Pov Ren
Eu estava fechando o café depois de um dia cansativo, depois de conferir que todas as janelas e portas estavam devidamente trancadas peguei minha bolsa e sair, para qualquer um que olhasse de longe eu não passava de um garoto cansado que estava testando a sorte ao sair à noite em uma sexta feira um pouco chuvosa, não me importei muito com as gotas geladas que caiam do céu uma vez que eu estava preparado com o guarda-chuva já a mão, todos que moram em Gotham a mais de um dia sabem que grande parte das noites são chuvosas, mais o pior inimigo dos moradores de Gotham não são os pingos gelados de agua, são os monstros que insistem em se chamar de humanos, assassinos, abusadores, traficante, assaltantes, não importa o que peça em Gotham tem, isso sem contar os loucos maiores como o coringa, pinguim, duas caras, hera venenosa, mulher gato, entre outros. Meu passo passou de calmo para atento ao me aproximar de um beco, o lugar está escuro como se me desafiasse a testar a sorte ou nesse caso a habilidade do assaltante que tentava inutilmente se esconder perto de uma grande lata de lixo.
-Você quer que eu espere você achar um lugar confortável para ficar antes de me atacar ou prefere que eu finja surpresa quando me aproximar mais?
Perguntei com sarcasmo escorrendo em cada palavra para o bandido que ainda estava se mexendo de forma inquieta, ao me ouvir ele sacou um canivete daqueles ornamentados e com gravuras desenhadas a mão, imagino que furto de algum roubo antigo que ele tenha ficado como um suvenir.
-Eu iria só levar seu dinheiro piralho mais acho que depois dessa sua ousadia você prefere uma surra para te ensinar a respeitar os que estão acima de você.
O cara falou um tanto alterado, drogas? Ou quem sabe álcool?
Fechei meu guarda-chuva não querendo quebrar o mesmo e coloquei apoiado na parede do prédio ao lado.
-Bom parece que você deu muito azar uma vez que hoje você não vai conseguir uma noite muito lucrativa.
Falei de forma que parecia que eu estava relaxado mais na verdade eu estava analisando as rotas de fuga dele.
-Se bem que você deu sorte de eu não estar de mal humor ou isso poderia ficar feio bem rápido.
Completei com uma falsa animação. O assaltante já alterado por alguma substancia ilícita perdeu o que lhe restava de calma e veio para cima de mim com uma estocada voltada para o meu estomago. Com a parte de trás da minha mão eu bati nas costas da mão do assaltante que segurava o canivete e assim que ele soltou bati meu braço jogando o canivete para a minha outra mão, peguei e usei a parte do punho para acertar a cabeça do assaltante fazendo ele desmaiar.
- Parece que você não é meu superior.
Falei vendo alguns sacos de lixo vazios um pouco a frente. Enrolei os sacos para que eles ficassem fortes e usei para amarar o assaltante em um poste quebrado que ficava em frente ao beco, liguei para a polícia e dei as instruções para acharem ele.
Por mais que eu soubesse que ele não ficaria preso por muito tempo, sabia que não teria que me preocupar com ele por um curto período de tempo. Voltei até o muro em que minha bolsa estava escorada a peguei, abri meu guarda-chuva e continuei meu caminho com calma e tranquilidade.
Cheguei no apartamento que eu dividia com Nico e Will, os dois estavam abraçados dormindo enquanto um filme qualquer passava na televisão, vi alguns pacotes de biscoitos e salgadinhos na pequena cozinha, arrumei tudo e vi que já estava dando meia noite, voltei para a sala e com delicadeza acordei o Will.
-Ei já estou em casa, vá para o quarto, já estou levando o Nico.
Falei vendo o Will ainda um pouco sonolento se levantando e indo para o quarto.
-Boa noite Ren.
Will falou antes de se jogar em cima da cama de casal que ele dividia com meu irmão, coloquei o Nico com cuidado em cima da cama para que ele não acordasse.
-Amanhã vamos as compras então lembre-se de levar uma lista com tudo o que você vai precisar comprar.
Lembrei o Will e com um sorriso pequeno sai do quarto dos meninos ainda ouvindo alguns resmungos de Will, tomei um banho e aproveitei minha falta de sono para dar uma geral no apartamento, ele ocupava dois andares inteiros mais isso por ser um dos pontos seguros de Hades então assim como os chalés do acampamento tudo que precisamos aparece para nós, bom tudo menos as comidas, Hades deixou para que trabalhássemos e tivéssemos uma vida um pouco mais comum.
Não sei o que meu pai queria com isso mais no apartamento também tinha uma sala "secreta" que apenas os meio sangue conseguiam entrar e nessa sala tinham roupas muito legais, dois conjuntos inteiramente pretos com mascaras que cobriam o rosto deixando apenas os olhos de fora, e um conjunto bronze que não se destaca muito no escuro mais que tem sua própria beleza também com o rosto tampado, os trajes tinham adagas escondidas, shurikens, alguns frascos com néctar e um bolso com ambrosia, tinha também espadas em todos os trajes e várias armas pela sala, eu vi também um enorme computador que estava em grego antigo e de relance vi três motos pretas com detalhes em azul metálico, tinha também uma mensagem em grego antigo junto ao computador:
Χρησιμοποιήστε με φειδώ και προσέξτε.
(Use com moderação e tomem cuidado.)
De certo modo eu sabia o que ele queria dizer com isso mais não me sentia pronto para assumir tanta "responsabilidade"
Terminei a faxina e fui para o meu próprio quarto me deitei na minha cama ainda com os pensamentos voltados para o fato de tanta coisa ter acontecido em tão pouco tempo. Dormi, não um sono tranquilo com sonhos de um futuro distante e feliz, mais um sono conturbado com muitos pesadelos que me levavam de volta ao laboratório em que eu "nasci".
-Joguem o corpo no poço, não temos muito tempo, e essa e a única forma de me desculpar por ter subestimado aquele palhaço desgraçado.
Ouvi uma voz que não conhecia falar e de repente percebi que eu estava em algum lugar que rementia a era medieval, a uns dois metros a minha frente tinha um poço verde com tanta loucura que era difícil deixar de olhar. 'Posso de lazaro' algo dentro de mim mandava eu me aproximar e quem sabe dar um mergulho nessas aguas tão delicadas.
Balancei minha cabeça para me livrar desses pensamentos e vi um corpo envolto em bandagens cair ou melhor ser jogado dentro do poço, no início nada aconteceu, o corpo afundou nas aguas verdes neon e tudo se acalmou por um tempo isso até que o mesmo corpo que afundou se levantou e de pé gritou com uma voz rouca quebrada como se a agua na verdade fosse ácido e estivesse aos poucos o matando, olhos vidrados e com tanta loucura apareceram quando as bandagens caiam para mostrar um adolescente bonito porém insano.
Assim que o adolescente se virou para mim eu vi uma alma perturbada e sofredora, que tinha morrido antes do seu tempo, ele correu em minha direção com olhos vidrados e atravessou a minha imagem pulando da janela em que eu estava logo atrás de mim, via a criança perdida correr por um campo de neve e gelo de forma tão amedrontada como se estivesse fugindo de seu maior medo, o que não deixava de ser verdade em um ponto, todos que voltam a vida voltam de forma diferente afinal quem seria o mesmo depois de passar pelo inferno.
Voltei para o laboratório, agora eu estava deitado na maca com todos os cabos ligados no meu corpo, sentia uma presença nova ao meu lado direito mais não conseguia nem abrir a boca já que estava completamente preso e imobilizado.
-Vamos começar com 550 volts então iremos subindo de cem em cem, se ele desmaiar acordem ele e voltem de onde pararam, será três horas assim e depois disso voltem ele para o gelo.
Depois de ouvir a voz do cientista psicopata que tinha me torturado dos sete anos até eu conseguir me libertar aos quinze o medo me dominou, afinal eu sabia o que ele faria assim que eu saísse do gelo, uma seção de resistência a torturas sendo torturado por no mínimo onze horas e logo em seguida outra seção de choques e gelo. Tremi internamente e pedi a Morfeu com todas as minhas forças para acabar com esse sonho. Assim que eu senti as primeiras ondas de choque percorrer meu corpo acordei ainda abalado pelos sonhos, mais quando abrir meus olhos e vi que estava em meu quarto relaxei um pouco por estar seguro e longe daquele verme.
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Filho de Hades em Gotham
FanficO que acontece se um filho de Hades se encontrasse com a batfamilia e com isso uma nova aventura começasse. Então como devo começar a minha história? Bom prazer me chamo Ren tenho atualmente 22 anos e moro em Gotham a mais ou menos três anos, sou...