Chapter 9

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   — SuA! — acordei levando um travesseiro no rosto. — Bom dia, Lily. 
   — SuA unnie, estou curiosa.
   — Com o que?
   — Por que você sempre usa essa chave no pescoço? — Siyeon falou segurando a chave e me olhando. — Por que ela abre algo importante.
   — O que ela abre?
   — Uma porta para o passado.
   — Acho que você abre muitas portas para lá. — O que isso quer dizer? — Nada. — Siyeon, com todos os meus anos de experiência com mulheres, um nada nunca é só um nada. — Anos de experiência? — Está com ciúmes? — eu ri. — Não. Eu tenho outra pergunta.
   — Diz.
   — Por quanto tempo você e Tzuyu namoraram? — 1 ano e 7 meses.
   — Você ainda gosta dela?
   — Não, eu gosto de outra pessoa.
   — E eu conheço essa pessoa?
   — Tá brincando né? — fiquei um pouco preocupada, eu não estava conseguindo entender o que eu era para Siyeon.
   — Você... gosta de mim? — Eu gosto. Gosto tanto que pensei que estava ficando louca, tanto que eu me afastei por medo de me apaixonar por você!
   — E conseguiu?
   — O que?
   Siyeon segurou meu rosto.
   — Não se apaixonar por mim.
   — Não, isso não.
   Ela sorriu.
   — Ótimo.
   Nos beijamos.
   — Você caiu de paraquedas na minha vida e mudou tanta coisa, Siyeon. — SuA, tem uma coisa... — O que?
   Ela inspirou mas no fim desistiu.
   — Não é nada, eu vou me resolver.
   Eu saí do quarto e dei de cara com Gahyeon, ela estava segurando meu uniforme, acho que já está virando um hábito dormir por aqui, um hábito antigo para ser sincera.
   Quando chegamos na escola foi diferente, eu resolvi que precisava acertar umas coisinhas.
   — Vamos, Dongie.
   Puxei o braço dela.
   — SuA! Se eu for pega aqui!
   Liguei a tela do computador.
   — Apenas vigie a porta!
     Eu tentei várias senhas para o computador mas não consegui acertar, eu precisava de ajuda mas eu não queria pedir o auxílio de Minji ou Jimin.
   — Anda logo, SuA!
   Olhei em volta e vi uma foto de uma criança na mesa da diretora. Me lembrei do nome e tentei variações usando o nome da criança.
   — Bingo!
   Eu coloquei para imprimir o arquivo.
   — SuA! Rápido!
   Peguei os papéis mas a diretora estava vindo.
   — Rápido! A saída de incêndio!
   Nós saímos pela escadaria de fora e quando chegamos lá embaixo corremos bastante.
   — SuA! Você me paga!
   Ignorando Dongie comecei a ler os papéis.
   — Mas o que é que diz?
   Que estranho, as transações foram feitas para contas diferentes. Se o dinheiro da minha família não está sendo usado para a escola então, para que eles estão usando?
   — Tem algo errado nas transações.
   — SuA! Você está falando de corrupção?
   É muito provável mas o dinheiro foi depositado diretamente para a outra conta. Isso significa que meu pai sabe para onde foi o dinheiro, o que ele e a diretora estão aprontando juntos?
   — SuA?
   Eu comecei a tremer, estava com a respiração ofegante de novo. E se meu pai estiver ajudando a diretora a roubar da escola?
   — Hey! — minha visão ficou turva, eu segurei forte em Dongie e comecei a chorar.
    Siyeon chegou correndo e me segurou.
   — Você está bem? — Estou! — afirmei. — Por que está mentindo para mim?
   — Siyeon não quero te sobrecarregar com meus problemas, eu vou ficar bem.
   — Você precisa aprender a aceitar ajuda, você não tem que passar por tudo isso sozinha. Deixa eu cuidar de você.
   Eu abracei ela.
   — Respira fundo, meu amor.
   "Meu amor" eu não sabia que seria tão bom ouvir aquilo.
   — Kim Bora, você está namorando uma Lee? — nos viramos em direção ao portão, Nam Jimin. — O que foi Jimin? Minji não está aqui. — ela deu um sorriso, devo admitir que ela é uma das garotas mais bonitas dessa escola.
   Siyeon deu um tapa na minha cabeça.
   — SuA, unnie. Por que você está no chão? — Gahyeon se aproximou preocupada.
   Jimin olhou para Gahyeon como se tivesse visto um fantasma. 
   — Você... você é a irmã de Heejae?
   Jimin disse melancólica.
   Eu perdi a paciência, eu sabia que ela tinha magoado Heejae, e sabia muito bem o quanto ela tinha magoado Heejae, não queria Gahyeon se misturando com essa garota! — Gahyeon, vá para dentro! Agora! — ordenei. — Gahyeon foi.
   Heejae havia me dito que sofreu bully por causa de algo que Jimin fez. Não me importa quais sejam as desculpas de Jimin para isso, para mim é imperdoável. eu não acredito na inocência de Jimin, tenho certeza que Heejae só estava sendo gentil. Não quero ela enchendo a cabeça de Gahyeon de histórias. — Vou lhe dar um aviso, se mexer com Gahyeon, eu vou acabar com você! — alertei. — Ela tem o direito de saber a verdade!
   Eu pensei em responder mas isso me deixou ainda mais ansiosa.
   — Jimin, por favor, vocês podem conversar depois!
   Dongie e Siyeon voltaram a atenção para mim e Jimin foi embora.
   Depois que Jimin foi embora nós fomos até a sala do conselho, minha mente não parava, eu queria saber para onde estava indo o dinheiro e queria Jimin longe de Gahyeon.
   Tia Sunmi entrou na sala.
   — Siyeon, você poderia me dar um minuto, preciso falar com Bora.
   — Sim, senhora. — ela saiu. — Sua! Você está ficando maluca? Entrar na sala da diretora? — Como você sabe disso?
   Ela me encarou.
   — Dongie te contou. — Dongie me contou! — Da uma olhada nisso, tia.
   Entreguei os papéis, ela colocou o óculos e leu.
   — Acho que você encontrou algo maior do que eu esperava.
   Ela guardou o papel.
   — Vamos falar sobre isso na sua casa mais tarde, está bem?
   — Está bem, tia.
   — E Bora. Não magoe Siyeon. Antes de uma aluna, ela é minha sobrinha.
   — Você não precisa me dizer isso, eu...
   — Você?
   — Eu gosto dela. Tipo muito mesmo. — tentei esconder minha cara de vergonha, Sunmi sorriu e me deu um abraço. — Fico feliz por você, Bora.
   Sana bateu na porta.
   — Minatozaki!
   — Desculpa, senhorita Lee. Não sabia que a senhora estava aqui também.
   — Eu já estava de saída.
   Sana se curvou quando ela passou.
   — Tá tudo bem, Sana? — Estou preocupada, SuA. — Com o que? — Aquela garota, ela é uma Lee não é? — Siyeon? — Sim! Até hoje ela não veio me procurar ainda, sei que fazem meses mas e se ela de repente resolver contar para alguém? — Sana, você tá pensando nisso durante todos esses meses? — Sim...
   — Escuta. Ela não vai fazer isso. E mesmo que fizesse eu defenderia você.
   — Não acho que nossa palavra vale muita coisa coisa nessa escola. — minha palavra vale bastante, Sana. — Sana, eu preciso te contar uma coisa. — lá vai. Se ela acredita ou não, eu não posso interferir. — Eu sou uma Kim. Uma Kim, Kim. Sabe, elite, Kim.
   — Você é uma Kim?
   — Sou, e Dahyun é minha prima.
   Sana estava processando tudo o que eu dizia ela demorou um pouco acreditar em mim mas depois que acreditou nós começamos a conversar.
   — O que eu digo a ela? Não tenho como levar sua prima para sair assim. — eu ri. — Dahyun já gosta de você, Sana. — Sério?
   Estávamos rindo quando Siyeon entrou na sala ao lado de Minji.
   — Atrapalho?
   Minji sentou logo na primeira cadeira que viu, Siyeon continuou na porta de braços cruzados.
   Eu queria me explicar mas não sabia se seria estranho fazer isso na frente de Minji.
   — Melhor eu ir indo. — Sana beijou minha bochecha e saiu. — Siyeon, não é...
   Minji se virou para olhar.
   — Não era para você estar aqui mais cedo! — ela sentou ao lado de Minji.
   Dongie e Seulgi entraram na sala.
   — Kang!
   — SuA unnie. — Eu devo ser invisível! — disse Handong.
   Minji se levantou.
   — Sem querer atrapalhar, senhorita Kang mas temos reunião do conselho.
   Durante a reunião eu me senti estranha, eu senti a brisa, ouvi o som dos pássaros observei todas enquanto me sentia vazia, não sei como explicar direito mas era como se. Como se eu não pudesse sentir nada, como observar tudo e todos e ter a sensação de não fazer parte do mundo, de ser apenas uma telespectadora.
   Siyeon estava incomodada com o que havia visto durante toda a reunião, e Minji falava sem parar sobre divulgar a campanha. Por algum motivo Gahyeon não compareceu a reunião.
   No meio da reunião eu corri para fora.
   — Ei moça bonita, por que está chorando? — Minji se aproximou  recitando o que eu disse para ela quando nos conhecemos. — Por que eu me sinto tão perdida. — Perdida?
   Ela sentou ao meu lado.
   — Eu tenho uma melhor amiga. Antes de nos conhecermos Minji, ela tentou se matar e está em coma.
   Minji me abraçou.
   — Eu não sei o quanto está doendo mas vai ficar tudo bem.
   Não! Não me diz isso!
   — Tá tudo bem, Borinha.
   Faz tanto tempo que ela não me chama assim. Fiquei com receio, e se ela ainda gostasse de mim? E mesmo se não gostasse o quão estranho seria eu estar apaixonada pela melhor amiga da minha ex?
   — Eu pediria desculpas por ter guardado segredos, mas ainda não posso te pedir desculpas por isso. — E por que não? — porque agora estou guardando mais um. — Apenas saiba que em meio a essa escuridão eu encontrei um pedacinho de luz mas essa luz não me pertence e talvez um dia você vá tomar ela de mim. — Do que está falando? Não vou tirar nada de você, eu quero seu bem. — se ela ao menos soubesse.
   Minji deu um beijo na minha testa
   — Vou te deixar um pouco sozinha agora, tá bom?
   Eu andei até o lago. Comecei a jogar pedrinhas e a chorar.
   — Lee Heejae! — gritei.
   Em um impulso eu corri para dentro da escola, subi as escadas até parar no terceiro piso e entrei no banheiro enquanto sentia aquela sensação horrível tomando conta de mim. Eu perdi o controle das minhas emoções.
   — Droga! — gritei para o espelho, senti meu punho ardendo, vi o sangue jorrando. Andei para trás e pisei nos cacos de vidro, eu abaixei e peguei um dos cacos, eu o encostei no pulso, estava logo ali, na minha frente, o espelho quebrado, a minha chance de liberdade. Não era isso que eu queria? Não era acabar com a dor? Um único corte e tudo iria acabar, foi o que pensei. Mas era mentira, eu sabia que era mentira, a dor não passaria por muito tempo, ainda que passasse para mim não passaria para aqueles que eu amava.
   Me sentei no chão com o vidro na mão, minha mão estava sangrando muito.
   Eu comecei a refletir, comecei a pensar!
   — SuA! — Siyeon gritou.
   — Lily... eu tô com medo. — eu estava soluçando, era de dar pena. — SuA, larga isso! — Siyeon se aproximou bem devagar. — Me dá, SuA, por favor!
   Eu larguei o vidro. — A sua mão! você está sangrando. O que aconteceu? Vi você e Minji conversando as coisas pareciam bem. — Siyeon falou desesperada e colocando a mão no meu rosto. Pelo menos uma pessoa se importa. — Como você consegue sorrir uma hora dessas, Bora? — ela estava me olhando com preocupação.
   Siyeon me fez levantar e começou a lavar minha mão, apenas fiquei observando em silêncio enquanto minhas lágrimas continuavam dizendo tudo que eu não tinha coragem de dizer.  Ela tirou a gravata e o colete, por último a blusa branca do uniforme ela a usou para estancar o sangue. Siyeon começou a chorar... eu fiz Siyeon chorar?
   — Desculpa. — falei. — Pelo que? — ela disse olhando nos meus olhos e fazendo carinho na minha mão. — Por te fazer chorar. — Não é sua culpa! Estou chorando por que se eu tivesse demorado um pouco mais poderia ter perdido você.
   E naquele banheiro, naquele silêncio nós duas chorávamos como crianças assustadas. E então um beijo. Sim. Um beijo. Ela me deu um único beijo mas deu aquele beijo como se fosse o último.
   Siyeon pegou um casaco na mochila, ela o colocou e me levou para a enfermaria.
   Quando tudo passou voltamos para a reunião que já havia acabado.
   — Unnie? — Gahyeon se levantou e correu até mim. — O que aconteceu?!
   — O que? Isso? Não é nada, é só um arranhão, pequena. Vou ficar bem, não se preocupe.
   — O que houve com a sua mão? —Dongie perguntou preocupada. — Eu me machuquei. — Não me diga. — a chinesa disse em um tom debochado. — Eu soquei um espelho. Feliz?
   — O que! Ficou maluca?
   — Estou começando a achar que sim.
   — Com licença Dong. Posso ter 1 minuto a sós com SuA? — Siyeon perguntou. — Claro! Todo tempo do mundo. — Dongie me deu um empurrãozinho. — Deixa eu te levar pra casa. — ela disse.
   — Siyeon, não precisa. — imagina ela chegando no portão. — Por favor.
   — Siyeon, eu estou bem. — menti. — Não SuA, você não está! Você não está nada bem! — Olha nos meus olhos Siyeon.
   Ela olhou.
   — Me diga quem eu sou.
   — O que?
   — Me diga quem eu sou, Siyeon.
   — Você é minha... Você é a SuA.
   — SuA é parte de mim mas quem sou eu? Quem sou eu de verdade? — não quero perder ela logo agora. — SuA, não estou entendendo. — Você sabe, no fundo eu sei que você sabe.
   — Eu sei?
   Yoohyeon chegou para me salvar.
   — Vamos, Bora. Estamos atrasadas.
   — SuA, por favor, não vai. Não quero te deixar sozinha nesse estado. — ela me abraçou para não soltar. — Eu preciso ir! — falei quase que em um grito, me lembrei de uma coisa que eu precisava fazer. — SuA, me prometa que vai voltar. — ela disse segurando minha mão. — Eu prometo, Lily. — com grande pesar ela me soltou.
   Yoohyeon me deixou no hospital como pedi quando entrei no carro.
   — Foi tudo minha culpa! — comecei.
   — Você pode me ouvir Heejae? É minha culpa! Eu não devia! Eu não devia ter ter escondido as coisas de você! Me desculpa! Eu sou uma idiota, você merece mais do que alguém como eu, me perdoa Jaejae. — Eu estou com medo. E se eu perder Siyeon também? E se ela me odiar quando souber quem eu sou!
   Eu deixei o quarto e fui para o terraço, me sentei no chão, estava chovendo tanto. Mas não demorou, alguém sempre me interrompe.
   — Levante-se, é hora de ir para casa.
   — Heechul! — exclamei chocada. — Faz muito tempo irmãzinha.
   Nem questionei mais nada, só levantei e fui com ele.
   Se ele está aqui significa que o baile está próximo e meus pais vão passar um tempo em casa. Quando chegamos eu tomei um banho e troquei de roupa, Heechul entrou no meu quarto e me observou.
   — Deitada na chuva? Alguém do seu nível? — Alguém do meu nível? Não fale comigo desse jeito!
   — É a verdade! Somos herdeiros de um império! — Um dia irei herdar metade do que os nossos pais tem e eu espero ser uma boa herdeira, mas não assim. — Felicidade, é a única coisa que nós não podemos ter Bora, você nunca terá uma vida normal por causa de quem você é, e sem poder você não é nada no mundo que nossa família vive. Não deixe o medo te afastar da grandeza, esse é o seu destino.
   Ele me disse isso e saiu do quarto.
   Eu resolvi ir até o escritório do meu pai, ele queria me ver.
   — Mãe! Pai! — me curvei.
   — O baile está se aproximando. — minha mãe começou. — Eu não vou! — exclamei. — Bora! Você precisa deixar seu orgulho de lado e respeitar as tradições dessa família! — minha mãe continuou. — Meu orgulho? Você demitiu 3 mulheres atoa porque se cansou delas! Elas ajudaram a me criar! Eu nunca vou perdoa-la por isso!
   — Me perdoar? Bem-vinda a ser uma Kim. Elas não foram as primeiras e nem serão as últimas, é assim que as coisas funcionam! — Eu prefiro me jogar daquela janela do que ir até o baile!
   — Pare com os blefes Bora.
   — Você demitiu 3 mulheres que me criaram desde que eu era um bebê, olhe nos meus olhos e me diga que estou blefando! — eu prometi, eu prometi a Siyeon. — Quando eu colocar os pés naquele baile, será por que vocês me levaram a força ou porque vocês não estão mais vivos. — Já chega! — meu pai se levantou da cadeira de escritório. — Seu irmão falhou conosco e ele foi enviado para um internato, seja cuidadosa ou você pode ter um destino parecido! — Eu decido a minha vida! E não serei coagida por vocês! — exclamei.
   — Eu sou Kim Hwan! —
   — E eu sou Kim Bora!
   — E você me deve respeito! — disse meu pai. — Respeito! precisa ser conquistado! — enfrentar meus pais sempre me deixa irritada, talvez por isso eu sempre tenha passado mais tempo fora de casa. — Talvez eu devesse dar um jeito na empregada que tem te influenciado. — minha mãe disse.
   — Eu desafiaria o diabo em pessoa se ele tentasse encostar um dedo em Haneul. Não irei permitir que você ameace ela. Eu deixei vocês fazerem muitas coisas ruins no passado! E a cada escolha que eu faço eu sinto que estou cada vez mais distante da pessoa que eu gostaria de ser!
   — A pessoa que você é, é uma Kim! E um favor em troca de dinheiro é como as coisas são, demitir pessoas e substituí-las é como as coisas funcionam.  — Isso é quem vocês são! Eu não sou assim!
   Passei furiosa pela sala.
   — Bora, não vai jantar com a família? — Heechul disse. — Família? Isso não é uma família! Não é e nunca será!
   — Não fale besteiras mana. Não somos a família mais unida mas somos uma família.
   — Heechul, preciso de um favor seu.
   — Um favor meu?
   — Heejae tem uma prima. Lee Siyeon, preciso que você a convide para o baile.
   — Eu convido se você comparecer ao baile. — Jamais! —Então não vai dar.
   Pedi um tempo para pensar, fui para o quarto e liguei para tia Sunmi. Ela foi me buscar e fomos para o apartamento dela.
   — Não vai me contar o que tá acontecendo? — a mais velha se pronunciou. — Briguei com meus pais.
   — E a sua mão? O que houve? Eles te machucaram? — Eu... tive uma pequena perda de controle hoje... e soquei o espelho do banheiro da escola.
   — Ya! Foi você quem fez aquilo?
   — Sim...
   — Sua, você precisa de ajuda profissional.
    Ela foi para a cozinha preparar um ramen, já eu sentei no sofá e mandei mensagem para Siyeon, contei a ela sobre a discussão com os meus pais e ela perguntou onde eu estava. Eu disse que estava na casa de uma tia. Acho que seria meio difícil explicar que tô na casa da tia dela.
   — Quer ver um filme? — Sunmi perguntou. — Quero.
   Sunmi colocou um filme e se sentou ao meu lado.
   Quando acabou fomos para o quarto, ela havia preparado a cama para mim. 
   — Como você está se sentindo pirralha?
   Ela sentou na cama.
   — Eu...
   Não tive forças para responder, abracei ela e comecei a chorar. Ela me fez cafuné enquanto eu chorava
   — Unnie.
   — Não fica assim Bora, vai dar tudo certo, eu tô aqui com você. — por que todo mundo diz isso? — Vai ficar tudo bem...

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