"Oh! Bom tiro, filho!" Edmund cumprimentou, referindo-se a rapidez de Anthony ao pegar logo de perto o prato lançado.Por Edmund eles estariam caçando algum alce mata adentro, assim como ele fazia quando era criança com seu pai, mas ter oito filhos em pleno século vinte e um significa ter oito pessoas que constantemente ficam enchendo seus ouvidos sobre a importância da conscientização ambiental, da preservação dos animais e do quanto a caça é absurda e deve ser abolida, mesmo que seja uma tradição inglesa e os Bridgerton sendo a mais típica família inglesa que existe. Ele não tirava a razão dos filhos, de qualquer forma, mas não podia negar que na sua infância a caça era mais emocionante do que simplesmente atirar em pratos lançados por uma máquina.
"Obrigada, pai," o filho mais velho agradeceu com um sorriso satisfeito.
Anthony apreciava esses momentos com Edmund. Tinha no pai seu porto seguro, seu melhor amigo, seu herói. Lamentava por Simon, seu melhor amigo, não poder ter tido o prazer de ter um pai tão bom quanto Edmund Bridgerton era para seus filhos, para o próprio Anthony. Viria para Aubrey Hall apenas amanhã, somente no dia do aniversário de sua mãe, mas ontem à noite, quando soube da morte do duque e o alívio que viu nos olhos do amigo ao saber que o pai morreu, teve a enorme urgência e necessidade de ficar perto do próprio pai. Teria vindo mais cedo porém uma reunião marcada o impediu, mas logo que se finalizou ele pegou um helicóptero e chegou o mais rápido que pode.
"Acho que já podemos ir. Daphne já deve ter chegado a essa altura," Edmund anunciou, ansioso por ver a filha que, para seu desgosto, havia saído de casa naquela semana. Acenou para alguns funcionários deles, que os acompanhavam em sua atividade ao ar livre, dando sinal para que recolhessem tudo e pudessem partir. "Porque não trouxe ela de helicóptero?"
Edmund entregou sua arma a um funcionário enquanto Anthony fazia o mesmo.
"Ela quis vir de carro. Disse que ia esperar uma amiga que viria para o aniversário de mamãe com ela," ele respondeu ao pai enquanto o seguia até a Range Rover para que voltassem para casa.
Sempre faziam essas atividades o mais longe possível de Aubrey Hall pois Violet detestava qualquer barulho de tiro que pudesse ouvir e proibia armas sendo utilizada perto de seus filhos mais novos. Anthony tomou o acento do motorista enquanto o pai foi para o passageiro, e logo o carro já estava em movimento, voltando para casa.
"Kate está vindo! Que notícia boa! Ela é uma menina ótima! Eu e sua mãe a adoramos," Edmund disse animado com a notícia de que a amiga de Daphne se juntaria a eles.
Anthony franziu o cenho e sacudiu a cabeça, confuso.
"Como eu nunca ouvi falar dessa garota?"
"Sua irmã a conheceu naquele fatídico ano que passou no internato. Acho que na época você estava em Nova York, tinha acabado de ser formar," o pai explicou.
"E quem é ela?"
"Filha de um respeitado Duque da Espanha. Eu e sua mãe o conhecíamos vagamente de alguns eventos que já fomos juntos. Coitada, perdeu ambos muito nova. Em um acidente de avião. Eu entendo porque Daphne não veio de helicóptero com você, já que ela poderia trazer a amiga com vocês mesmo assim. Kate não entra em nada que voe."
Anthony assentiu e por curiosidade indagou:
"Eles haviam viajado sem ela?" Perguntou se referindo ao acidente dos pais de Kate.
"Ah não, não. Ela estava no avião. Escapou por um milagre," o pai disse num sussurro, quase como se contasse a mais dolorosa das histórias.
"Como ela conseguiu?" Anthony indagou espantado, pois tal possibilidade era quase impossível.
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the bridge
RomanceSentimentos são coisas incontroláveis. E quando se trata de amor nem o mais racional dos homens foi capaz de quantificar, explicar ou controlar. Nem o mais racional dos homens, muito menos os jovens irmãos Bridgerton. Enquanto alguns deles tentam nã...