"Eu te odeio muito, sabia, Park Jisung?" - dizia com raiva.
Tirando que aquilo não era raiva coisa nenhuma.
Chenle só não queria que seu amigo fosse um alfa.
☾ Shortfic
☾ Chensung
☾ ABO
☾ Soft
《 Coleção ABO 》
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
║Beta║
☾
"Chenle-ya!"
Jisung parecia achar a piada sem graça, mas Chenle ria de rolar no chão enquanto inventava, pela milésima vez, alguma mentira sobre qual era o cheiro do amigo. Desde "sapato velho" até "biblioteca", as tentativas eram ridículas demais para acreditar. Por isso estava começando a cogitar se Chenle não seria simplesmente péssimo em descrever, ou - pior -se seu cheiro era tão fraco que ele nem sentia.
Era normal o cheiro de betas ser fraco. Mas se o do Zhong era possível sentir, o seu definitivamente também.
"É sério, eu vou embora!" - ralhou sem paciência. Jisung não descobrira até então porque não tinha conseguido escapar do quarto do garoto desde que chegara, a várias horas atrás.
Tinham um estoque de jogos e comida, então não era como se fosse um martírio ficar, por mais que insistisse em ameaçar ir embora toda vez que o Zhong gritava consigo por ter feito algum erro que levasse o garoto a 'morrer' na tela da televisão.
Haviam feito uma chamada de vídeo com seus amigos e hyungs, que insistiram mil vezes em sair com eles no dia seguinte para comemorar, gritando bastante e basicamente falando todos ao mesmo tempo de forma que fosse impossível entender qualquer coisa.
Tinham escutado o pequeno sermão de Haechan sobre se comportar, tinham visto Jaemin chorar emocionado e Jeno e Mark rirem de absolutamente tudo que os outros faziam. Todos estavam eufóricos, pois, afinal, os mais jovens tinham sido os primeiros do grupo a descobrir o gênero secundário.
E ninguém esperava que seria no mesmo dia, dois betas.
Eram realmente um tanto novos, mas não era impossível de acontecer. Apenas incomum.
Depois de conseguirem desligar o celular e passar mais tempo conversando aqui e ali, estavam prontos para o que esperaram tanta tempo para fazer.
Se certificaram que a casa inteira estava em silêncio e que os pais de Chenle tinham ido dormir antes de trancar a porta do quarto.
Torciam para que o fato impedisse qualquer um de insistir em entrar, caso fossem procurá-los, e contavam que não seriam pegos, para não estragar a primeira noite de ambos como os lobos.
Pularam a janela. O Zhong primeiro, pois já sabia direitinho onde pisar para descer pelo muro, logo podendo dar as instruções para o mais novo ir em seguida.
Depois de sussurros um tanto altos demais para que o Park parasse de medo e descesse de uma vez, começaram a se esgueirar pelo jardim.
A risada sapeca de Chenle foi a única coisa que Jisung ouviu antes de ter sua mão segurada e ser puxado para uma corrida bagunçada até o fim da propriedade, atravessando a rua e invadindo a área de reserva.
Uma vez lá, seus olhos começaram a brilhar em animação.
Era medroso, sim, e tinha receio da dor que podia sentir. Mas, oras, quem não sonhava em se transformar?
"Tá pronto?" - a voz ofegante e eufórica do mais novo convidava Chenle à se entregar àquela doideira de uma vez.
Depois do rebuliço de emoções, de todas as incertezas, de todas as dúvidas, de todas as lágrimas que segurou bravamente com a possibilidade daquela amizade acabar por conta de algo tão ridículo e tão importante...
Depois de tudo...
Jisung estava lhe chamando para a luz.
Ofuscando-o.
Lhe tirando, sem permissão, da escuridão.
E nem se o Zhong quisesse, poderia recusar ser levado. O sorriso do amigo o trazendo mais e mais perto, mais e mais quente, lhe confortando o peito e aquecendo o coração.
Não havia nada que pudesse parar a força que vinha lhe elevar os sentimentos, quando o amigo lhe demonstrou a confiança total, virando um grande lobo albino bem na sua frente.
Lindíssimo. E rolando para si, em sinal de submissão. Ou, naquele caso, em sinal de intimidade.
Jisung o considerava de sua alcateia. Isso era mais que família.
E aquilo era luz. Retirando todo e qualquer resquício de escuridão.
Aquilo era renovação, de uma nova fase de sua vida, que graças ao mais novo, não seria nunca solitária.
Riu alto, abaixou-se para lhe fazer carinho. E se transformou também.
Não havia nada que pudesse calar o uivo que soltou, como se anunciasse à todos os ventos que estavam ali, que correriam junto à terra e que suas vozes ecoariam sob o luar.
Não trocaram palavras, não precisaram. Apenas correram, e correram... e correram. Sem rumo, sem amarras e sem medo.
Foram até o lago, olharam-se no reflexo da água, subiram o caminho do rio, buscando a encosta mais alta só para ter o prazer de repetir tudo de novo.
Sem satisfações, sem julgamento e sem mais ninguém.
Por uma noite, eles tinham o direito de se conhecerem assim.
E, quando Chenle deitou com Jisung, apoiando a cabeça sobre a do menor, numa das raras vezes em que não implicaria sobre o tamanho dessas, se sentiram tranquilos.
Estavam prontos para viver assim.
Ser beta não era tão ruim, afinal.
Não poderia ser ruim, se tivessem um ao outro para sempre.
☾
GUYS eu amei os comentários de vocês (sempre amo né afferson), mas eu não entendi o que que tanta confusãovocês fizeram com o Lele, tava literalmente no primeiro parágrafo do cap passado que ele era beta kkkkkkkkkkk
Mas parabéns a todos que acertaram - e os que não acertaram também - vocês ganharam o prêmio que é.... tchan tanananaaaaan.... muita alegria e felicidade! Ahsuahsuhas Mas sim, os dois são betas e por isso o nome da fic com a fotinha dos 2 na capa hihihiiiii