— Pode deixar que eu atendo. — Ditou assim que viu Jaemin caminhar até a porta. O rosado parou no meio do caminho e se curvou dando passagem ao Lee. — Ten! — Assim que abriu a porta deu de cara com o tailandês que o observava com um sorriso adorável.
— Markie, saudades. — Abraçou o amigo que logo retribuiu. — Yuta me ligou, ele disse que você sofreu um acidente. — Adentrou a casa enquanto tirava o casaco grosso.
— Aquele fofoqueiro. — Negou com a cabeça enquanto acendia um cigarro. — Eu estou bem, só escorreguei. — Se sentou no sofá juntamente com o mais velho.
— Ele não está sendo fofoqueiro Mark, só está preocupado, assim como eu. — Cruzou os braços analisando o amigo. — Caiu de onde?
— Do telhado. — Assistiu o outro arregalar os olhos. — Antes que diga algo, não, eu não me machuquei. — Ten suspirou aliviado. — Donghyuck me salvou.
— Quem é Donghyuck? — Tomou o cigarro da mão do maior levando até os próprios lábios.
— O android que comprei para ajudar com a reforma. — Sorriu para Jaemin assim que ele deixou a bandeja com duas xícaras de café na mesinha de centro. — Se ele não tivesse chegado a tempo...— Negou pegando o cigarro de volta.
— O que estava fazendo no telhado cabeção? — Riu divertido.
— Achei que tivesse visto algo...— Se lembrou do riso da filha sentindo um desconforto no peito. — Eu não sei Chittaphon, eu ando meio estranho.
— Está tomando os seus remédios? — Acariciou os fios negros do mais novo que negou com a cabeça. — Por que? Mark, você vai se sentir melhor se tomar eles. — Mark suspirou deixando o cigarro de lado.
— Eu não sou louco Ten, não preciso desses remédios. — Franziu o cenho voltando o olhar para o menor.
— Me poupe das suas reclamações, você mesmo acabou de dizer que anda estranho. — Suspirou pegando a xícara. — Você não é louco, mas precisa tomar os remédios.
— Tudo bem mamãe. — Ditou divertido. — Eu vou ficar bem. — Acariciou a coxa do tailandês que concordou sorrindo.
— Posso estar sendo chato agora, mas só é porque me preocupo com você. — Deixou a xícara na mesinha e abraçou o maior. — Eu te amo Mark, não gosto de ver você morando sozinho aqui no meio do nada. — Deitou a cabeça no ombro do moreno.
— Eu não estou sozinho, tenho o Jaemin e agora o Hyuck. — Sorriu acariciando o rostinho delicado.
— Hyuck? Deu até um apelido para o seu salvador? — Riu debochado. — Você viu as notícias? Isso me deixa mais preocupado ainda. — Suspirou.
— Eu vi. — Fechou os olhos. — Mas eles não fariam isso, quer dizer, acho que não. — Ten riu o fazendo rir também. — Ten?
— Sim? — Soltou o maior para o observar melhor.
— Você sabe alguma coisa sobre a programação dos androides? — Viu o menor dar de ombros. — Eles geralmente não são curiosos, ou são? — Ten desviou o olhar pensativo.
— Talvez Yuta tenha o programado assim. — Voltou a beber o café ainda observando as feições do Lee.
— Talvez...— Se esparramou no sofá encarando a porta da cozinha onde Donghyuck provavelmente estaria.
Donghyuck subiu os degraus com dificuldade, a cesta de roupas era grande e pesada, estava atrapalhando a sua visão.
Adentrou o quarto do senhor Lee e caminhou até o guarda roupa abrindo as gavetas. Como as roupas já estavam passadas e dobradas ele só teria que tirar as que estavam nas gavetas e colocar as novas.
Já na terceira gaveta, ele tirou todas as camisetas e quando estava prestes a colocar as novas algo laranja no fundo chamou a sua atenção.
Puxou um frasco de remédio, ele estava pela metade e provavelmente foi colocado ali recentemente.
Então o seu dono tinha tendências suicidas? Donghyuck realmente havia o salvado?
Voltou o olhar para o local e encontrou uma caixinha vermelha com um lacinho branco. Donghyuck se achava um android muito curioso, não conseguia controlar as suas mãozinhas.
Puxou a caixa e a abriu. Dentro havia uma rosa vermelha murcha, uma cartinha pequena e algumas fotos.
A carta foi escrita a mão, a caligrafia era infantil e torta, mas o que mais chamava a sua atenção era as várias cores e desenhos adoráveis.
"Você é o melhor papai do mundo, eu te amo! Feliz dia dos pais!"
Observou as fotos, Mark estava nelas juntamente com uma mulher muito bonita e uma garotinha adorável.
Provavelmente era a esposa do senhor Lee e sua filhinha. Ele estava tão sorridente em todas as fotos, sempre abraçando a esposa e beijando a bochecha da garotinha.
Donghyuck realmente não tinha noção da dor de uma perda, Mark estava tão machucado a ponto de recolher todas as fotos em família e as esconder no fundo da gaveta.
Suspirou devolvendo a caixa para o seu devido lugar juntamente com o frasco com os remédios.
Ele havia escutado a conversa do senhor Lee com aquele rapaz. Donghyuck sabia que aqueles remédios eram importantes para o maior, e a saúde do seu dono era extremamente importante para si.
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𝐎 𝐬𝐨𝐫𝐫𝐢𝐬𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐡𝐞𝐬𝐡𝐢𝐫𝐞 | mᎪᏒᏦhᎽuᏟᏦ
FanfictionEm uma era, onde máquinas fazem todo o trabalho humano, um escritor de romance acaba comprando um novo android serviçal para o ajudar com a reforma em sua casa. "Por que eu sou tão diferente? Por que eu sinto essas coisas?" "Androides divergentes...