Pov Bailey
A verdade é que eu também não aguento mais ficar longe dela, cada segundo está me matando, porque, ainda que diga o contrário para Shivani, tenho noção de que muito dificilmente nos veremos tão cedo. Cada vez que escuto sua voz, ou vejo sua imagem, tenho um aperto no peito e uma vontade de sair correndo atrás dela. Isso me mata. A ponto de chorar todas as vezes que nosso contato virtual termina. Como ocorreu hoje.
Sai do quarto de Sabina, após desligar o computador, deitei-me em minha cama e permiti que as lágrimas dolorosas escorressem por minha bochecha, queimando-me ao mesmo tempo que parecia lavar minha alma. Sempre me senti mais leve depois de conseguir colocar tudo para fora.
Saby: Bay... - ergui a cabeça, notando minha irmã encostada na porta, enquanto falava com a voz suave. -....Escutei seus soluços.
Segui seu conselho por um certo tempo até que me afastei delicadamente dela, apostando qualquer coisa que meus olhos estão vermelhos e inchados. Ela passou o dedo por meu rosto, secando as lágrimas, enquanto eu respirava fundo tentando me acalmar.
Saby: Está melhor? -assenti. -É difícil aguentar a pressão, eu sabia que você ia estourar uma hora.
- Me mata não encontrar uma solução. -funguei. -Estar preso aqui. -minha voz saiu rouca e cortada, eu não conseguia falar sem que o nó em minha garganta retornasse e as lágrimas me cegassem momentaneamente.
O tempo pareceu desacelerar, à medida que os dias iam passando eu entrava cada vez mais em um buraco próprio, literalmente estava me arrastando pelos cantos. O inchaço em torno de meus olhos já era tão comum que ninguém mais questionava o que havia acontecido. Parte disso porque duvido que não tenham me visto chorar. A realidade chegou dura e fria batendo em minha cara e avisando: Ela não vem. Já estamos entrando em dezembro e é difícil até respirar. Escutei batidas na porta, respirei fundo antes de conseguir abrir a boca para mandar entrar, Pepe apareceu e em passos lentos se aproximou. Passei a mão pelo rosto e suspirei cansado.
Pepe: Está a fim de ir dar uma volta? -convidou-me, com a voz mansa. -Um programa de melhores amigos. Sem a Sabina. -acrescentou. Forcei um sorriso, sabendo que ele estava tentando me ajudar.
-Podemos deixar para outra hora? -Ele me olhou por um instante e então assentiu, deixando-me sozinho. Uma das coisas que mais admiro no Pepe é a capacidade que ele tem de saber quando preciso de um tempo só para mim e quando ele deve insistir.
O pior de tudo é que eu sei o que todos ao meu redor estão pensando e porque estão claramente alarmados. Eles acham que vou voltar para as drogas.
O natal chegou e com ele veio a certeza de que demoraria pra eu ver Shivani, e com isso em mente, esse não seria um dos meus melhores natal.
Saby: Bom, o meu presente para a Bailey não consegui embrulhar... -comentou, levantando, olhei-a curioso. -...E nem encontrar uma caixa grande o suficiente. -ela deu uma risada curta. -Além do mais meu presente tem medo de altura, então não quis vir no treno do papai Noel.
Enquanto falava ela se encaminhava para a porta da frente.
Saby: Espero que goste.
Quando ela abriu a porta minhas pernas bambearam, analisei a pessoa que passara por ela de baixo para cima. As botas pretas, as calças justas, as curvas acentuadas na cintura, o casaco grosso, os lábios carnudos e rosados, os cabelos cacheados caindo sobre o ombro, até chegar nos olhos castanhos.
Shiv: Merry Christmas.
A doce voz soou sobre as badaladas do sino da igreja e os fogos que anunciavam a chegada do natal, que trouxera para mim o melhor presente de todos.
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O Intercâmbio 2° | Shivley/Maliwal
Teen Fiction2° Temporada da adaptação de O Intercâmbio de Shivley.