Dancetale - Uma dança para lembrar

Capítulo 4.

As ruínas eram bem grandes. Vários corredores, mais quebra cabeças que eu teria de resolver sozinha. Achei mais alguns save points, e cada vez mais lembranças vinham à minha mente.

Enquanto passeava, eu ligava pra Toriel, perguntando como ela estava, e ela também me ligava, perguntando minha torta favorita, algumas coisas sobre mim e eu sobre ela.

Aprendi, também, como que funcionava o sistema de batalha no subsolo: Ao entrar em combate, muitos monstros, depois de um tempo, se cansarão da luta, e pedirão para que os poupem indiretamente. Assim que ver uma aura amarela vinda do monstro, você deve ter misericórdia. E para se dar bem em um combate, deverá dançar o estilo de música de seu oponente, assim poderá esquivar e contra atacar melhor, se for o caso.

Em uma passagem achei uma faquinha de brinquedo, era de plástico e quebrava fácil. Devia ser de algum monstro ali, então não a peguei.

Até que enfim, cheguei num lugar amplo com uma árvore grossa a grande no meio dela, e uma casa atrás. era com certeza a casa de Toriel.

Ao me aproximar do save point, uma música começou a tocar, como nas vezes anteriores. Ela mexia comigo de algum jeito, e dessa vez não foi diferente. O ambiente, a música, as lembranças, me traziam tanto conforto, saber que talvez eu pertencia à algum lugar... meu corpo começou a se mover, e quando percebi, eu estava dançando. Fazia movimentos leves no início, mas a emoção foi tanta que deixei meus braços e pernas se moverem sozinhos, deixando toda a minha alegria se soltar.

Eu ria, sorria, pulava, girava, meu corpo não doía mais. Eu sentia apenas algo que não sentia a tanto tempo: liberdade. Senti meu corpo se esquentar. Ao dançar com meus olhos fechados por completo, não notei a presença dos monstrinhos que se reuniram em volta. Quando parei de dançar, meu rosto enrubesceu ao ver tantos deles me observando, maravilhados. Eles aplaudiam, assoviavam contentes. Me virei e vi Toriel, que com suas mãos entrelaçadas, exibia uma expressão tão feliz e serena. Ela tinha lágrimas nos olhos.

Admito que me assustei um pouco ao vê-la, mas sorri por saber que tinha chegado no lugar certo.

Os monstros foram se afastando, e Toriel se aproximou de mim, com um sorriso.

-Você foi tão maravilhosa.

-A-ah! Obrigada, Toriel -retribui o sorriso, ainda envergonhada.- eu nunca tivera tanta gente pra me olhar dançando, antes era só... eu. Mas que bom que gostou heh...

Ela pegou em meu braço delicadamente, onde tinha um pequeno corte, e me olhou de cima pra baixo.

-Suas roupas..

Eu olhei pras minhas roupas, rasgadas, sujas e esfarrapadas.

-Ah! Tá tudo bem!

-Vamos entrando?

Assenti e entramos na casa dela. Lá dentro tocava uma música de fundo como se fosse tocada em violão, e era uma melodia familiar e calorosa, como uma família cantando pela lareira, sabe?

Tinha um cheirinho delicioso de torta de caramelo e... canela? Melhor ainda.

Lá era quentinho e aconchegante.

-Tadããã! Bem vinda à Home! Minha pequena casinha! Eu preparei uma torta de caramelo e canela pra sua chegada, porque fiquei meio indecisa sobre qual gostaria, mesmo você me dizendo qual era -ela riu, um pouquinho envergonhada.

-Tá tudo bem! Tem um cheiro delicioso já!

Eu cocei meus olhos, um pouquinho cansada. Não tinha percebido que estava tão cansada. Toriel me levou até um corredor lá do lado, e me mostrou um quarto, lá no final.