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l o r d e    v o l d e m o r t

"Pai... O que estamos fazendo aqui?" Draco murmurou, olhando ao redor.

Estava inteiramente fora dos terrenos de Hogwarts; era óbvio que tinham viajado quilômetros – talvez centenas de quilômetros – porque até as montanhas que rodeavam o castelo haviam desaparecido. Em lugar de Hogwarts, o garoto se via parado em um cemitério escuro e cheio de mato; para além de um grande teixo à direita podiam ver os contornos escuros de uma igrejinha. Um morro se erguia à esquerda. Draco conseguia ver uma bela casa antiga na encosta do morro.

"Ele disse que vai te perdoar, Draco, então preciso que não faça nada idiota." Disse Lucius. Draco sabia que tentar fugir era uma ideia horrível - ele não tinha ideia de onde estava - e lutar era pior ainda - estava sem sua varinha e seu pai, mesmo fraco, iria derrotá-lo em um instante. Então assentiu.

Lucius seguiu em direção a casa, o barulho de sua bengala batendo contra o chão a cada passo soando assustadoramente pelo cemitério vazio. Draco o segue à uma certa distância. Talvez tivesse sido uma bela casa senhorial, e, sem favor algum, a construção maior e mais imponente de toda a redondeza um dia, mas agora a casa estava úmida, em ruínas, e claramente desocupada. Algumas janelas pregadas, telhas faltando e a hera se espalhando livremente pela fachada.

Quando chegaram mais perto, Draco pode ver uma cadeira de balanço na varanda, e nela, algo que parecia um bebê... ou seria meramente um fardo de vestes? Foi o que estava aos seus pés que o assustou. Uma enorme serpente circulava ao redor da cadeira, sibilando.

"Ah, você retornou, Lucius..." Aquela voz causou arrepios por toda a coluna de Draco. Ele soube imediatamente quem era a pessoa por baixo das vestes enroladas, e implorou por tudo que era sagrado para que seu pai não o fizesse olhar no rosto daquela coisa. "E trouxe o menino. Seu filho, correto?"

Lucius havia caído de joelhos assim que se aproximou, e puxou Draco para que o menino fizesse o mesmo. Ele não era um grifinório, e sabia que negar não lhe traria nada além de morte, então se abaixou, mesmo quando isso fazia seu estômago se revirar.

"Esse é Draco, meu lorde." Lucius respondeu. "Ele vai ajudar."

"Perfeito. Vamos, Lucius. O garoto deve chegar a qualquer momento."

Draco gelou. Ele sabia quem era o garoto a quem eles se referiam, e a ideia de Harry vir a esse lugar o fazia querer vomitar. Seu pai se levantou, pegando o ser dentro do pano em seus braços. Com um olhar apenas, Lucius comandou silenciosamente que ele os seguisse, então Draco assim fez.

Assim que eles retornaram para o cemitério, Draco ouviu o barulho de algo se chocando contra o chão, então um gemido e baixa conversa - não era algo, era alguém. E não era apenas um alguém, eram dois.

"Vem alguém aí." Draco reconheceu a voz como Cedric Diggory, e assim que ele se aproximou o suficiente para reconhecer os vultos como pessoas, ele viu Harry parado ao seu lado, varinha na mão.

Ele sabia que correr até seu amigo seria extrema burrice, então não o fez. Pelo menos não até que o viu cair de joelhos no chão e gritar de dor. Todo seu lado racional imediatamente se calou, e tudo na sua mente lhe dizia que Harry estava sentindo dor e Draco precisava salvá-lo.

Então o sonserino correu. "Harry!"

Com um simples movimento da varinha de seu pai, os pés de Draco levantaram do chão e ele foi jogado para o ar, subindo alguns metros antes de cair novamente, suas costas se chocando contra uma das lápides, e um barulho horrível soando que lhe dizia que ele quebrou uma - talvez mais de uma - costela. Dor explode naquele local, e ele escuta apenas vagamente a voz de Lucius e da coisa.

Draco Black e o Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora