Capítulo 3

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Gizele

Estacionei o carro na rua e interfonei para o apartamento dela, que rapidamente liberou minha entrada. Em poucos minutos, estava de frente para a porta de Helô, sendo esmagada em um abraço caloroso.

— Isso é o que eu chamo de saudade — perturbei enquanto retribuía o abraço.

— É um alívio ver você e não a cerimonialista — ela riu e me puxou para dentro.

— Quem vê diz que nunca esteve prestes a se casar — disse, e um segundo depois, me arrependi da brincadeira — desculpa, eu...

— Não se preocupe — ela se jogou no sofá — acho que o problema é exatamente esse: passar por essas coisas de novo me lembra tudo que aconteceu aquele dia.
Sentei-me ao seu lado.

— Com a diferença que você deu um belo upgrade no quesito noivo.

Ela gargalhou.

— Tem razão. Mas e aí? O casamento está quase chegando e você está me enrolando com o seu papel. Sabe que quero que seja minha madrinha de novo.

— Amiga, óbvio que vou ser sua madrinha... — Esclareci — mas nem sonhe em me colocar no altar com aqueles seus primos novamente.

— Que horror, Gizele!

— Horror nada, estou sendo sincera...

— Como sempre — Helô riu.

— É o meu defeito.

— E quem vossa majestade quer como acompanhante? Já decidiu?

— Ah, sei lá, que tal um piloto tão gostoso quanto o seu? — Disse, já imaginando as minhas mãos em um homem de uniforme.

Heloísa me encarou.

— Um piloto?

— Sim, um piloto. Mas não um com sessenta anos, flácido e quase sem cabelos. Quero um do nível comandante Salles. Quem sabe um raio caia duas vezes no mesmo lugar e ele seja o amor da minha vida?

— Vou ver o que posso fazer!

— Eu sei que você vai conseguir.

— Tem um copiloto que talvez te agrade, eu fui apresentada a ele, mas não conversamos muito.

— É gostoso?

Anhan...

— Solteiro?

— Acho que sim, mas o Murilo pode tirar essa dúvida.

— E pode ser padrinho do seu casamento? Tipo, eles não se odeiam por terem pego a mesma aeromoça ou coisa assim?

— Gizele!

— Ah, qual é? Murilo é maravilhoso, mas não é tão santo assim...

— Eles não se odeiam — ela disse, por fim.

— Bem, então parece que vou subir ao altar de braços dados com um piloto de avião — concluí.

— Achei que eu fosse fazer isso — deu de ombros perturbando.

O CEO da Minha Vida tinha que ser Você (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora