- Eu disse que não contaria o motivo de meu pai ter sumido, mas eu acabei falando sem nem perceber - Cocei a nuca constrangido - Por algum motivo sinto que posso te contar tudo.
- Fico feliz em saber disso - Disse com um sorriso - É sempre bom ter amigos com quem podemos contar e espero que me trate como uma amiga tambem, Izuku - Doutora Fumiko era uma mulher realmente doce e eu me sentia bem contando meu passado para ela - Esse Hitoshi, ele parece ser uma boa pessoa - Comentou me fazendo a olhar com um semblante triste.
- ... Pois é...
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Depois de passar alguns dias na casa dos Shinsou nós precisamos voltar para a nossa própria casa. Iori não saía tanto quanto antes e sempre se mostrava pronto para ajudar a minha mãe no que quer que fosse.
Minha mãe ficou mais ocupada com o trabalho e precisava sair até nos sábados tendo somente o domingo como descanso.
Iori conseguiu arrumar um trabalho de meio período para ajudar nas despesas e eu me sentia mal por não poder fazer nada para ajudá-los.
Iori se tornou mais disposto a se enturmar com Katsuki e Hitoshi junto com Shoto fazendo que nosso grupo crescesse de três para cinco pessoas.
Todo final de semana nós nos reuniamos em minha casa para passar o tempo. Fazíamos coisas trivais do tipo: jogar videogames, assistir filmes ou só conversarmos mesmo.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
- Tudo estava normal... até que em uma dessas noites em que resolvemos nos encontrar uma... coisa aconteceu - Fumiko ouvia atentamente - Todos estavam dormindo no meu quarto como o de costume. Nós revesávamos para ver quem dormiria nas camas e naquela noite era a vez de Iori e Shoto ficarem com elas enquanto eu, Hitoshi e Kacchan ficávamos com os colchões no chão. No meio da noite eu sonhei que... alguém... passava as mãos por todo o meu corpo. Como em meu sonho a pessoa não possuía um rosto, não sabia quem era que estava lá. No dia seguinte todos agiam normalmente então deduzi que aquilo não passava mesmo de um sonho, por mais real que fosse. Mas... quando aquilo passou a acontecer mais vezes... quando todo final de semana em que os meus amigos iam lá eu sonhava com a mesma coisa... eu parei para pensar que aquilo podia não ser coisa da minha cabeça. No sonho a pessoa não passava de uma sombra, não falava, não agia de uma forma específica, não parecia ter outro interesse que não fosse me tocar, e é claro que aquilo me assustou. Depois de um tempo aquilo que eu chamava de sonho se tornou real, e eu sabia disso pois depois de sentir aquilo tantas vezes, quando meus amigos estavam lá... eu não... não conseguia dormir a noite, e... como resultado, senti aqueles toques novamente. Pensar que um dos meus amigos faria uma coisa daquelas me colocou em alerta, não me afastei deles, não tinha coragem para isso, mas também comecei a manter uma distância segura, mas discreta, deles. Não podia simplesmente deixar de andar com eles de repente então precisava agir normalmente quando estivesse por perto, mas todo final de semana eu passava pelo mesmo. Eu não contei aquilo para ninguém. Eu... eu não sei o motivo, eu só... não conseguia contar para ninguém. Então, em um final de semana que nós nos encontramos na minha casa...
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Shoto chegou mais cedo e Iori ficou com ele na sala. Eu os disse que estava com sono por ter passado a noite jogando e por isso dormiria um pouco até os outros chegarem. Aquilo não passava de uma mentira. Na verdade eu queria dormir o máximo que podia o resto da tarde já que a noite eu não conseguiria mais.
Deitado em minha cama me desperto quando ouço o som da porta se abrindo e alguém entrando no quarto. O medo que eu sentia me impedia de abrir os meus olhos mas já esperava o que estava por vir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I'm Sorry for Leaving (BakuDeku)
Roman d'amourMidoriya Izuku, 17 anos, um passado do qual o leva a ter pesadelos nos dias atuais, um pai alcoólatra, uma mãe que trabalha duro todos os dias para sustentar sua família, um irmão que não o suporta e uma paixão por alguém que o odeia. Na prova da de...