Aquele do convite

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Fazer faculdade de Direito nunca esteve no meu top 10 de coisas que deveria fazer antes de morrer, mas aconteceu de um jeito inesperado

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Fazer faculdade de Direito nunca esteve no meu top 10 de coisas que deveria fazer antes de morrer, mas aconteceu de um jeito inesperado. Quando eu me vi, já estava advogando, defendendo meu irmão da ex-empresaria babaca dele.

E o ponto mais legal nisso, foi que a experiência encheu meu coração de alegria. Senti um frio na barriga tão gostoso que me instigou a querer aquela sensação cada vez mais.

No meio dos meus devaneios, alguém escancara a porta do meu quarto e quase me faz cair da cadeira. Minha irmã me olha de um jeito suspeito.

— Nina! Você ainda vai acabar vendo coisas que não gostaria. — exclamo, sem pensar que estou conversando com uma menina de 13 anos.

— Tipo o quê? — ela cruza os braços de forma petulante.

— Esquece. — mudo de assunto. — O que deseja, querida irmãzinha?

— Tomás pediu para te chamar. Vocês vão sair.

Franzo a testa.

— Agora? Não estou afim de sair. — reclamo.

Ela ajeita a postura e me olha de forma ameaçadora.

— Por isso que Tom pediu para eu vir te chamar. Ele disse que se você não topasse, eu poderia dar um chute no seu traseiro.

Cruzo os braços e a olho da mesma forma que ela está me olhando.

— Você não teria coragem. — digo, tentando parecer calmo.

— Tem certeza?

Abandono minha pose de petulante e me levanto, me rendendo. Eu que não vou esperar para ver do que essa garota é capaz.

— Tudo bem! Você venceu.

— Foi um prazer conversar com você, Dig. — ela me olha docemente e sai do quarto como se não tivesse me ameaçado.

Após me arrumar rapidamente, desço as escadas, pego uma maçã na fruteira em cima da mesa de jantar e caminho até a frente da minha casa. Nunca vou entender o conceito por trás das frutas serem decoração.

Deparo-me com Tomás encostado em seu carro, mexendo em seu celular. Às vezes, eu esqueço que tenho um irmão gêmeos e apenas quando alguém diz "uau, como vocês são parecidos" que eu me lembro que eu e ele temos a mesma aparência.

— Você mandar uma sargenta me chamar no seu lugar é golpe baixo. — digo dando uma mordida grande na fruta na minha mão.

Ele dá uma risada.

— Foi o único jeito de você não recusar.

— Onde vamos? — pergunto, já não me aguentando de curiosidade.

— Quando chegarmos você verá. — diz e segue para o lado do motorista no carro.

— Espero que você não se revele um psicopata e esteja me levando para terreno baldio para me matar. — protesto, mas entro no veículo mesmo assim.

Tom ri e liga o carro.

— Você é muito reclamão. Logo você vai descobrir. Ei, você pode escolher a música para ficar mais feliz.

— Odeio como sou comprado fácil. — digo, enquanto escolho uma música do Imagine Dragons.

***

Assim que chegamos em nosso destino, perco a capacidade de falar. Tomás me trouxe em um Coreto. Era o lugar favorito de Luna.

O lugar é rodeado por uma armação de ferro branco e com arabescos forjado com oito colunas para suportar o telhado em forma de cúpula.

— Vamos? — pergunta meu irmão.

Eu apenas assinto com a cabeça. Luna gostava tanto desse lugar que tenho impressão que posso sentir o cheiro dela em todo canto.

— Era o lugar favorito dela. Lembra? — Tom pergunta ao se sentar no chão de madeira.

Eu faço o mesmo que ele e puxo os joelhos para meu peito.

— Por que me trouxe aqui?

Ele suspira antes de voltar a falar.

— Aqui é como se fosse o templo de Luna. De nosso primeiro amor. Eu sinto falta dela, sabe? E quando a saudade aperta, eu venho aqui. É como se aqui fosse um lugar fora dos cosmos e o tempo passasse diferente. Eu não poderia pensar em algo melhor que o Coreto de Luna para te fazer o meu convite.

— Convite? — franzo a testa.

— Você é o meu melhor amigo e sabe disso. Quando eu saí em turnê, fiquei pensando em como seria difícil ficar longe de você. Cheguei a pensar em estratégias para te levar escondido na minha mala. Só que agora... Que estamos sem empresário... — ele hesita.

— Sim? — encorajo-o.

— Queria saber se você não quer ser o novo empresário de Reconvexo.

Engasgo com minha saliva e começo a tossir loucamente. Meu irmão bate nas minhas costas e depois de um tempo respirando fundo, consigo dizer:

— O quê?

— Seja nosso empresário, Dig.

— Mas... Serei capaz de algo tão grandioso?

Meu irmão sorri.

— A pergunta é: o que Diego Ferraz não é capaz de fazer?

Penso na proposta. Eu poderia exercer todo meu conhecimento jurídico nesse novo cargo de empresário. Eu poderia estar perto do meu irmão e conhecer muitos lugares. Mas eu ficaria longe de Joana. Como se tivesse lido minha mente, Tomás continua:

— Estou pensando em chamar Joana para ser nossa coreógrafa também.

Olho para ele, encantado com a ideia.

— Isso seria incrível demais, Tom.

O moreno me olha empolgado.

— Isso é um sim?

— Claro que é um sim! — exclamo.

Ele sorri e me abraça forte.

— E começa a Era de Ouro de Reconvexo.

Sorrio e bato no ombro de meu irmão.

— Será lendário. — afirmo com certeza.

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