Pugilista • jjk + pjm

Seis.

O sábado chegou trazendo uma sensação atípica no estômago para Jimin. Acordou lembrando-se de como se entregou para Jeongguk e de como foi extraordinário.

Um friozinho gostoso tomava a região quando repassava os momentos, o sorriso fácil morando nos lábios.

No dia anterior, não tiveram tanto tempo juntos, infelizmente. Jimin trabalhou muito e Jeongguk treinou.

Ainda na cama, Jimin observava por entre as persianas que o Sol majestoso brilhava entre as nuvens naquele sábado.

O dia da luta chegou.

Espreguiçou-se como pôde e deixou a cama quente. A rotina matinal de Jimin era igual todas as manhãs, mas aos sábados, sempre sentia algo diferente. Era como se todas as pessoas acordassem aliviadas. Até a atmosfera parecia mais leve e libertadora.

Conferiu o fato mais uma vez ao aproximar-se da varanda e olhar a vida lá fora. Era justamente essa percepção que contribuía para que o sábado fosse o seu dia favorito.

Os olhos se direcionaram ligeiramente para a varanda ao lado e achou engraçado como tudo aconteceu através delas naquela noite.

Parando para lembrar, nenhum dos dois tinha noção do quanto se aproximariam.

Já sentia saudades de Jeongguk. Uma saudade que nunca experimentou antes.

Ainda pensava na forma como eles se abraçaram e dormiram colados depois que chegaram ao ápice. Dormir ao lado de alguém foi reconfortante e peculiar. Só precisou deixar aquela magia para trás — inteiramente contrariado — porque precisava trabalhar.

Passou no concurso e foi informado que em breve seria chamado para trabalhar num cargo maior e melhor, o que o fazia pensar que todo o esforço dedicado valeu à pena. Gostava do emprego atual, não era mentira. Era bem tratado, tinha Hoseok e se sentia à vontade para expor suas opiniões porque era ouvido com tamanha atenção.

Porém, quase todo mundo possui uma ambição, algo que chameja e impulsiona. Park era uma dessas pessoas que não se perdoaria em deixar qualquer oportunidade passar.

Apoiando os cotovelos no parapeito, a luz do sol beijando a lateral do rosto, lembrou-se de Jeongguk no sofá de seu apartamento, os olhos sonolentos. Com um sorriso fraco, disse que foi a primeira vez que realmente conseguiu dormir tão bem após tanto tempo.

Aquela confissão proporcionou a Jimin a sensação de que também fazia muito bem ao outro, de alguma forma. E isso era tão gratificante. Ter ciência de que conseguia proporcionar sentimentos positivos e puros em outra pessoa num mundo tomado de tanta maldade... Sentia-se afortunado.

O sentimento era recíproco. Após tanto sofrimento, estava sendo presenteado, tinha certeza.

No dia anterior, antes de trabalhar, beijou a boca de Jeongguk de novo e percebeu que poderia repetir a ação pelo resto de sua vida.

Há certezas incontestáveis.

Jimin deixou a varanda ainda com um sorriso acanhado no rosto, banhou-se e tomou o café da manhã.

Era sábado, o melhor dia da semana. Jimin estava calmo e... apaixonado.

.

.

Próximo das 19h, Jimin chamou um táxi. A janela do automóvel estava aberta, assim como ele gostava e o vento revigorante aumentava sua expectativa.

O taxista realizou o trajeto inteiro calado, mas o rádio estava ligado. Enquanto o carro direcionava-se para o evento, transitava por ruas que Park não frequentava há muito tempo.