Havia se passado uma semana desde o último encontro entre Jimin e Jeongguk.
O Park tentou ignorar este acontecimento e seguir em frente, mas era impossível não pensar naquele alfa antes de dormir e querer se bater por isso.
No momento, ele se encontrava frente a um de seus soldados, dando o maior esporro que aquele pobre coitado já levou em toda a sua vida. E tudo com palavras ditas de uma forma tão raivosa e superior, que era difícil não se sentir humilhado.
—Se você nasceu alfa, aja como alfa! Mas que porra, quer tomar uma surra na guerra? Quer morrer lá, caralho? Não vai fazer falta nenhuma! — empurrou o mais novo em direção ao chão com o pé, já que ele estava ajoelhado a sua frente. —Mais alguém? — todos se manteram em silêncio de cabeça baixa. —Perfeito. Agora voltem ao treinamento, e sem gracinhas desta vez.
Cruzou os braços frente ao peito, com sua posição sempre mandona e expressão sempre fechada. Jimin demorou um tempo para entender o motivo da maioria dos alfas correr da sua presença, porém, foi só entrar no exército que conseguiu entender.
Seu modo de agir, suas palavras, sua pose e sua feição. Quem iria querer estar na presença de um ômega tão assustador como ele? Um louco, com certeza, ou um masoquista.
—Eu sou um caso perdido — comentou para si mesmo, enquanto analisava o desempenho de seus homens.
Era sempre assim, sempre pensando em sua vida amorosa parada. Talvez fosse carência, ou talvez fosse o famigerado vazio que sentia em seu peito. No fim, nada disso importava, nunca foi um cara fácil, em vários sentidos. Quando se deu conta, o treino havia acabado e agora estava no refeitório se lamentando para Seokjin, enchendo o Kim com suas frustrações pessoais do dia a dia.
—Você tem que parar de pensar assim — o moreno tentou aconselhá-lo. —Poxa, você não está sozinho nesse mundo hipócrita e injusto, eu sempre estive aqui.
—Disso eu sei, seu abestado — enfiou uma batata frita na boca. —Eu tenho bons amigos, mas não tenho a porra de um parceiro! Eu preciso foder, Seokjin, você me entende?
—Meu caro, eu sou o que mais te entende aqui — acompanhou a linha de sofrimento do amigo, desta vez se lamentando junto dele. —Acha que os alfas gostam de ter relações com outros alfas?
—Mas seus pais eram dois alfas — diz um pouco confuso.
—Eu digo alfas homens, as mulheres alfas são atraentes e podem gerar filhotes assim como ômegas, o que muda é o instinto agressivo delas — fez um beiço nos lábios. —Eu não sou uma fêmea, Jimin.
—Ah... agora eu entendi — se frustou mais ainda, por perceber que não era o único fodido em relações amorosas. —Vamos morrer sozinho, que merda.
—Não vamos morrer sozinho, temos um ao outro!
—Tá, mas eu preciso transar — jogou os cabelos para trás. —E com você não da certo, tu é mais passivo que eu.
Os dois continuaram discutindo sobre o assunto, aumentando o tom de voz algumas vezes sem se importar se as pessoas ao redor os olhassem como se fossem dois alienígenas. Após terminarem suas refeições e a conversa que não os levariam a lugar algum, puderam ver o Tenente Jung se aproximar com um sorriso alegre no rosto.
—Ei, vocês dois! Temos visita!
—Visita? — Seokjin questionou.
—Omo! Você não sabe? Daegu transferiu um de seus melhores tenentes para o nosso exército — respondeu, sem tirar o sorriso do rosto.
—E como isso não chegou aos meus ouvidos primeiro? — questionou novamente, indignado.
—Eu não sei — deu de ombros e voltou sua atenção a Jimin. —Ele quer te ver.
—O que? Por quê?
—Park Jimin, o ômega lúpus que comanda o exército de Busan — falou como se fosse a fala de um repórter de um jornal qualquer. —Tu é famoso agora, todas as cidades aos arredores estão sabendo de você.
O Park piscou, um pouco surpreso enquanto levava outra batata frita a boca. Sabia que a sua classe era impressionante e questionável, ninguém nunca viu um ômega lúpus desde os primórdios dos híbridos.
—Certo, me leve até ele — acabou cedendo e seguiu Hoseok até a área restrita para os grandes pelotões. Seokjin os acompanhou, curioso para saber quem era o tal tenente transferido.
O caminho até lá foi cheio de alfinetadas, um provocando o outro, brincando e jogando conversa fora. Ao chegarem, alguns membros de alta patente do exército estavam sentados em uma roda de amigos. No meio deles, Jimin estranhou um que estava de costas.
O uniforme dele não era azul, e sim verde. Automaticamente associou o sujeito como o tenente de Daegu.
Hoseok foi até ele, conversando um pouco antes de ambos se virar e olhar para Jimin. Okay, agora Jimin desejou muito ter uma arma na mão para arregaçar aquele rosto lindo e nem tão desconhecido assim.
—Capitão Park, este é Jeon Jungkook.
—Ah, só pode estar brincando com a minha face que esse canalha é o tenente que estava falando! — exclamou, chocado, recebendo atenções dos de mais soldados.
—Sim, é ele, vocês se conhecem? — franziu o cenho, tentando entender a situação.
—Esqueci de lhe avisar, 1° Tenente Jung — o moreno sorriu simpático para o outro. —Park e eu nos conhecemos no bosque aqui perto.
—Sério? Que bom! Imagino que já possuem alguma afinidade, então.
Jimin encarou Jungkook, um pouco incrédulo e finalmente ligando os pontos. O filho da mãe havia dito há uma semana atrás que se veriam em breve, só não imaginava que seria desta maneira.
—Então você é de Daegu? E eu pensando que era um maldito qualquer.
—Ah, andou pensando em mim senhor Park? — rebateu.
—Cale a boca, seu porra — juntou as sombrancelhas. —Não me provoque, sou seu superior.
—Oh, claro, me desculpe — diz se desculpando, mas o ômega notou o deboche usado de fundo.
Seus olhares se encontraram, ambos possuíam olhos de verdadeiros predadores. Dava para sentir há quilômetros de distância a intensidade que aquela troca de olhares causou no ar.
Jimin não soube explicar a sensação que aquilo lhe causou, mas não desviou seu olhar por nenhum momento. Pelo contrário, apenas o manteu fixo até dar um passo para frente, ficando cara a cara com o alfa.
—Eu não faço ideia do motivo da sua transferência, mas acho bom tomar cuidado comigo — levou as mãos até a gravata frouxa do maior, com ousadia, e a apertou ao ponto de sufocar contra a gola da camiseta social. —Passar bem — sorriu cínico e se afastou. —Bem longe de mim.
(N/A)
Alguém quer me dar uns tapas pela minha demora? Pode dar a vontade, demorei demais
Mas aqui to eu ne
O que acharam do capitulo?
Ai ai, esse jikook vai demorar pra se assumir, mas tenham paciência, pelo amor de deus
Amo vocês hein! Beijos 💕
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War of ruined · jikook [ABO]
Fiksi Penggemar⚠ PASSANDO POR REVISÃO ⚠ Ano 2182. O mundo que conhecemos foi devastado por bombas nucleares durante a Terceira Guerra Mundial, dizimando boa parte da população que compunha o globo e deixando poucos sobreviventes para trás. Estes indivíduos, atravé...