Entre Café E Sangue

Vocês Não Vão Acreditar

Shivani geralmente acordava cedo, mas naquele dia a menina se permitiu descansar o máximo possível.

- Bom dia, dorminhoca! - Sua mãe a recebeu com um sorriso. - Como está se sentindo?

- Eu tô bem, na medida do possível.

- Senta. Vou preparar alguma coisa pra você comer.

- Eu me arrependi de de não ter ido pra escola, a Hina deve estar enlouquecendo sem mim lá.

- Tenho certeza que ela pode sobreviver uns dias sem você.

- Eu não conseguiria sobreviver três dias naquele lugar sem ela. - Shivani se aproximou de sua mãe. -  Acho que eu vou ir trabalhar ainda hoje.

- Shivani, não sei se quero que você volte naquele lugar.

- Por que isso agora, mãe? - A menina perguntou sem acreditar.

- Três funcionários daquela lugar morreram! E se tiveram mais vítimas?

- Mãe, não acho que alguém esteja tentando acabar com todos os funcionários da lanchonete.

- Nunca se sabe! Existem pessoas bem malucas por ai.

- Mãe, eu adoro aquele lugar. Vou enlouquecer de vez se não puder trabalhar mais lá.

- Tudo bem, mas tome cuidado. E à partir de hoje, nada de turno da noite, estamos entendidas?

- Claro, mãe.

Shivani almoçou, tirou seu pijama, colocou uma roupa simples e seguiu para a lanchonete. Desde que começou a trabalhar no local, nunca havia ficado tanto tempo sem ir lá, tinha optado por não tirar dias de folga e nem férias.

Cumprimentou os outros funcionários que trabalham no turno da tarde. Apensar de trabalhar com eles há um certo tempo, nunca tinha feito uma amizade como fez com Krystian e Sofya, a ligação entre eles foi instantânea.

Shivani atendeu o máximo de clientes que pode, queria ocupar sua cabeça e não pensar nos acontecimentos recentes.

Faltando uma hora para seu turno acabar, alguém atravessou a porta da lanchonete, Shivani sentiu uma forte necessidade de olhar quem havia acabado de entrar no recinto Quando ergueu seu olhar do bloco de notas e o dirigiu para a porta, lá estava Bailey.

O rapaz olhou diretamente em sua direção, mexeu desajeitadamente nos cabelos e sorriu para Shivani. Uma funcionária foi em direção a mesa em que ele se sentou, mas Shivani a deteve, a garota quis atendê-lo imediatamente.

Ao se aproximar de Bailey, nenhum som saiu de sua boca, Shivani ficou apenas encarando o seu rosto.

- Surpresa em me ver? - Ele perguntou quebrando o silêncio.

- Na verdade não. - Foi a reposta sincera dela. - O que vai pedir?

- Café.

- Apenas isso?

- Hoje sim.

- Trago em um minuto. - Shivani se virou para buscar seu pedido.

- Espera. - Ela se virou novamente para ele. - Eu fiquei sabendo do que aconteceu, eu sinto muito.

- Obrigada. - Ela sorriu forçadamente. Queria esquecer tudo aquilo e ele a obrigou a se lembrar. - Eu já volto.

Shivani levou o pedido para Bailey rapidamante, depois saiu da lanchonete pela porta dos fundos, pegou seu celular e fez uma chamada em grupo para Sofya e Krystian.

- Vocês não vão acreditar em quem tá aqui! - Ela disse assim que eles atenderam.

- Deixa eu adivinhar. - Krystian começou a pensar. - O bonitão rabugento?