Eu não gostava de ultrapassar meu limites. Controle era uma palavra que me deixava confortável, diferentemente do excesso de álcool que eu havia tomado tornando minha tarefa de pensar um tanto quanto complicada.
Olho para os dois lado da rua antes de atravessá-la, meu âmago praticamente gritando para eu me afastar daquela festa. O barulho, luzes e excesso de gente só pioravam minha situação. Então, sem tropeçar, mas me sentindo um completo idiota por ter ficado preocupado com os meninos e me submetido a participar de toda aquela história de beer pong, me afastei de tudo me sentando do outro lado da calçada, usando o meio fio como banco e o poste como minha luz particular.
Do outro lado da calçada eu tinha uma visão solitária, porém privilegiada da festa. A casa das meninas tinha uma cor não identificável, já que luzes coloridas dançavam nas paredes de acordo com a batida da música. Na frente da residência, vários grupinhos se revezavam entre conversar, fumar, beber e se beijar.
Passei a mão em meu rosto sentindo uma fina camada de suor em minha testa. Eu oficialmente havia extrapolado todos os meus limites com o excesso de bebida que tinha ingerido.
Cuspo no chão sentindo ânsia de vômito, chegando a acreditar que talvez eu não precisasse nem de enfiar o dedo na garganta para colocar tudo para fora. Afasto meus pés preparando meu estômago para acabar logo com aquele mal-estar nos próximos segundos, porém, nada sai.
Infelizmente me ponho a refletir novamente sobre induzir o vômito, mas sou interrompido pela presença ilustre de meu irmão mais velho que para bem na minha frente, me obrigando a levantar o olhar para encará-lo.
- Você não parece muito bem. - Itachi sorri como se estivesse achando hilário meu estado deplorável... E talvez estivesse mesmo. Conhecendo-o como eu conhecia, eu arriscaria dizer que ele estivesse até orgulhoso por ter conseguido me deixar daquele jeito. - Toma. Trouxe água.
- Hum. E qual seria a graçola dessa vez? – olho para a garrafinha de água mineral que Itachi me oferecia amigavelmente não duvidando que ao invés de água, o líquido transparente fosse a pior cachaça que ele havia achado na casa das meninas.
- "Graçola"? – Itachi ri do meu vocabulário se acomodando ao meu lado na sarjeta e também encarando a festa alguns metros a nossa frente. – É só água. Toma, você sabe que precisa disso. Talvez eu tenha exagerado dessa vez.
O comentário de Itachi me faz sorrir largamente, um pouco pelas lembranças que inundam minha cabeça, um pouco pela nossa interação. Porque a verdade é que ele sempre exagerava... Nós sempre exagerávamos quando inventávamos de fazer pegadinhas um com o outro.
- Absinto. Acho que eu não bebo isso desde os meus quinze anos. – sinto um certo tom de nostalgia em minha voz e, quando estico meu braço para pegar a garrafinha de água das mãos de meu irmão, vejo que ele também deve estar se lembrando de alguma cena épica a julgar pelo seu sorriso saudoso. – No que está pensando?
- Não é exatamente pensando, mas me lembrando. – nosso silêncio é preenchido pela música que ecoa da República das meninas. Até que ele volta a falar: - Você se lembra quando você veio me pedindo dicas de "como chegar numa mulher"?
Infelizmente nem os altos níveis de álcool são capazes de me fazer esquecer do fatídico dia que eu, um Sasuke de 17 anos, pedi conselhos amorosos para Itachi e ele, agindo como o irmão mais velho babaca, fez uma pequena brincadeira comigo.
- Foi na época que eu não saia da sua república. Eu não tinha me formado no colegial ainda, mas você sempre me deixava entrar nas festas da Kappa Ataksuki. - balanço a cabeça deixando as lembranças inundarem meus pensamentos. - Eu não queria conselhos amorosos genéricos, na época eu gostava de uma tal de Konan. Ela não saia da sua fraternidade.
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A três
FanfictionEla chegou de repente, não falou seu nome e nem o que fazia ali. O cabelo rosa, as tatuagens, o sarcasmo e sua habilidade para atividades pontuais e especificamente inúteis haviam cativado tanto Naruto quanto Sasuke. O problema é que eles poderiam e...