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Akali sentou-se no carro de Evelynn exatamente três semanas depois. Ela estava com uma Ferrari 458 Itália dessa vez.

As duas tinham acabado de gravar a cena juntas dentro do trem. Akali gostou do resultado, tinham uma sinergia muito boa — afinal, ver Evelynn dançando era quase hipnotizante, e o estilo das duas combinou muito bem. Além disso, estava cada vez mais animada ao ver que todo seu esforço estava dando resultados concretos.

A parte de gravações do dia tinha acabado e a diva convidou Akali para almoçar. À tarde, o grupo ensaiaria as coreografias do álbum no estúdio de dança da empresa. A rapper realmente precisava daquele tempinho livre para se preparar.

— Há um restaurante japonês muito bom na cidade vizinha — informou Evelynn. — O que você acha de almoçarmos lá? Podemos dar uma volta...

Akali concordou. Evelynn sorriu; mesmo usando óculos, a morena conseguia ver que seus olhos amarelados reluziam. Mais puros que ouro.

Quando alcançaram a estrada que ligava uma cidade a outra, Akali fechou os olhos. Havia um pouco de trânsito, mas nada que impedisse Evelynn de correr. Não tanto quanto antes, mas ainda assim... O cheiro de incenso, o vento, o barulho do motor, a adrenalina. Era sempre assim, mas Akali não estava feliz dessa vez. Com o canto dos olhos, analisou Evelynn. Ela parecia bastante focada no asfalto à sua frente. Sempre perdida em pensamentos.

A outra mulher ligou o pisca e as duas passaram pela rotatória para entrar na cidade vizinha. Evelynn tamborilou os dedos no volante; estavam quase chegando.

Cinco minutos depois, a diva já estava parando em frente a um pequeno restaurante. Desceu do carro e Akali foi logo atrás. O lugar por dentro era bem aconchegante e, tirando elas, tinha apenas outro casal; perguntava-se de onde Evelynn conhecia um lugar como aquele, tão... diferente do seu estilo.

Sentaram-se perto de uma grande janela. Akali tirou o boné que usava e apoiou o rosto em sua mão. Sentia que não conseguia encarar Evelynn por mais de dez segundos.

Uma moça gentil veio atendê-las. Akali pediu um pequeno combinado de sushi e Evelynn, salada.

— Você está bastante quieta, meu bem — Evelynn observou, tirando seus óculos. Seus olhos pareciam querer penetrar no fundo da sua alma. — Tudo bem?

Akali concordou.

— É o cansaço — mentiu. Na verdade, era a vergonha. Não conseguia encarar sua colega de equipe sem lembrar de toda a inspiração que ela tinha dado-a, sem lembrar do quanto queria beijá-la. Talvez estivesse gostando mesmo de Evelynn; e daí? Estava sempre tão ocupada que nem tinha tempo para se preocupar com sentimentos. Não tinha tempo para borboletas no estômago, bochechas coradas e flertes ruins.

A não ser naqueles momentos. Sentia-se completamente vulnerável quando era só ela e Evelynn — e todos seus pensamentos.

A diva, por sua vez, não pareceu acreditar muito em sua resposta.

— Se você diz... — Deixou no ar. — E então, como está seu novo projeto musical?

Ah, sim. Akali recentemente tinha compartilhado isso com suas amigas; depois das turnês, tiraria sua ideia de criar um novo grupo musical do papel. Precisava colocar tudo aquilo que sentia para fora, expandir seus horizontes, mas não achava que o K/DA era o lugar certo para isso. Suas colegas de equipe apoiaram-na bastante e entenderam seu lado. Todas ficaram felizes com sua decisão e adoraram ainda mais a ideia depois de descobrirem que ela não sairia do K/DA. Àquela altura, Akali já até tinha entrado em contato com Ekko e Qiyana, dois cantores que teve o prazer de conhecer quando participava das batalhas de rap nas praças, mas ainda faltavam mais pessoas — e um nome para o grupo.

all we do is drive ↻ akalynn [akali x evelynn]Onde histórias criam vida. Descubra agora