A longo prazo

647 51 27
                                    

Eu sabia que era uma questão de tempo até ela deixar claro que o que ela realmente queria com aquele pedido de desafio.

Confesso que no início ela parecia verdadeiramente saciada com o beijo triplo, mas não me surpreendi quando sua mão repousada em minha nuca parou de me empurrar contra ela de modo específico, e me fez sutilmente considerar Sasuke como uma opção de beijo.

E o pior que eu considerei.

Aquilo tudo foi 20 vezes mais intenso do que o selinho que a gente tinha dado da última vez que jogamos "verdade ou consequência".

Não. Sendo justo, não tinha como comparar um selinho ao beijo que Sakura orquestrou.

Eu pensei que fosse achar ruim, como se fosse algo insuportável ou abominável... Mas não. Confesso que nosso beijo não foi nada cobiçoso como foi quando estávamos beijando Sakura, e também não chegou a ser algo carinhoso.

Acho que curiosidade é a palavra certa para definir, já que a situação como um todo é insólita. Então, ao mesmo tempo que me sinto atencioso, acabo me mantendo mais afastado. Não tenho vontade, por exemplo, de me encostar em Sasuke, ou puxar seu cabelo como me senti impulsionado a fazer com Sakura a segundos atrás, mas não aquilo tudo um flagelo.

Acabo me lembrando da cena recente em que Sasuke manda Sakura se sentar em sua escrivaninha antes de beijá-la, e isso soa como um aviso de que ele fosse, muito provavelmente, possessivo. Como consequência, meu corpo tenta deixar claro que eu não era assim tão submisso. E, por causa disso, tento assumir o controle e forço o beijo em meu ritmo.

Quase que com raiva, ele corresponde rapidamente validando completamente minha teoria sobre possessão quando, sem algum pudor, sinto sua mão se fechar em volta do meu pescoço de maneira erótica.

Ele não me machuca, muito pelo contrário...

- Caralho. - a voz de Sakura acaba soando trazendo nós dois a realidade. Abro os olhos encarando Sasuke, que também me olhava.

Nós três estávamos visivelmente ofegantes e notavelmente excitados.

Nos separando brutalmente e encaramos aquela que tinha nos induzido àquilo.

- Desculpa. - era cômico a dualidade entre o que Sakura falava e o que ela transmitia, já que ela não parecia nem um pouco arrependida. Seus olhos verdes abertos mais pareciam fascinados com o que acabara de ver.

- Desculpa? - Sasuke pergunta diretamente a ela, me ignorando completamente.

- Você está arrependida? - a pergunta acaba saindo da minha boca.

- Excitada. - confessa com sua respiração entrecortada e, analisando seus olhos pidões, eu arrisco que ela não se importaria de ver mais do beijo que eu e Sasuke estávamos dando.

Infelizmente eu não tenho tempo para ponderar o que tinha acabado de acontecer entre a gente, já que o som da porta sendo aberta de modo abrupto me faz virar para trás de maneira ansiosa.

- Parece que aqui está também está ocupado. - Sai fala com a voz embargada pelo álcool enquanto uma garota loira nos observa curiosa por cima de seu ombro. Ino?

Sasuke bufa como se não acreditasse em tamanha ousadia, já que Sai, como morador da república, tinha seu próprio quarto na casa e mesmo assim, estava procurando um local para se deitar com uma garota.

A única parte que que consigo digerir de tudo aquilo que havia acabado de acontecer, na verdade, é o fato de ter achado Sakura totalmente viciante. O que ao mesmo tempo me parecia singularmente perigoso, vide o que tinha acabado de acontecer.

A trêsOnde histórias criam vida. Descubra agora