mãos dadas com Liz.
— Você dança ballet junto com a Soso? — Ela pergunta passando as mãos na minha saia.
― Sim, mas agora que ela saiu de licença maternidade eu ficarei aqui na escola no meu turno e no dela. — Sorrio. ― Gosta de dançar?
— Muito! ― Diz com um enorme sorriso no rosto.
— Amanhã eu te darei aula de ballet. — A mesma sorri animada e vamos para o pátio esperar o tal Luke Patterson chegar.
19:00 ㅡ as aulas acabam às 18:00.
— Eliza! ― Um homem diz entrando na escola.
― É apenas Lisa, papai. — Percebo por sua voz a chateação.
― Isso aí, agora vamos embora que eu já estou atrasado. ― Ele diz olhando para o celular.
Arrogante!
― Tchau Jules. ― Abraça minhas pernas e a pego no colo apontando para a minha bochecha esperando por um beijo. ― Até amanhã. ― Ela sorri e logo me dá um beijo.
― Tchau, meu amor. ― Sorrio a colocando no chão.
― Me leva no colo? ― Ela diz puxando o paletó do pai que por um milagre tira os olhos do celular e olha para ela.
― Você não tem mais idade para isso, e não puxe minhas roupas! ― Ele aponta o dedo para a pequena que abaixa a cabeça e o segue até a saída.
— Estúpido... — Digo baixo mas logo ele se vira para mim.
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