[11] What I'm doing here?

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A sonolência e a grande quantidade de álcool ingerido impedia Jimin de raciocinar direito e prestar atenção no caminho que o sujeito que lhe carregava seguia. Sua pouca visão estava turva, além de sua consciência bagunçada.

Quando finalmente conseguiu diferenciar o certo do errado, um ponto se acendeu em sua cabeça. Um pensamento coerente, diferente das besteiras que corriam por sua mente; quem estava lhe carregando?

Pelo cheiro e músculos, imediatamente associou a um alfa. Agora bastava saber quem seria este alfa, e quais suas intenções. Poderiam ser boas, assim como poderiam não ser. Jimin já cansou de dizer que a genética lúpus não tirava de si o fato de ser um ômega, e, bem, desde os primórdios os ômegas são visto como máquinas de reprodução pela sociedade.

Perdeu as contas de quantas vezes ouviu teorias de seu pai sobre os casos de famílias que vendiam seus filhos ômegas para o governo em troca de dinheiro. E se você quer saber o que supostamente o governo fazia com eles: esperava a temporada do cio chegar e jogavam um alfa dentro de seus quartos, obrigando-os a acasalar.

De alguma forma, esta hipótese repugnante fazia sentido para Jimin. Talvez seja esse o motivo para os orfanatos de Busan estarem superlotados em 2184. Infelizmente, a capital ainda necessita de melhoras em sua moral conturbada.

E foi pensando mais do que sua situação permitia que acabou se entregando a escuridão outra vez, sentindo apenas seu corpo balançar nos braços fortes daquele alfa até então desconhecido por si.

Na manhã seguinte, acordou com fortes dores na cabeça e um raio de sol que atravessava uma pequena fresta entre as cortinas de uma janela em seus olhos. Piscou algumas vezes antes de se sentar, tentando afastar o marasmo do sono e lembrar-se de onde estava. Pois, ao analisar o quarto, não demorou para notar que não era o seu.

Entrou em um desespero interno enquanto continuava a tentar se lembrar do que acontecera consigo noite passada. Lembrou-se de ter saído puto da base do exército e Taehyung logo atrás rindo de sua irritação, em seguida foram até um bar de esquina e beberam até esquecerem dos próprios nomes.

— Merda — reclamou, quando uma pontada de dor afastou seus devaneios e não conseguiu encontrar o que queria.

Puxou o cobertor que cobria seu corpo levemente febril para o lado e se levantou da cama. Sem saber o que realmente fazer, caminhou pelo cômodo até alcançar porta e sair dalí.

Passou pelo corredor extenso e de coloração neutra, nada além do branco básico, notando alguns quadros de arte abstrata na parede. Achou um pouco estranho, já que pode reconhecer alguns nomes de pintores famosos do século XX assinados nas obras, entretanto, elas não tinham sido destruídas pelas bombas nucleares?

Deixando isso de lado, desceu as escadas para o primeiro andar com ajuda do corrimão. Sua cabeça latejava constantemente, levando o lúpus a amaldiçoar ressacas como aquelas, e fazer falsas promessas de nunca mais colocar um pingo de álcool na boca.

Seus pés estavam prestes a tocar o último degrau, quando ouviu alguns barulhos que suspeitou ser da cozinha, pois reconhecia de longe os barulhos arrastados de uma colher raspando no alumínio de uma frigideira.

Terminou de descer e caminhou sorrateiramente até o local de onde provinha os sons, e se arrependeu no momento seguinte. Teria sido mais fácil sair de fininho e fingir que nada nunca nem aconteceu.

— Ah, você acordou! — ouviu-o exclamar com sua voz que subitamente conseguia irritar Jimin, sem nem fazer ideia do motivo.

— O que eu estou fazendo aqui? — questionou, de braços cruzados e sombrancelhas unidas.

— De nada, foi um prazer ajudá-lo — respondeu com ironia.

— Ei, tá querendo levar a pior surra da sua vida? Me responda direito!

Jungkook suspirou, se recostando no mármore da pia da cozinha, olhando o ômega de feições irritadiças demais para um rosto bonito. Passou a língua vagarosamente pelos lábios e deu um passo mais próximo dele.

— Eu estava voltando para casa quando por acaso te encontrei bêbado, quase dormindo na calçada — diz, dando de ombros. — Então decidi te trazer pra cá, já que não sei a onde você mora.

— O que? Pra que? Tivesse me deixado lá, não pedi sua ajuda!

— Você não estava muito consciente para recusar ajuda, poderia ter sido pior se ficasse lá — rebateu, arqueando uma sobrancelha. — Tem noção do quão imprudente foi sua atitude? Por que nenhum amigo seu te levou para casa?

Merda, no fundo Jimin sabia que Jungkook tinha razão, e que havia dado muita sorte, aliás. Este alfa o ajudou, mas qualquer outro poderia se aproveitar do seu estado e, deus, sequer gostava de pensar na possibilidade.

— Eu não sei, todos estávamos bêbados — suspirou, abaixando um pouco a bola, estava sentindo-se um idiota. — Devo ter recusado a carona.

— Do jeito que tu é orgulhoso, eu não duvido — ao fim de suas palavras, sentiu um tapa fraco acertar-lhe o braço, quase fazendo-o rir. — Isso foi um gesto de agradecimento, é?

— Cala a boca — cruzou os braços, virando o rosto ruborizado para o lado, antes que o maldito pudesse ver o quão envergonhado estava.

Jungkook realmente havia o ajudado, jamais teria esperado algo do gênero vindo dele, ainda mais por não confiar nem um pouco em pessoas daquela classe; com exceção de seu falecido pai e Seokjin. Nem mesmo Hoseok, depois de quase cinco anos de amizade, havia conseguido toda sua confiança.

O alfa sorriu de canto, negando levemente com a cabeça enquanto aproximava-se do fogão, virando o que parecia ser um omelete dentro da frigideira, terminando de preparar a pequena refeição para o café da manhã. O cheiro delicioso chegou até suas narinas, que dilataram ao buscar por mais.

— Está com fome? — indagou sem sequer olhá-lo, ocupado demais coloando o omelete em um prato branco.

— Não... — negou, mas seu estômago o entregou ao roncar de imediato. — Talvez eu esteja.

Ele colocou o prato sobre a mesa e apontou para a mesma, indicando a Jimin que poderia se sentar e comer. Relutante, o acastanhado se aproximou lentamente e se sentou em uma das cadeiras, pegando o garfo e levando um pedaço de omelete a boca. Saboreou a primeira garfada um tanto quanto surpreso, estava gostoso.

— Uau... — pronunciou. — Quem diria hein, você sabe mesmo fritar um ovo.

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(N/A)

Irra, brotei com mais uma att de WOR

Fazendo com que os leitores de Numbers fiquem pistola com a demora da att dela

Relaxem que o capitulo já esta em andamento, viu?

Amo vocês 💕

E já queria aproveitar essa oportunidade para dizer que em breve estarei postando mais uma fanfic jikook

É claro que primeiro planejo terminar algumas outras que tenho para não me deixar muito atrapalhada

Ela se chamará "O último xerife", título em português mesmo, não gostou me processa

Vai ser faroeste e vai se passar nos Estados Unidos

Se preparem pra um JK xerife, meninas

Beijos, e até a próxima att

War of ruined · jikook [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora