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║Beta║

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║Beta║

"Chenle-ya!"

Jisung parecia achar a piada sem graça, mas Chenle ria de rolar no chão enquanto inventava, pela milésima vez, alguma mentira sobre qual era o cheiro do amigo. Desde "sapato velho" até "biblioteca", as tentativas eram ridículas demais para acreditar. Por isso estava começando a cogitar se Chenle não seria simplesmente péssimo em descrever, ou - pior -se seu cheiro era tão fraco que ele nem sentia.

Era normal o cheiro de betas ser fraco. Mas se o do Zhong era possível sentir, o seu definitivamente também.

"É sério, eu vou embora!" - ralhou sem paciência. Jisung não descobrira até então porque não tinha conseguido escapar do quarto do garoto desde que chegara, a várias horas atrás.

Tinham um estoque de jogos e comida, então não era como se fosse um martírio ficar, por mais que insistisse em ameaçar ir embora toda vez que o Zhong gritava consigo por ter feito algum erro que levasse o garoto a 'morrer' na tela da televisão.

Haviam feito uma chamada de vídeo com seus amigos e hyungs, que insistiram mil vezes em sair com eles no dia seguinte para comemorar, gritando bastante e basicamente falando todos ao mesmo tempo de forma que fosse impossível entender qualquer coisa.

Tinham escutado o pequeno sermão de Haechan sobre se comportar, tinham visto Jaemin chorar emocionado e Jeno e Mark rirem de absolutamente tudo que os outros faziam. Todos estavam eufóricos, pois, afinal, os mais jovens tinham sido os primeiros do grupo a descobrir o gênero secundário.

E ninguém esperava que seria no mesmo dia, dois betas.

Eram realmente um tanto novos, mas não era impossível de acontecer. Apenas incomum.

Depois de conseguirem desligar o celular e passar mais tempo conversando aqui e ali, estavam prontos para o que esperaram tanta tempo para fazer.

Se certificaram que a casa inteira estava em silêncio e que os pais de Chenle tinham ido dormir antes de trancar a porta do quarto.

Torciam para que o fato impedisse qualquer um de insistir em entrar, caso fossem procurá-los, e contavam que não seriam pegos, para não estragar a primeira noite de ambos como os lobos.

Pularam a janela. O Zhong primeiro, pois já sabia direitinho onde pisar para descer pelo muro, logo podendo dar as instruções para o mais novo ir em seguida.

Depois de sussurros um tanto altos demais para que o Park parasse de medo e descesse de uma vez, começaram a se esgueirar pelo jardim.

A risada sapeca de Chenle foi a única coisa que Jisung ouviu antes de ter sua mão segurada e ser puxado para uma corrida bagunçada até o fim da propriedade, atravessando a rua e invadindo a área de reserva.

Uma vez lá, seus olhos começaram a brilhar em animação.

Era medroso, sim, e tinha receio da dor que podia sentir. Mas, oras, quem não sonhava em se transformar?

"Tá pronto?" - a voz ofegante e eufórica do mais novo convidava Chenle à se entregar àquela doideira de uma vez.

Depois do rebuliço de emoções, de todas as incertezas, de todas as dúvidas, de todas as lágrimas que segurou bravamente com a possibilidade daquela amizade acabar por conta de algo tão ridículo e tão importante...

Depois de tudo...

Jisung estava lhe chamando para a luz.

Ofuscando-o.

Lhe tirando, sem permissão, da escuridão.

E nem se o Zhong quisesse, poderia recusar ser levado. O sorriso do amigo o trazendo mais e mais perto, mais e mais quente, lhe confortando o peito e aquecendo o coração.

Não havia nada que pudesse parar a força que vinha lhe elevar os sentimentos, quando o amigo lhe demonstrou a confiança total, virando um grande lobo albino bem na sua frente.

Lindíssimo. E rolando para si, em sinal de submissão. Ou, naquele caso, em sinal de intimidade.

Jisung o considerava de sua alcateia. Isso era mais que família.

E aquilo era luz. Retirando todo e qualquer resquício de escuridão.

Aquilo era renovação, de uma nova fase de sua vida, que graças ao mais novo, não seria nunca solitária.

Riu alto, abaixou-se para lhe fazer carinho. E se transformou também.

Não havia nada que pudesse calar o uivo que soltou, como se anunciasse à todos os ventos que estavam ali, que correriam junto à terra e que suas vozes ecoariam sob o luar.

Não trocaram palavras, não precisaram. Apenas correram, e correram... e correram. Sem rumo, sem amarras e sem medo.

Foram até o lago, olharam-se no reflexo da água, subiram o caminho do rio, buscando a encosta mais alta só para ter o prazer de repetir tudo de novo.

Sem satisfações, sem julgamento e sem mais ninguém.

Por uma noite, eles tinham o direito de se conhecerem assim.

E, quando Chenle deitou com Jisung, apoiando a cabeça sobre a do menor, numa das raras vezes em que não implicaria sobre o tamanho dessas, se sentiram tranquilos.

Estavam prontos para viver assim.

Ser beta não era tão ruim, afinal.

Não poderia ser ruim, se tivessem um ao outro para sempre.




























GUYS eu amei os comentários de vocês (sempre amo né afferson), mas eu não entendi o que que tanta confusão vocês fizeram com o Lele, tava literalmente no primeiro parágrafo do cap passado que ele era beta kkkkkkkkkkk

Mas parabéns a todos que acertaram - e os que não acertaram também - vocês ganharam o prêmio que é.... tchan tanananaaaaan.... muita alegria e felicidade! Ahsuahsuhas
Mas sim, os dois são betas e por isso o nome da fic com a fotinha dos 2 na capa hihihiiiii

Até o próximo babys~<3

Meu BetaOnde histórias criam vida. Descubra agora