[12.01.21]
Namjoon aprovou a coleção nova e pedi a Taehyung que viesse à empresa, onde eu poderia colocá-lo diante de um espelho e escolher quais cores e brocados ficariam bons nele.
Taehyung veio sem objeções. Agora entendo que ele gostava de se olhar no espelho e ver minha devoção a ele e à sua imagem; de se ver moldado pelas minhas roupas e pelo meu olhar, que o engrandeciam de uma forma desesperada.
Em minha companhia, Taehyung podia se ver como eu o via, e tenho certeza de que isso o agradava muito. Dava-lhe uma espécie nova de prazer que o fazia me olhar e me tocar daquela forma urgente das nossas últimas vezes juntos. Era como se ele quisesse se sentir idolatrado e amado como eu fazia — como apenas eu fazia. O tolo, o submisso obcecado que se prostrava de joelhos e esperava para ser colocado no chão, humilhado e satisfeito.
Foi por isso que ele veio naquele dia, sem objeções, protestos, reclamações ou um único suspiro cansado. Veio como se não quisesse nada, como se só obedecesse o contrato. Mas agora acho que estava ansioso para ver meus olhos, que sempre imploravam por cada átomo seu.
Ele entrou em silêncio, sem cumprimentos nem frases soltas. Nada sobre o tempo lá fora ou as roupas; nada sobre mim nem sobre ele. Chegou trajando um terno preto por cima de uma blusa vermelha e botas pretas lustrosas. Seus olhos pareciam madeira molhada. Além disso, ele havia pintado o cabelo de vermelho naqueles poucos dias que estivemos separados.
Enquanto eu pedia sua opinião em algumas cores, tecidos e brocados, contrastando-os com sua pele nua, ele me observava com atenção. Era um olhar de puro contentamento. Parecia ansioso para que eu fizesse qualquer elogio — que mais soasse como prece ao pé de um altar cheio de velas, flores e oferendas — e o chamasse para sair, embora se conservasse calado.
Rocei minhas digitais pelos caminhos das suas veias nas mãos, e seus dedos longos se fecharam. Ficamos em silêncio enquanto nossos corpos se aproximavam inelutavelmente como polos opostos de ímãs.
Eu estava perdendo o foco rápido demais. Afastei-me abruptamente e ele virou o rosto para o espelho.
— Falta muito? — sua voz saiu lenta.
— Não. — Quietude incômoda. — Você tem algum compromisso?
— Não.
— Então saia comigo — pedi, muito embora meu tom não houvesse sido tão convidativo. Pareceu muito mais desinteressado do que eu estava, e na realidade, eu estava ávido por ele.
Taehyung não me olhou diretamente. Encarou-me de modo sério pelo espelho. Depois de um tempo, deu um pequeno sorriso e assentiu.
— Aonde quer ir? — perguntou.
— Aonde você quiser.
Taehyung soltou uma risada anasalada, esticando o braço para pegar suas roupas. Ele se trocou enquanto eu me sentava em uma banqueta e observava seus movimentos.
— Então você é um voyeur, Jeongguk? — comentou, com olhos que pareciam ter jeito de brincadeira, mas a voz estava séria.
— Não, estou mais para um apreciador de arte — brinquei de volta e sua expressão mudou. Eu inflava demais seu ego e nem mesmo percebia. — Aonde quer ir?
Taehyung deu de ombros, aproximando-se de mim.
— Não quero ter um lugar para ir... nem para voltar — respondeu. — Podemos nos perder por aí, o que acha?
Fiquei quieto, magnetizado pela sua imagem.
— Quem pintou seu cabelo? — indaguei, enfim, antes que eu pudesse me parar.
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Me ame a 100°C
FanfictionTAEKOOK [concluída] Jeon Jeongguk desenhava croquis secretamente para a marca de seu melhor amigo. Uma noite, em uma festa após um desfile, ele conheceu Kim Taehyung, o modelo principal da coleção. E não demorou nada para perceber que, embora ach...