Capítulo Extra: Convivência

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O primeiro encontro não foi perfeito como Bright esperava que fosse. Ele queria dar do bom e do melhor para Metawin e com o encontro não saindo como planejado, ele se frustrou. O policial se perguntava como havia se tornado aquela pessoa, aquele tipo de homem apaixonado que poderia fazer qualquer coisa por alguém.

Quando o carro de Bright estacionou, ele se sentiu nervoso, mas, ainda assim, saiu do automóvel com Metawin ao seu lado. Era estranho. Era estranho para Metawin ficar perto de Bright e não beijá-lo ou estar em cima do colo dele. E era novo para Bright não se irritar com Metawin enquanto estavam no mesmo quadrado.

Como o primeiro encontro não foi planejado, eles não faziam ideia do que fariam. Estavam em uma rua movimentada perto de alguns restaurantes, e bom, era o que tinha que servir, porque estavam com fome e não havia outra coisa para se fazer. Se fossem ao apartamento de Bright ou até a casa de Metawin, acabariam transando e nenhum dos dois queriam aquilo. Aquele era o momento de conversar e de conhecer um ao outro. É claro. Trabalhavam juntos há muito tempo, mas não sabiam muito sobre cada um, e era exatamente o que queriam.

Eles pararam em um restaurante que nem mesmo sabiam o nome ou o que era vendido. Bright parou na calçada, sem graça, e olhou Metawin, perguntando com o olhar se aquele lugar estava bom. Metawin deu de ombros e andou na frente, entrando no local. Respirando fundo, Bright o seguiu.

Na mesa, antes que Bright pegasse o cardápio para disfarçar o próprio constrangimento, Metawin foi mais rápido e o pegou da mesa. Qual é, não fazia uma hora que haviam transado feito loucos no carro, envolvendo algemas até, e agora, estavam ali, de frente um para o outro, prontos para comerem alguma coisa como se fossem a porra de um casal. Era algo novo e estranho, mas Bright queria que fossem um casal. Tinha até pedido Metawin em namoro. No entanto, ele não havia dito a sua resposta.

— O que você quer comer? — Metawin perguntou, sem tirar os olhos do cardápio.

Pelo visto, todos aqueles sentimentos dentro do peito de Bright fizeram com que ele mudasse da água para o vinho. Foi difícil no começo? Foi. E muito. Mas, no fim, Bright percebeu que estava mesmo gostando pra valer daquele policial extrovertido demais para o bem da sua sanidade mental. E, bom, Bright passou a gostar de todas aquelas coisas que faziam parte de Metawin, como o sorriso brincalhão, as bochechas cheinhas, os olhos brilhantes, e, principalmente, o jeito dele. Era... inexplicável, a forma como Bright passou a gostar não só do sexo com Metawin, mas da personalidade dele. Em certos momentos, Bright sentia como se pudesse enlouquecer, pois Metawin nunca saía da sua cabeça, e o seu coração batia descompensado quando estava perto dele. Encará-lo agora, era o seu passatempo preferido.

— Você vai ficar me olhando a noite toda ou...

O policial mal havia percebido que estava olhando aquele cara, e Metawin nem mesmo havia tirado os olhos do cardápio. Ele era bom. E não estava sorrindo. Talvez ele estivesse nervoso também.

— Bom, se você deixar eu olhar o cardápio, quem sabe eu peça alguma coisa.

Soltando um riso, Metawin o entregou, e Bright pôde respirar melhor vendo aquele sorriso. Não entendia por que estava tão nervoso. Metawin sempre esteve ao seu lado.

Antes que Bright pudesse olhar o que poderia pedir para comer, Metawin disse, tirando toda a sua concentração:

— Isso é novo pra você. Tá escrito na sua testa o quanto você tá desconfortável.

— Não é nada com você. — Bright se explicou, rápido, antes que Metawin pudesse se sentir magoado.

— Você nunca foi a um encontro antes? — Bright negou, criando coragem para olhar nos olhos do outro policial, que o olhava já havia algum tempo. — Não é uma coisa de outro mundo. Nós só vamos comer e conversar. Fazemos isso todos os dias, não?

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