Jimin não sabia o que dizer.
Era difícil acreditar que tudo aquilo aconteceu bem debaixo do seu nariz esse tempo todo.
Aquela maldita caixinha, que escondia todos os segredos mais obscuros de seu pai, estava ali, na sua cara, mas nunca a enxergou. Como pôde ser tão cego? Como permitiu que se aproveitassem da sua ignorância?
Era óbvio, sempre foi. Por que Seul se daria ao trabalho de mandar seus homens para uma guerra em busca de um título medíocre, que não mudaria o fato de Busan ser a maior fonte de renda e economia da atual Coreia do Sul?
Talvez o comodismo, a aceitação de sua realidade de merda tenha o impedido de pensar, de conspirar, de nutrir paranoias.
Nunca o levaram para nenhuma clínica de pesquisa quando criança, nunca sequer tocaram em si para realizar experimentos, para buscar a fonte, o gene que o tornava diferente de todos os outros ômegas. Por quê? A resposta esteve bem ali, diante de si, por anos a fio.
Seu pai não permitiu, ele aproveitou-se da influência e do poder que tinha em mãos para lhe proteger do próprio governo e de Seul, que já ameaçava Busan de guerra há mais de duas décadas apenas para ter em mãos um ômega lúpus.
A criatura mais extraordinária e diferente de todas as outras que já pisou na península coreana. Sua própria existência era questionável, no mínimo curiosa, motivo de atenções indesejadas e invejadas.
Seu pai, o alfa que mais amou no mundo, matou e morreu por sua proteção.
Aquela guerra, que antes não passava de uma missão que estava determinado a cumprir com unhas e dentes, agora, se tornara pessoal. Seul acabou de se tornar seu maior inimigo, e faria de tudo, absolutamente de tudo para sobreviver e acabar de vez com essa maldita rivalidade.
— É a mim que vocês querem? — murmurou, analisando o plano de contra-ataque um pouco amassado e estendido sobre sua mesa de trabalho. — Então é bom que estejam prontos para a festinha que estou organizando para vocês.
Fez algumas alterações no plano, de última hora. Havia agendado uma reunião com todos os líderes executivos e alfas poderosos do meio político para o dia de hoje, cerca de uma semana depois de descobrir tudo o que descobriu.
A primeiro momento, amassou o plano de contra-ataque e fez outro, de ataque, com idéias sanguinárias que visavam nada além de um massacre, tudo graças ao ódio que sentia naquela hora. Mais tarde, após uma noite satisfatória de sono, voltou atrás e pensou mais um pouco, decidindo que tomaria aquela decisão — que, cá entre nós, infelizmente não era decidida somente por ele — mais tarde.
Queria destruir Seul, cuspir no seu túmulo e dançar sobre os corpos mortos de seu exército. Soava doentio? Experimenta viver uma mentira por toda sua vida e no fim descobrir que a porra de um governo entraria em guerra com outro apenas para possuir sua genética lúpus, em busca de algo que pertence unicamente a si e sua linhagem.
No entanto, mesmo sendo o Capitão, ainda existia uma hierarquia extensa acima de si. As grandes decisões, como o planejamento de uma guerra que colocaria em risco milhares de vidas, devia ser decidida em conjunto. Jimin iria lá, apresentaria o que tinha em mente e esperaria pela aprovação da maioria, se não aprovado, tinha duas escolhas; aceitar ou recorrer a Seokjin, que sempre dava um jeito de lhe apoiar e conseguir o que queria.
Encerrou os últimos preparativos sobre o rascunho do planejamento, e o guardou cuidadosamente, ignorando os amassados que ele mesmo deixou em um momento de estresse, ansiedade e picos de raiva. Depois, trancou a gaveta com a única chave capaz de abri-la, e abrigou essa mesma chave em seu bolso.
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War of ruined · jikook [ABO]
Fanfiction⚠ PASSANDO POR REVISÃO ⚠ Ano 2182. O mundo que conhecemos foi devastado por bombas nucleares durante a Terceira Guerra Mundial, dizimando boa parte da população que compunha o globo e deixando poucos sobreviventes para trás. Estes indivíduos, atravé...