Cap. 83 - Quase pulando

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Assim que os dois receberam a caixa, começavam a pensar sobre o trabalho que o professor empunhou as duas raposas.

- E agora, eu não lembro de quase nada de química desses dias - Azure falava isso, olhando para o Bonnie, e colocando sua pata na testa.

- Ei, não precisa se preocupar, eu sou um ótimo aluno de química, então isso não vai ser tão complicado assim - Bonnie falava em um tom calmo, para acalmar um pouco da preocupação do Azure.

- Certo, então o que poderíamos fazer? - Azure pergunta.

- Simples, são eventos comuns do dia a dia - O Bonnie pegava a caixa, onde de lá, ele tirava um palito de fosforo e dava ao Azure - Você fala de queima de combustível nesse fosforo e eu falo de respiração.

- E isso vai ser meio que suficiente? - Azure perguntava, um pouco em duvida, olhando para o palito de fosforo.

- Vai dá bem certo, pode relaxar - Bonnie falava, com um tom de voz confiante.

Azure pensava um pouco nisso, mas depois aquietava e apenas olhava ao redor, vendo o que os outros estavam fazendo, mas no meio da aula, um crocodilo de óculos, que parecia ser só um aluno que gritou ao entrar:

- Gente, tem um aluno no topo do telhado!

- Ei, você não pode só entr-

O professor estava a falar, mas parava assim que a sala toda entrava em euforia com esse aviso totalmente inesperado, ai depois, um aluno da sala perguntava:

- Mas quem que é?

- É um leão, eu não sei o nome dele, ele não é da mesma turma que eu - O crocodilo falava.

Ao ouvir essas palavras do crocodilo, Azure logo entrava em choque, ele mesmo pensava ser o Lex, ele mesmo, saia da sala de aula, na correria, empurrando o crocodilo, o professor o tentava impedir, mas depois dele começar a apenas correr pelos corredores, ele desiste, Bonnie apenas o olhava sair da sala de aula.

Azure corria imediatamente até o patio da escola, onde lá, tinha vários alunos, quase como se toda a escola estivesse lá, e no topo da escola, tinha uma silhueta de um leão de pé, parecendo como se estivesse prestes a se jogar, o Azure, sentindo um nó em seu coração, corria o mais rápido para o telhado, e conseguia, e ele ia até o Lex, lentamente, que olha pra trás, ao ouvir passos.

- O que você está fazendo aqui? - Lex falava em um tom de voz bem alto, ao ver o Azure.

- O que é que você está fazendo aqui? O que deu em sua cabeça? - Azure falava claramente em um tom de preocupação bem claro.

Depois dessa fala de Azure, um trovão ecoava de longe, onde o barulho era escutado por todos, e o céu começava a se cobrir de nuvens nubladas.

- N-Não chega perto, o-ou - Lex dessa vez, parecia ficar extremamente nervoso no momento, ele começava a tremer.

- Por que está fazendo isso? Eu pensava que tudo estava melhor depois de ter ido para o hospital - Azure falava isso, e dava um passo para frente.

- N-Não chega perto! - Lex gritava isso, e dava um pequeno passo para trás.

- Por que isso aqui? - Azure falava. 

- Porque tudo que eu sei criar é problema, e eu quero parar de sentir essa dor que eu mesmo causo - Ao falar isso, Lex continuava a tremer, e também começava a chorar.

- Como assim, nada disso é culpa sua - Azure falava, deixando a mão levantada, apontada para o Lex.

- Como consegue falar que a culpa não é minha!? Esse hematoma não é culpa minha? Eu ter quase matado o Thomas não é culpa minha? - Lex falava isso em voz alta - O Haru ter parado no hospital não é culpa minha!? - Mas nessa ultima frase, ele gritava bem alto, como se quisesse falar para todos os outros alunos embaixo.

- Não, e nunca foi, isso não é sua culpa, nem minha, é de ninguém, eu sei muito bem que não é culpa sua - Azure falava, aproximando mais um pouco, mais bem discreto.

- Não, isso é claramente minha culpa, toda a desgraça da minha vida é culpa minha - Lex falava, olhando para baixo, ainda tremendo e chorando.

Nisso, chegava mais uma pessoa correndo, era um leão e o Azure e o Lex reconhecia claramente, era o pai do Lex.

- Alex, o que está fazendo aqui? - Diferente do tom de voz que o Lex e o Azure escutavam do pai do Lex, que era uma voz mais irritada e impaciente, ele parecia está bem preocupado.

- Pai? - Lex olhava fixamente para seu pai, e ao encarar por alguns segundos, ele cobria a cara dele com sua patas - Não, não era para estar aqui - Lex falava isso, dando pra ver que ele estivesse em panico. 

- Alex, se acalma, não faz o que você está prestes a fazer - O pai de Lex caminha lentamente em direção ao seu filho, de forma sutil e lenta.

- Não, sai! Não chega perto! - Lex pulava um pouco pro lado, se posicionando na beirada, quase caindo.

- Filho, não faz isso, isso não vai resolver as coisas como você imagina - O pai do Lex se assustava com o movimento brusco.

- Como sabe? - Lex descobria as patas de sua cara, e olhava fixamente para a cara de seu pai - Isso tudo é culpa sua! Tudo de ruim em nossa vida é culpa sua!

- E acha que eu não sei disso? - O pai de Lex gritava quando Lex terminava de falar, e ao Lex reagir a isso, ele ficava apenas olhando, com um olhar bem surpreso para o seu pai - Depois de eu perder a Phoebe, eu estava querendo esquecer essa dor que ficava marcada em mim.

Lex não conseguia acreditar no que seu pai estava falando a ele nesse momento, e assim que ele deixava sua pata a deriva naquela queda, o pai dele avança até o Lex e o puxa, o abraçava, e falava:

- Mas seria mais doloroso ainda, perder a unica coisa valiosa que sobrou pra mim nessa vida, não quero lhe perder, como eu perdi a Phoebe, Alexander.

Lex tentava resistir ao que seu pai fazia, mas ele não conseguia, algo em si mesmo não deixava ele lutar de volta, era algo inexplicável, ao mesmo tempo que ele queria acabar com a dor dele, ele queria continuar, para manter a unica figura de cuidado que lhe sobrou.

- M-Me... Me desculpa pai - Lex falava isso, ainda chorando, abraçando com força seu pai.

- Calma, vai ficar tudo bem - O pai dele ainda abraçando, falava ao Lex.

Azure ficava muito comovido e também aliviado naquele momento, seu coração estava a mil quilômetros, mas assim que ele viu que o pai do seu amigo conseguia resolver a situação, ele conseguia ficar mais relaxado sobre.

O garoto diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora