Chapter 12

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   — Kim Bora! ficou maluca! — Heechul disse tirando a garrafa de vodka da minha mão. — Nunca estive tão sã.
   Peguei a garrafa de volta.
   — Se nossos pais verem isso você vai ficar muito encrencada mocinha!
   Ele começou a limpar minhas lágrimas.
   — Eu não me importo com o que os seus pais pensam! — Nossos pais! Eles são nossos pais! — Não sou obrigada a gostar deles só porque você gosta!
   Heechul venceu e ficou com a garrafa.
   Três! Três semanas! Já haviam se passado três semanas desde que eu e Siyeon não estávamos nos falando!
   — Você precisa ir para a escola, Bora.
   — Vai embora Heechul! Eu quero ficar sozinha! — Essa blusa que você tá segurando. De quem é?
   — É de uma amiga. — Engraçado quando entrei no quarto você tava chorando e pedindo desculpas para a camisa. — eu preciso parar de beber.
   — Levanta Bora! — Heechul começou a me puxar para fora da cama. — Me deixe em paz! — Não vou deixar minha irmã morrer de fome por causa de alguma garota. — Você não entende! Ela não é qualquer garota! — coloquei o travesseiro no rosto.
   Ele sentou na cama. 
   — Vocês namoram?
   — Não. — murmurei. — E por que não?
   — Por que eu não tive coragem nem de contar para ela quem eu sou, imagine de pedir ela em namoro. E agora ela não deve nem querer ver minha cara de mentirosa. — Você já tentou conversar com ela sobre isso? — A gente não se fala tem quase um mês... ela nem ligou para mim, eu checo meu celular de quinze em quinze minutos. Nem mensagem. 
   — Bora, a vida não gira em torno dessa garota. Levanta e vai viver um pouco.
   "Levanta e vai viver um pouco" por que ele não entende? Por que ninguém entende? As pessoas acham que é simples assim? Não é só uma tristeza, não é birra, eu não consigo. Eu simplesmente não consigo, minha energia parece que se esvaiu aos poucos até o ponto em que mal consigo sair da minha cama. "Preguiçosa", "vagabunda", será que é tão difícil para as pessoas de perceberem que eu não estou fazendo por mal? Ou que eu estou tentando? E eu tento tanto, só Siyeon parecia perceber o quanto eu estava tentando. Não adianta eu remoer o passado mas poderia ser diferente? Se é no passado em que eu encontro tudo que me machuca e me persegue? Se é no passado em que eu vejo o que eu poderia ter sido mas não fui. Quantos erros eu cometi? Quantos mais eu vou cometer até que. Até que não aguente mais.
   — Eu vou dar uma volta. — É assim que eu gosto!
   Ignorei Heechul e peguei minha carteira e minha mochila. Preparei as roupas, e levei meu caderno. Logo mais eu cheguei na casa de Gahyeon, bati na porta. Sei que dessa vez ela não vai querer me ver na janela dela.
   — SuA unnie. — Siyeon disse quase em um sussurro.
   Eu não respondi. Não tive a coragem de dirigir a palavra a ela. Eu entrei e subi as escadas.
   — SuA! — segurei a maçaneta da porta do quarto de Heejae. — Kim Bora! — então parei e me virei. — Vai ficar me ignorando? — O que você quer que eu diga? O que você quer que eu faça!
   Siyeon se aproximou.
   — Quem é você? De verdade me diz. Quem é você?
   Como alguém pode responder essa pergunta? Não acham ela um pouco complexa? Mesmo que eu seja uma pessoa para você, serei outra para uma pessoa diferente. Ser é algo tão difícil.
   — Sou Kim Bora, Kim SuA. Eu sou as duas. Porque as duas são aspectos diferentes de uma só. Desculpa ser um desapontamento para você, mas eu só queria viver como uma pessoa normal ou pelo menos tentar, nunca tive a intenção de te machucar.
   — Mas machucou.
   — Machuquei...
   — O problema não é você ser rica, Bora. O problema não é você ser uma Kim! O problema é você ter mentido assim para mim! Eu confiava em você!
   — Siyeon, eu ainda sou a mesma. Eu sei que eu menti mas eu nunca escondi completamente de fato você não acha? Eu te dei tantas pistas! — Porque é covarde! E não teve coragem de me contar!
   Bem em cheio. Perdi o ar. Era como um vislumbre do passado. Heejae me disse as mesmas palavras quando descobriu minha sexualidade.
   — Por que você está chorando, Bora? — Por quê? Eu não deveria?
   Entrei no quarto de Heejae e tranquei a porta.
   — Bora! Abre essa porta! Vamos conversar! — eu ri. — Conversar? Você só quer brigar comigo! Você nunca teve o intuito de conversar! Se quisesse conversar me ouviria também! Só é um conversa quando as duas pessoas se expressam!
   — Bora! Abre essa porta! Bora!
   Arrastei o baú para fora da cama. Abri e li a carta número três.
   "Bora, hoje estou devastada. Jeonghoon está namorando com Jennie e eu acho que descobri algo sobre ele, e não parece ser algo bom. Ele sempre foi um menino gentil, se for verdade o que descobri irá partir meu coração. Você anda meio distante de mim desde que eu descobri sobre sua sexualidade, queria poder te contar isso pessoalmente mas você quase não vem mais me ver, então só uma pessoa soube do que eu descobri, Nam Jimin. Eu já não sei mais o que fazer! Me sinto perdida!"
   Nam Jimin? Isso é sério? Vou precisar falar com aquela garota?
   — Bora? O que é isso?
   Eu gritei.
   — Siyeon, você subiu a janela?
   — O que é isso?
   — Um recado de uma amiga.
   — Um recado?
   — Por favor não conte nada a Gahyeon.
   — Mais mentiras, Bora?
   — Para Siyeon! Para! Eu errei! Eu sei que errei! Vai jogar na minha cara até quando? Eu não aguento mais! Eu te juro que eu não aguento mais! Eu já me culpo o suficiente! Eu já me puno o suficiente! — mostrei meu braço. — O que mais você quer de mim? O que mais! — Siyeon parou na minha frente e enxugou minhas lágrimas, ela segurou meu braço e deu um beijo nele. — Quero que pare de se machucar. — Siyeon, eu não entendo. — Por favor para! — ela me abraçou e eu senti a saudade forte no peito, minhas lágrimas pingavam, meus lábios tremiam e o abraço ficava cada vez mais apertado. — Voce não me ligou... — Me desculpa. — Não me mandou mensagem! — Eu estava chateada, não fiz por mal. Não sabia que isso ia te causar tanto mal assim, me perdoa. — eu perdôo mas por favor não vá embora. — Me desculpa por ser uma mentirosa, me desculpa.
   — Tá tudo bem, Bora. Vai ficar tudo bem, eu vou tentar te entender, tá bom? Só me dá uma chance de entender.
   Nos sentamos no chão, respirei fundo com medo de não conseguir me explicar e se ela não me entendesse?
   — Eu me sinto deslocada, Siyeon. — Deslocada? — Sinto que não pertenço a lugar algum. E que a minha família só me atrapalha. Eu amo dançar, amo, de paixão. Mas eles nunca me apoiaram. Nunca se importaram com as coisas que eu gosto.
   Acho que eles nunca vão se importar de verdade, por que eles me colocaram nesse mundo? Só para eu carregar um sobrenome? Ou será que fui um acidente? Eu não sei qual é a resposta mas todas levam ao mesmo lugar, "Por que eles não ligam para mim?"
   — Eu comecei a dançar escondido quando eu tinha treze anos, Haneul me levava para competições e eu entrei para o clube de dança da escola. Aprendi ballet e dança contemporânea para impressionar meus pais, mas eu nunca impressionei. Então comecei a dançar o que eu gosto. Hip hop, afro, locking, popping. E quando tudo aconteceu com Heejae eu me enfiei em um buraco tão grande que eu nunca mais consegui sair de lá, até que um dia eu parei e pensei. E se... E se eu não fosse filha deles?
   E se?
   — Se meus pais fossem outros, eles se orgulhariam de mim? Foi ai que eu tive uma ideia! E se eu fosse diferente? E se eu fosse... E se eu fosse outra pessoa! Kim Bora, meu nome de nascença, SuA o apelido que Heejae me deu. Eu queria ser diferente mas ainda queria ser próxima dela então eu bolei o plano perfeito. — até eu te conhecer. — Eu iria viver fora de casa como alguém diferente, alguém que não tivesse dinheiro e pudesse formar conexões verdadeiras fora do meu habitual. Eu escolhi ser como Jimin. — Bora. Jimin nem sempre foi uma garota pobre.
   Ela tinha razão, os Nam faliram anos atrás. Quando Jimin ainda era criança, ela não deve se lembrar de quase nada sobre isso. Mas de qualquer forma ela cresceu como uma garota pobre.
   — Eu não queria te magoar, Siyeon. Eu... Eu te amo.
   Siyeon parecia ter se assustado.
   — Eu não devia ter dito isso. Eu sei que você pode pensar que estou agindo por impulso mas não é isso! A gente já se conhece a quase um ano e... — ela colocou o dedo na minha boca e me calei. — Eu conheci Kim SuA, eu conheci Kim Bora. E depois de tudo que passamos juntas, eu te digo com todo o meu coração. Eu também te amo, Bora.
   Três semanas de dor haviam se curado com uma única frase. Uma frase tão poderosa como essa e tão banalizada por tantos. Amor. Que palavra linda, quatro letras que podem salvar o mundo ou levar alguém a destruir ele.
   — Você deve ter tido uma vida tão difícil. Eu sinto muito por seus pais não enxergarem a garota incrível e especial que você é. Mas eu enxergo esse potencial, então por favor. Por favor! Bora! Nunca mais minta para mim! Vamos resolver as coisas juntas! Está bem! Juntas! — e assim meu coração aliviou um pouco desse peso todo que eu carrego. — Juntas. — respondi. — Você trouxe sua mochila. — Eu pretendia fugir. — Fugir? Você é idiota? — Ei! Eu pretendia vingar Heejae e fugir do país. — Vingar Heejae? — Preciso te mostrar uma coisa.
   Entreguei a ela as cartas, Siyeon se emocionou junto comigo. Mas ela não gostou da minha ideia de vingança. Ainda sim tínhamos acabado de prometer não é? Juntas. Fomos para a escola e entramos de mãos dadas.
   Tinha muita gente olhando, me senti um pouco envergonhada e quase a soltei.
   — Você não precisa ter vergonha. Nunca teve até agora. O que mudou? — E se... — O que? — E se descobrirem que sou uma Kim e acharem que você só ficou comigo por causa disso? — Ei! Você sabe que não é verdade! E é isso que importa! O que importa é que a gente sabe.
   Ela tinha razão, o que nós duas sentíamos era o importante. E eu senti muitas coisas desde que conheci ela. Mas de todos os momentos esse era um dos melhores, eu podia sentir que ela ainda estava magoada com as mentiras mas pelo menos estava tentando, assim como eu tentava todos os dias.
   Nós assistimos as aulas mas tudo parecia tão, eu não sei. Eu deveria estar saltando de alegria mas estava tudo tão melancólico? Parecia que a hora não passava, as coisas eram tão iguais a tudo. E Heejae... parecia uma eternidade desde a última vez que a vi sorrindo do lado de fora da minha casa me chamando para dar uma volta.
   — Tem certeza que você quer fazer isso? — perguntou Siyeon parada na porta da biblioteca. — Absoluta.
   Nós entramos na biblioteca.
   — Ficou fofo em você. — ouvi a voz de Gahyeon, nos aproximamos e ela estava com Jimin. Havia colocado um chapéu de duende na cabeça de Jimin. — Ficou ridículo! Fica melhor em você que tem o tamanho de um duende, toma.
   Será que Gahyeon não entende que Jimin não presta? Ela prometeu que ia ficar longe dela! O que ela está fazendo aqui brincando com ela?
   — Não olha assim, Bora. Olha o sorriso de Gahyeon. — Siyeon insistiu o caminho todo da casa dela até a escola de que Gahyeon gosta de Jimin e que isso é uma coisa boa, ela não vai desistir dessa ideia.
   — Tudo que eu vejo é uma garota de quase dois metros de altura iludindo minha irmã. — Ela não está iludindo, Bora. Você não conhece ela direito, como pode deduzir uma coisa dessas? — Eu conheço ela o suficiente. — Qual o passado de vocês? — É uma longa história, eu te conto depois. — nos aproximamos. — U-Unnie. — Gahyeon escondeu Jimin atrás dela, como se a tivesse protegendo. — Jimin, preciso falar com você a sós. — exigi. — Não tenho nada pra falar com você, Kim! — ela acabou de me chamar pelo meu sobrenome? — Contou a ela Gahyeon?
   — Contei. Não foi por mal. — Tudo bem, só fiquei surpresa. — É uma coisa séria Jimin. Por favor. — Só porque você pediu por favor! Mas dá última vez apanhei sem motivo! — Não foi bem assim! — Unnie, por favor. Não faz besteira.
   Gahyeon sempre defendendo ela! Queria saber o que tem de tão especial na Jimin para receber tanta proteção! É só porque ela é alta? Ou são os olhos acinzentados dela?
   — Quer saber de uma coisa. — Siyeon sussurrou. — Acho que o seu problema é ciúmes. Tem ciúmes de Gahyeon. Ciúmes de irmã. — Eu não tenho isso! Jimin que não presta! — Fala baixo, SuA unnie!
   Eu? Com ciúmes de Gahyeon? Haha! Grande piada, eu só estou protegendo ela de se magoar.
   — Anda logo, Bora.
   Jimin saiu andando para o canto.
   — O que você quer comigo?
   — Preciso saber de uma coisa.
   — Fala.
   — O que Jeonghoon fez? — ela arregalou os olhos, parecia que tinha ouvido um nome amaldiçoado. — Como você sabe que Jeonghoon... — Pelo que eu ouvi Gahyeon te contou quem eu sou, você já devia saber que sou a melhor amiga de Heejae. Ela não me contou o que ele fez, só disse que você era a única que sabia. Eu quero saber o que é. — Por que o interesse nisso agora? Bora, deixa isso quieto. Não tem como coisas boas saírem disso. — Como não? Por quê? O que de tão grave ele fez? Me fala! — Bora, é sério! Desenterrar esse passado só vai trazer problemas.
   — Ótimo! Eu sei lidar muito bem com problemas!
   Na verdade sou péssima lidando com eles mas eu sempre me viro.

   — Está bem, eu te conto mas não aqui. Me encontra amanhã na casa de Minji e eu te conto tudo mas quero algo em troca. — É claro que quer. O que você quer? — Quero que pare de me perseguir! Eu não fiz nada contra a Gahyeon mas você fica colocando besteira na cabeça dela! Por sua causa ela tem medo de ir me ver jogar! — Está me exigindo muito, Jimin! — Não é muito! Estou exigindo justiça! Por que a gente não pergunta para Siyeon o que ela acha? Pelo que Gahyeon me contou, ela adoraria saber disso. — Ei! Ei! Não tem porquê envolver Siyeon nisso! — ela parecia se sentir superior por um instante. — É esse seu grande medo, Bora? Tem medo de uma garota? — Medo não é bem a palavra.
   Bom, eu precisava convencer ela então levei a carta comigo. A número 7, queria que ela lesse o que Jeonghoon fez. Jimin ficou em silêncio e no fim parecia triste e decepcionada.
   — Eu disse para ela não se meter com ele... — Disse? O que mais você disse? — Olha Bora eu não sei o porquê de você estar desenterrando isso agora! Mas eu sugiro que pare. Isso vai além dos seus poderes como uma Kim. — Por favor, me fala. — Não é um assunto para ser dito assim, alguém pode ouvir. — Vamos para a sala do conselho. — Uns dias atrás não queria falar comigo, agora me leva para a sala do conselho. Parece que as coisas mudam bem rápido.
   Eu queria mandar ela calar a boca mas eu preciso da ajuda dela. Não seria uma ótima ideia.

   — Agora que estamos aqui. Por favor...
   — Está bem. Jeonghoon, ele é um assassino. — um o que? — Oi? Eu ouvi direito? — os olhos dela se encheram de lágrimas. — Minha melhor amiga, Lee Yuri, ele assassinou ela. — não é verdade. — Do que está falando? Por que ele faria isso com sua amiga? — Ela sabia mais do que devia, assim como eu. — Então por que ele não te matou? — Porque ele não sabe que eu sei. — Jimin! Sem rodeios! O que você sabe?
   — A família dele trabalha com tráfico, a diretora da escola e a sua família suja sabem disso também. — Olha o respeito com a minha família! Você está mentindo! Mentindo! — Siyeon me segurou. — Bora, por que ela estaria mentindo para você? — Por que ela me odeia! — Jimin empurrou Siyeon para o lado e me segurou pelo colarinho. — É você Bora! É você quem me odeia! — Jimin por favor, não machuca ela. — ela me soltou a pedido de Gahyeon.
   Elas estão mais próximas do que eu pensava, talvez seja tarde demais.
   — Já chega de brigas! — exclamou Siyeon se ajeitando no lugar. — SuA unnie, ela não tem motivos para mentir, e pense. Ele já fez coisas horríveis.
   Gahyeon cruzou os braços.
   — Que coisas horríveis?
   Abracei ela.
   — A gente conversa sobre isso depois, Gahyeon.
   Jimin riu cheia de deboche.
   — Por que não agora? Por que ela não pode saber a verdade? — Cala a boca!  Jimin! — Unnie, o que tá acontecendo? O que você tá me escondendo agora? — Fala pra ela, Bora! Fala pra ela!
   Siyeon segurou minha mão.
   — Não foi... — Não foi o que? — Gahyeon perguntou sem paciência. — Não foi um acidente que causou o coma de Heejae. Eu sei que os seus pais disseram que foi mas eu estava lá.
   — O que isso quer dizer?
   — Heejae se jogou da ponte, eu pulei para tentar salva-la.
   Os olhos dela encheram-se de lágrimas, aquele olhar. Nunca me esqueci daqueles olhos. A forma como Gahyeon me olhou me entristeceu.
   — Gahyeon...
   Ela passou rápido por mim, esbarrou no meu ombro. Tentei segui-la mas Jimin segurou no meu ombro.
   — Ela não quer ver você agora.
   Jimin foi atrás de Gahyeon e eu vi tudo escurecendo.
   Mais uma vez meu coração acelerado e a sensação de morte preenchendo cada canto dos meus pensamentos.
   — SuA, unnie! — eu caí no chão e Siyeon tentou me segurar quase caindo junto comigo. — Ela nunca vai me perdoar! Ela nunca vai me perdoar!
   — Por favor se acalma!
   — Ela nunca vai me perdoar, Siyeon!
   — Não é verdade! Ela te ama! Só está um pouco chateada. Vai ficar tudo bem, por favor presta atenção em mim.
   E foi naquele momento, naquele momento o nosso destino mudou. Primeiro passos. Depois, uma sombra. E então alguém parado na porta.

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