Pov Shiv
Reconheci a ardência em meus olhos assim que os abri na manhã seguinte, resultado do sono que se abate sobre mim. Bocejei esperei que me acostumasse com a claridade. Os rastros da noite passada eram fortes e impregnantes, porém o espaço ao meu lado estava incompleto. Não encontrei Bailey.
Levantei cambaleando e juntei as roupas caídas pelo chão. Ridiculamente corri até meu quarto, na tentativa de que ele não me visse nua. Como se não tivesse olhado ontem. Após devidamente vestida e com minha higiene matinal feita desci as escadas com a ingênua esperança de encontrar Bailey fazendo o café.
Tranquei ao vê-lo dormindo somente de cueca no sofá. Senti-me uma idiota completa por ter esperado o ver junto a mim como nas noites que vivemos quando éramos um casal. Claramente o que aconteceu ontem não passou de uma diversão. Já tive outras assim, com outros homens... Eu despertava e me encontrava sozinha. Sentia-me feliz assim. Mas com ele é diferente, óbvio que é, porque um dia fui tudo em sua vida e agora não passei de uma mais.
Eu não ia bancar a boba desiludida e nem fazer papel de careta, por isso, mais tarde, quando ele passou pela porta da cozinha o recebi com um sorriso nos lábios.
Bailey: Bom dia. -coçou a nuca, sem jeito.
-Olá. -segui sorrindo tentando não focar os olhos nos seus. -Quer café?
Tentei manter a naturalidade durante o decorrer do dia, mas era inegável o aperto no peito cada vez que me lembrava da noite passada e logo depois dele dormindo sozinho em outro cômodo.
Sentei na varanda coberta e observei a chuva fina que ainda caia sobre o calçamento da rua. Ainda que a olhasse não me focava realmente em nada, meus pensamentos estavam distantes.
Nunca fui o tipo de pessoa que se importa em estar sozinha ou se incomoda com o silencio, talvez por ter me transformado em minha única companhia, durante esse tempo que estou em Los Angeles. Mas é inegável que já me senti só em diversos momentos. Um tipo de solidão diferente, eu vivo cercada por pessoas, pessoas que falam alto, que lotam qualquer ambiente, mas a presença era física, não chegava a me completar, a substituir o vazio existente em meu coração. Ontem, porém, enquanto estava nos braços de Bailey me senti viva, plena. Foi por isso que o baque veio forte quando acordei e ele não estava ao meu lado, meu inconsciente não queria voltar a se sentir só e isso doeu.
Uma pequena lágrima escorreu por minha bochecha, fiz questão de secá-la prontamente. Já passei da fase de chorar por desamores, mas parece que o encontro com Bailey despertou a menina que há em mim.
Bailey: Tédio? -a voz rouca me fez saltar da cadeira com o susto. -Opa, te assustei? -sorriu. –Recordo de como era fácil conseguir essa façanha antigamente.
- É, vejo que você ainda é muito bom nisso. -levantei, colocando meus cabelos para trás da orelha. -Que chuva chata. -franzi o nariz para água que caia. -Será que esse tempo vai encrencar? -olhei para o céu, buscando descobrir se vai cair uma tempestade novamente.
Bailey: Parece que sim. -esticou o braço, deixando que algumas gotas de água o molhassem.
Precisei me ponderar para não suspirar ao ver a blusa colada marcar seu abdômen. Baixei o olhar e acabei o focando sobre a marca roxa na altura de meus seios. Passei os dedos levemente sobre ela, distraída demais para perceber que o olhar de Bailey agora estava focando em meu rosto.
Bailey: Isso está muito feio? -levantei os olhos e me deparei com sua face próxima demais. Ele passou o dedo sobre a mancha, foi o suficiente para me deixar alerta.
-Nada que uma maquiagem não esconda. -ainda que por dentro queimasse de vergonha queria demonstrar que coisas assim acontecem a todo o momento. Ele afastou a mão como se tivesse sido queimado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Intercâmbio 2° | Shivley/Maliwal
Teen Fiction2° Temporada da adaptação de O Intercâmbio de Shivley.