Capítulo 05: Ao Destino Ninguém Fugiria

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Capítulo 05: Ao Destino Ninguém Fugiria

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Capítulo 05: Ao Destino Ninguém Fugiria

Destino significa, na história das religiões e na linguagem popular, uma força superior e irresistível, que rege o curso dos acontecimentos e da vida do corpo social. Destino é aquilo que já vem pronto. Ao destino ninguém fugiria.

A significação de destino é, na verdade, extremamente complexa. A palavra "destino" significa um ponto de chegada. O lugar para onde vamos ou o final de uma jornada. Então, o destino é o futuro? É claro que não, é o que respondo a mim mesma. O futuro é como resolvemos lidar com o destino, ou seja, aí está para ser ativado, o tal ponto de chegada. Ora essa, então, um homem pode estar destinado ao fracasso e por anos tentar mudar toda a sua vida, mas ainda será fracassado por dentro, "porque este simplesmente é o seu destino"? Uma escolha divina premeditada? É o que eu me perguntei durante anos.

No entanto, nas noites em que Gilbert aninhava-se ao meu lado depois de uma longa conferência de suspiros carnais e então ouvia-me contar uma infinidade de histórias tão atentamente, me encarando em azulado como se, de forma tão devaneadora, eu fosse a única coisa real; era quando eu não me perguntava mais coisa alguma e tinha a certeza de que o destino existia, sim. O destino era, sim, mais do que uma mera ideia inventada pelos filósofos e religiosos. Eu passei a ter certeza, então, de que algumas pessoas simplesmente foram feitas para outras e não há como fugir desse curso. E se alguém desacredita do destino, em qualquer circunstância, é porque certamente ainda não se deparou com um par de olhos cintilantes fitando lhe cheio de ternura enquanto você nada faz...

𖤍

Saraid Albrecht, Oeste dos EUA, século XIX.

— Nome?

Em Arizona, um senhor de uniforme e fenótipo árabe e sobrancelhas grossas e caídas me atende na estação de trem. Sou a próxima na fila do guichê.

— Saraid Albrecht.

Gilbert, do meu lado, parece surpreso, e então me dou conta de que eu não havia mencionado o meu nome até então.

— Destino? — O homem de pele castanha estreita seus olhos cansados em minha direção.

— Georgia. São duas passagens de primeira classe.

Fico esperando ele me entregar os bilhetes e então paro para observar o terminal. O lugar todo é recente, uma estação ferroviária cheia de famílias aborrecidas ou aligeiradas - ou os dois -; os homens de paletó e as mulheres esbanjadoras, cobertas por vestidos de mangas extravagantes, segurando desamorosamente em seus braços crianças birrentas. Há um grande relógio no topo do centro da estação, que marca quatro horas em ponto, um horário naturalmente agradável para dar início a viagens de trem, embora eu odeie tais.

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