capitulo 14

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As semanas passaram e a nossa rotina mudou completamente.

Todo o nosso tempo livre agora é gasto um com o outro. Dormimos juntos todas as noites, na minha casa ou na dele. E, mesmo nos dias em que Noah sai tarde do bar, ele vem para a minha casa, ainda que eu esteja dormindo, enfia-se em minha cama e dorme abraçado comigo.

Os amigos ficaram felizes com o início do nosso relacionamento. Lamar, inclusive, veio me agradecer, dizendo que Noah estava muito mais tranquilo, menos mal-humorado e parecendo realmente feliz.

Eu continuei cantando no After Dark com Bailey e a The Band. Nós conversamos muito sobre sua postura no palco e ele me prometeu que não provocaria Noah de forma alguma, principalmente porque Bailey agora tocava com sua caríssima guitarra nova, que ganhou de Krys por me ajudar com o plano maluco.

Mesmo que Bailey não tivesse mais dado em cima de mim e estivesse sempre com várias groupies penduradas nele, Noah tinha verdadeiro horror que ele se aproximasse. Ele não brigava, nem falava nada, mas eu percebia que, na presença de Bailey, ele ficava tenso, o cenho franzido e a musculatura travada. Não importava quantas vezes eu dissesse que Bailey era apenas um parceiro de música, nada o fazia se sentir mais à vontade.

A nossa família ficou encantada. Wendy não parava de sorrir quando nos via juntos e me ligava sempre, para saber como andavam as coisas.

Noah era atencioso, caloroso e carinhoso comigo, mas nunca falava sobre os seus sentimentos e isso me incomodava. Era notório que estávamos juntos, mas ele nunca me apresentou como sua namorada e nunca disse que me amava. Ele não expressava com palavras aquilo que demonstrava com ações.

Vocês podem achar que eu estava sendo boba ou imatura, mas todo mundo gosta de ouvir o quanto é importante para a pessoa amada. E eu amava Noah. Ainda não tinha dito isso para ele, estava esperando que ele falasse primeiro, mas a cada dia ficava mais difícil segurar as palavras que estavam na ponta da minha língua.

Tinha outra coisa que me deixava meio desanimada. Mesmo sabendo que eu tomava pílula e que fazíamos exames periódicos e estávamos saudáveis, ele nunca abria mão do preservativo. Ele dizia que não queria arriscar uma gravidez indesejada e que deveríamos ser prevenidos. Eu nem sei se tinha o direito, mas eu me sentia como se ele não confiasse em mim. Como se eu fosse dar o golpe da barriga e mantê-lo preso a uma criança pelo resto da vida.

Eu e Krys conversamos inúmeras vezes sobre isso, mas o que eu nunca falei, nem para ele, é que, lá no fundo, eu sentia que o problema de Noah não era o medo de ter um bebê e sim de se comprometer.

Eu evitava pensar nisso, para não me deprimir, porque tudo que eu queria era ficar com ele para sempre. Mas eu não tinha nenhuma segurança de que o que tínhamos, apesar de ser maravilhoso, teria um futuro, de que teríamos uma casa nossa, uma família e o nosso felizes para sempre.

Eu acho que estou assim, um pouco melancólica, porque hoje faz seis meses que estamos juntos.

Sorrio quando me lembro daquela noite perfeita e tenho a expectativa de que ele vá fazer algo especial, já que tem andado meio misterioso esta semana. Eu comprei até uma lingerie especial para comemorar.

O meu celular toca, reproduzindo um trecho de Come Away With Me, que ele programou como seu toque no meu telefone. Sorrio com a expectativa de que algo bom está por vir.
– Hey, baby. Está em casa? – ele pergunta animado e ouço um barulho como se uma festa estivesse acontecendo.
– Estou sim. Onde você está? – eu pergunto e não consigo evitar de me sentir um pouco nervosa.
– Eu estou na casa do John, aqui em Santa Monica. Ele me ligou de manhã, me convidando para jogar pôquer com uns amigos. Eu estou ligando apenas para avisar que eu não devo ir para o bar hoje. Você poderia ir com Krys?

louca por você >noany< (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora