Capítulo 8 - Céu Estrelado

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- ... As vezes as pessoas não são o que parecem... - Fumiko olhava o computador após anotar algo no mesmo, logo depois olhou novamente para mim - Mas você sabe algum motivo para que Shinsou fizesse isso? Ele gostava ou parecia odiar você? - Perguntou formando uma linha de raciocínio da qual eu não estava compreendendo.

- Eu... não tenho certeza. Hitoshi sempre foi muito próximo de mim e eu sabia que ele gostava de mim... só não pensei que fosse dessa maneira.

- E qual é a sua opinião sobre o Shinsou gostar de você?

- ...Eu nunca pensei nele dessa forma. Não me importaria se ele fosse gay. Se naquela época ele conversasse comigo, eu explicaria que não sentia o mesmo e tenho certeza de que nós poderíamos voltar a ser amigos como antes... mas depois do que ocorreu, não acho que seja mais possível - Expliquei calmamente os detalhes do que pensava sobre aquela repentina pergunta enquanto a doutora anotava outra vez em seu computador.

- E o que você sente quando se lembra do que ele te fez?

- Medo... Repulsa... Me sinto sujo e meu estômago embrulha só pensar - Abraçava minha barriga para tentar conter a pequena dor que estava presente no local.

- Então você ainda é afetado por ele, não é? - Acenei com a cabeça em concordância - Bem... - Fez as últimas anotações e se virou para mim - E você contou para sua mãe?

- Não de imediato... - Acho que não é necessário contar o ocorrido da outra semana...

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No domingo, que era quando minha mãe estava de folga, ela acabou pegando um resfriado então decidi que não diria nada naquele dia. A tarde Shoto e Katsuki foram embora enquanto eu e Iori ficamos cuidando de minha mãe.

Na segunda-feira eu estava completamente nervoso por conta do medo que sentia ao ter que me encontrar com o Hitoshi novamente.

Eu estava sentado no sofá esperando pelo senhor Mezou enquanto pensava no que devia fazer. Eu não seria capaz de o ignorar para sempre, além que Katsuki iria perceber de imediato o que eu estava fazendo e questionaria. Fugir era algo fora de questão pois faria muito escândalo e alem de não ter um lugar para ficar eu também não podia deixar Iori e minha mãe de repente.

O som de buzinas me fizeram acordar de meus devaneios me fazendo perceber que teria que encarar Shinsou de frente. Me levantei do sofá e fui até a porta respirando fundo para tomar a coragem necessária para a abrir.

Quando finalmente o fiz, fui afetado pela falta de determinação e andei de cabeça baixa até o carro cumprimentando Shoji com um sussurro quase inaudível e me apressei a abrir a porta de traz do carro e o adentrar.

Quando, ainda amedrontado, resolvi que cumprimentaria a Bakugou e a Shinsou, na tentativa de agir como sempre agi, me assustei quando vi que somente o loiro estava presente ao meu lado.

- Bom dia! - Cumprimentei confuso mas com um falso sorriso alegre.

- Bom dia - Correspondeu o maior aparentemente entediado naquela manhã.

- Onde está o Hitoshi? - Perguntei agradecendo mentalmente por não ter gaguejado.

- Eu fiquei um tempo buzinando em frente a sua casa e ninguém saiu. Katsuki até tentou o chamar batendo no portão, mas o resultado foi o mesmo - Explicou calmamente Mezou enquanto seguia seu caminho em direção a escola.

- Entendo... - Foi a última coisa dita durante todo o caminho. Katsuki, que, ao invés de estar preocupado, parecia na verdade desinteressado e estava bastante tranquilo, então todos permanecemos calados.

I'm Sorry for Leaving (BakuDeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora