O Sangue Nas Minhas Mãos É Seu

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- Bailey! - Shivani chamou pelo seu nome em desespero.

A menina se ajoelhou ao lado do garoto caído. Levou cada uma de suas mãos aos ferimentos no corpo de Bailey, numa tentiva sem sucesso de estancar seu sangue.

- Puta merda! - Noah disse levando suas duas mãos a cabeça, olhando para o seu amigo no chão.

- Alguém chama uma ambulância! - Shivani disse com lágrimas escorrendo de seus olhos.

Krystian, que até então estava sem reação, fez menção de pegar seu celular do bolso para atender o pedido de Shivani, mas Noah o deteve.

- Não! Nada de ambulância.

Shivani ergueu seus olhos até ele. Quando olhou em volta percebeu que ninguém estava preocupado com o fato de ter uma pessoa baleada no gramado da mansão onde estava acontecendo a festa. Todos estavam agindo como se nada tivesse acontecido. Estavam dançando, bebendo, se divertindo.

- Qual é o problema de vocês? - Shivani perguntou brava olhando para Noah. - Qual o é seu problema? Seu amigo tá sangrando no chão! Ele vai morrer se não receber ajuda! Se é que já não morreu. - Shivani voltou seu olhar para Bailey. O rapaz não tinha sinal de vida.

- Shivani, se acalma.

- Como eu posso me acalmar, Noah? Ele levou um tiro no coração!

Naquele momento, Bailey se sentou bruscamente na grama, puxando o ar com todas as suas forças.

- Mas que merda foi essa? - Ele disse colocando a mão no buraco de bala em seu coração. - Quem atirou em mim? - Ele perguntou para Noah.

- Eu não tenho idéia, cara.

- Você tá bem? - Ele se virou para Shivani. - Você se machucou? - Ele perguntou olhando para o sangue nas mãos dela.

- Como você... - Ela começou a dizer.

- Acertaram você? - Ele perguntou preocupado.

- Não. O sangue nas minhas mãos é seu. - Shivani respondeu olhando para suas mãos.

Bailey olhou para os seus próprios ferimentos.

- Que droga! Eu tinha acabado de comprar essa camisa.

Bailey começou a tirar as balas de seu corpo com as mãos, tranquilamente, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Shivani olhou para aquilo boquiaberta. Começou a recuar para longe do garoto.

- O quê você tá fazendo? - Ela perguntou assustada. - Como pode estar parecendo bem?

- Eu estou bem. - Ele disse calmamente se levantando do chão.

- Como você está bem? Acabou de levar dois tiros! - Shivani disse quase gritando.

- Shivani, se acalma. Eu posso explicar.

- Então me explica, Bailey!

- Aqui não, Shivani. - Ele estendeu sua mão para ela. - Eu te explico lá dentro.

- Não. Você vai me explicar isso aqui e agora!

- Shivani, por favor.

Concentrados no diálogo de Bailey e Shivani, ninguém notou um carro estacionando em frente à mansão.

Quando enfim percebeu uma nova presença, Bailey foi em sua direção.

- Foi você quem atirou em mim? - Ele disse avançando no rapaz parado ao lado do carro.

- O quê? - O rapaz perguntou confuso e assustado.

Bailey correu em sua direção com os punhos cerrados, pronto para descontar sua raiva no rapaz.

Entre Café E SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora