capitulo 8

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Acho que nunca me senti tão puto. Eu vou subir nessa merda desse palco e tirá-la de lá, nem que seja à força.

Lamar chega perto de mim e me puxa pelo braço até os bastidores.

– Cara, calma…
– “Calma” uma merda! O que a Any está fazendo com aquela roupa minúscula no palco? Porra! Eu cansei de dizer que não quero que ela cante aqui. Lamar, tira essa menina de lá antes que eu tire, se eu fizer isso não vai ser bonito! – eu digo, passando a mão na cabeça. Estou atordoado. Não sei nem o que vou fazer com a Any quando eu conseguir tirá-la daquele palco
.
– Noa… – Não quero saber. Eu a quero fora de lá agora! Porra!
– Noah, não seja infantil. A casa está lotada e temos, pela primeira vez, um crítico do Los Angeles Times na plateia. Coloca a cabeça no lugar. Não vou interromper o show. Nem você vai – a tranquilidade de Lamar me deixa mais irado.

Ando para lá e para cá como um leão enjaulado. Quando eu colocar as mãos nela…

Imediatamente, me vem a imagem dela cantando, de olhos fechados, e eu me sinto endurecer de novo. Merda! Eu sacudo a cabeça. Ela é a Any, lembra? Sua irmã. Esquece isso, porra.

– Noah, bebe um pouco e se acalma – Krys aparece, não sei de onde, empurrando um copo de uísque na minha direção. Pego o copo da mão dele e viro de uma só vez.

– Lamar, eu quero ela fora do palco em quinze minutos, com ou sem crítico. Estou puto com essa merda.  ocê não tinha o direito…
– Sou tão dono do bar quanto você. Se você ou Josh tivessem atendido a merda do telefone no dia em que o Snash abandonou tudo, eu teria conversado com vocês. Mas não. Vocês estavam ligados só na porra da expansão, e não me deram a mínima

quando Lamat começa a xingar, eu tento me controlar. Ele não é um cara estourado como eu. Na verdade, ele é a pessoa mais calma que eu conheço.

Ando mais algumas vezes pelo corredor. De repente, Krys me coloca sentado em uma cadeira.

– Noah, senta aqui. Respira fundo. Desse jeito, você vai enfartar. Ainda bem que nenhum cliente entra aqui, eles iriam se assustar. Seu cabelo parece que passou por um furacão.

– Krys, como você deixou que isso acontecesse? – eu pergunto, com a cabeça apoiada nas mãos.
– Noah, é o sonho dela.
– Sonho? Mostrar a porra do corpo num vestido curto e apertado em cima de um palco de merda? – eu grito com ele, perdendo o controle mais uma vez.
– Você está aborrecido por ela cantar ou pelo vestido curto? Ela é uma mulher linda, Noah. Merece usar roupas que a valorizem. Any não é mais uma menina

quando o ouço falar isso, lembro mais uma vez do que senti quando entrei no bar e a vi. Eu não sei o que me aborrece mais: ela estar cantando, a roupa curta ou a reação que eu tive.

Vejo um movimento à minha frente, e Lamar está indo até o palco anunciar o intervalo. A banda vai saindo, os músicos rindo e conversando entre si. Em seguida, sai o Bailey idiota segurando a mão da minha mulh… irm… Merda. A mão da Any.

Levanto da cadeira e vou em direção aos dois como se estivesse possuído. Quando Any se dá conta da minha presença, ela abre ainda mais aqueles olhos castanhos, assustada, e tudo que penso em fazer é tirá-la de perto desse imbecil.

– ANY GABRIELLY, MEU ESCRITÓRIO, AGORA! – eu grito, nem espero uma resposta. Pego seu braço e a levo comigo.

Empurro-a para dentro da sala e bato a porta com força. Eu estou tão puto e, ao mesmo tempo, desesperado.

– Que merda, Any. Eu já não falei que não te autorizava a cantar aqui?
– Noah, deixa eu explicar…

Não sei o que essa mulher faz comigo. Não posso ouvir a voz dela, que me sinto possuído. Quando ela tenta se explicar, não vejo mais nada na minha frente. Sinto-me tomado por um desejo enlouquecedor.Algo que eu nunca senti por ninguém. Não consigo mais raciocinar.

louca por você >noany< (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora