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Akali saiu do prédio de gravação pisando firme. Sentia-se completamente exausta e estressada, parecia que não tinha mais tempo nem para respirar. Sabia que o debut do K/DA não seria fácil, mas não imaginou que seria tão complicado assim. Ahri já tinha dito para ela que o grupo precisaria gravar a mesma parte incontáveis vezes, mas qual é! Aquilo já era demais.

Escorou-se no muro e bufou. Se fumasse, com certeza já teria consumido pelo menos uma carteira naqueles últimos dez minutos. E acredite — não estava nem exagerando. Akali, porém, preferia se manter livre de vícios, então precisava lidar com sua exaustão de outras formas. Só não sabia exatamente como

Mordeu seu dedo, mas logo largou-o também; não podia nem sonhar em roer suas unhas. Precisava delas saudáveis para manicure alongá-las nas gravações do clipe do debut. Céus, e isso que suas colegas de equipe e os produtores nem pegavam tanto assim no seu pé. Como Ahri aguentara ser uma idol por tanto tempo era um mistério. 

Fechou os olhos. Contou até dez. Precisava organizar seus pensamentos pelo menos um pouquinho, estava prestes a surtar. Ok, talvez até vinte fosse melhor. Trinta...

— Ah, querida, — ouviu uma voz calma falar atrás de si — aqui você está.

Akali engoliu a seco, olhando para a pessoa que estava falando. Não estava surpresa em ver que era Evelynn, sua colega de equipe.

A mulher estava ali, parada, com o celular em uma das mãos. Os cabelos tingidos de vermelho pareciam reluzir à luz do pôr do sol, e mesmo estando a alguns metros de Akali, a rapper conseguia sentir seu cheiro doce e inebriante. Era difícil manter a concentração. 

— É — respondeu fraco, desviando os olhos. — Aqui estou eu.

Akali nunca soube direito o que pensar de Evelynn. De início achou que a diva odiaria-a: talvez por ser mais jovem, talvez pelo seu amadorismo, talvez por, sei lá, Akali ser Akali. Mas, a realidade tinha se mostrado um pouco diferente — o contrário do ódio até podia ser amor, mas o do amor era a indiferença, e era esse o tratamento que recebia. Além de ter uma fama de ser uma pessoa difícil e teimosa, Evelynn também parecia não ter interesse em criar vínculos com as pessoas ao seu redor — a única exceção era Ahri,  pois ambas se conheciam há muito tempo. 

E era isso; Evelynn parecia sempre apática. Mesmo com sua voz doce, as roupas caras, os carros luxuosos e o perfume viciante, ela sempre parecia pronta para atacar alguém, como se tivesse uma faceta sempre oculta. É, tinha algo de sinistro na sua aura; era algo que Akali não sabia se podia confiar ou não. Mas, uma coisa que aprendeu na vida era não botar a mão no fogo por ninguém. Mesmo que esse "ninguém" seja uma mulher famosíssima e com uma beleza de tirar o fôlego.

Ainda assim, estava interessada pelo que a diva tinha a falar; por mais que sempre tentasse ser bem, hã, diplomática ao interagir com suas colegas de grupo, era estranho Evelynn procurá-la para conversar de algo que não tivesse relação com o trabalho ou o dormitório que compartilhavam.

— Você não parece nada feliz — observou. Akali notou que ela estava sem suas garras, era estranho vê-la assim. — Como está lidando com as gravações?

A rapper franziu o cenho. Huh. Ela era cheia de surpresas mesmo. Das duas, uma: ou a diva estava de bom humor ou Akali estava acabada ao ponto de até Evelynn notar que tinha algo de errado. Algo a dizia que provavelmente era a segunda opção.

— Pior do que imaginei — admitiu, desanimada. A outra mulher pareceu surpresa pela confissão repentina. — Achei que seria mais fácil. Na verdade, achei que não seria tão difícil. Tem sempre alguém para criticar uma coisa minúscula, ou para cuidar o que você tá comendo, ou...

all we do is drive ↻ akalynn [akali x evelynn]Onde histórias criam vida. Descubra agora