Ela estava nua e de olhos fechados.
Eu sabia que se ela abrisse suas pálpebras eu ia encontrar duas órbitas de cor verde totalmente hipnotizantes. Porém, assim como eu tinha afirmado antes da gente voltar a dormir, tanto os olhos dela quanto os olhos de Sasuke me chamavam atenção. Por mais que as cenas recentes do nosso sexo na Kombi inundassem meu cérebro se repetindo de novo e de novo, eu não conseguia deixar de pensar também na proximidade da boca do Sasuke com a minha quando me inclinei sobre ele para abrir a algema que o prendia a cama e no fato de eu não ter aproveitado melhor aquela oportunidade.
A dualidade de cenas me deixa incomodado. Era como se eu estivesse em êxtase por estar com Sakura, mas ao mesmo tempo me sentindo incompleto por Sasuke não estar participando.
Sim. Eu não queria ele para mim. Como eu havia colocado para Sasuke, o brinde sem o hambúrguer não me servia de nada e vice e versa... Eu queria ele para nós. Era uma coisa bastante complexa.
Estico meu braço desenhando o rosto de Sakura de forma calma e suave. Seus olhos se apertam mais ainda e um pequeno sorriso se faz quando alcanço suas bochechas e desço com o polegar pelo seu pescoço e colo. Provavelmente meu toque lhe causa cócegas.
- O que está fazendo, Naruto? - sem abrir os olhos, Sakura me pergunta no meio de um bocejo que me contagia logo em seguida.
- Não sei. - respondo da maneira mais sincera possível.
- O que aconteceu? - na mesma hora Sakura abre seus olhos se impulsionando para cima utilizando um braço como apoio.
- Nada.
- Sua voz está triste. - me sinto mais do que nu com seu olhar me analisando minuciosamente. Suas pupilas passeando por cada detalhe do meu rosto como se pudesse desvendar meu sorriso amarelo e sem graça. - Eu fiz algo de errado? - seu tom de voz ainda é preguiçoso, mas dá para notar a seriedade que ela está disposta a colocar naquela conversa matinal.
- Sakura, não aconteceu nada. Eu só tive meu melhor passeio de Kombi de toda minha vida. - tento quebrar o clima estranho que havia se instaurado com uma piada, enquanto a puxo para mim de forma a fazer deitar sobre meu peito.
Eu queria escapar de seu olhar.
Eu nem me lembrava mais qual foi a última vez que eu tive um momento como aquele depois de uma transa. Fechei os olhos, me concentrando no perfume que Sakura exalava, no clima acalorado dentro do carro e na textura da sua pele contra a minha.
Aquilo tudo era muito bom.
Instintivamente beijo o topo da cabeça de Sakura, o que a faz esticar o pescoço para cima numa tentativa de voltar a conversar comigo. - É sério. O que aconteceu?
- Nada...
- Naruto. - sua voz me chama como a de uma mãe preocupada com o comportamento peculiar de seu filho. Suspiro já aceitando que não conseguiria esconder nada dela e resolvo desabafar...
- Você tinha razão. Eu sou um cara do tipo que se apaixona fácil. - minha confissão me faz lembrar da primeira vez que eu tinha encontrado Sakura na praia e do nosso encontro romântico seguido por uma fuga não planejada dos caras da Kappa Akatsuki. Naquela tarde, enquanto ajudávamos Jiraya a fechar a loja, ela tinha me dito aquilo: que eu era um solteiro que se apaixonava fácil.
O assunto abordado por mim parece fazê-la bastante feliz. Seu corpo se solta do meu abraço e ela se equilibra apoiada em seus braços enquanto me olha curiosa com seus olhos verdes brilhantes e ferozes. Seu cabelo fudidamente bagunçado e seus peitos com bicos rosados apontando para mim.
Sakura parecia uma Deusa.
Sua imagem é tão bonita, que sinto uma vontade enorme de deslizar minha mão por todo seu corpo. Então estico meu braço colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha e desço com o polegar por seu queixo. Sua pele ainda estava quente o que me fez perguntar se era por causa do momento, ou se ela sempre era assim... Quente.
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A três
FanfictionEla chegou de repente, não falou seu nome e nem o que fazia ali. O cabelo rosa, as tatuagens, o sarcasmo e sua habilidade para atividades pontuais e especificamente inúteis haviam cativado tanto Naruto quanto Sasuke. O problema é que eles poderiam e...