Capítulo 77

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Cap 77


Por Alana. 

Não demorei para chegar no apartamento do Guzman mas levei alguns instantes pra criar coragem para subir. Estou morrendo de medo dele não me perdoar,apavorada com a ideia de ter perdido ele para sempre. 

O porteiro me reconheceu e me deixou subir sem interfonar. Ele estava acostumado com minhas visitas no meio da noite,com a minha convivência com o Guzman.

Respirei fundo,tirei coragem não se da onde e toquei a campainha. Sei que ele guarda uma chave perto da planta,era a minha chave,mas não quero interromper nada e nem entrar sem ser convidada,perdi esse direito há meses. 

Ele demora para abrir então toco mais uma vez. Será que ele não está? O porteiro me deixou subir porque me reconheceu então deve imaginar que eu tenho a chave…


Guzman : Alana? - ele pergunta surpreso e me arranca das paranóias. 

Levanto a cabeça e sinto minha boca se abrir em um “O" ao vê-lo usando só uma calça de moletom,uma toalha em volta do pescoço e o peitoral forte,largo e musculoso todo exposto. Ele está com um olho inchado,tem um corte no lábio e alguns hematomas nos braços. Os nós dos dedos também tem marcas e me fazem acreditar que a briga foi muito mais séria do que a Maya falou. 

Seu cabelo dourado está molhado,algumas gotas de água ainda escorrem pelos gomos da sua barriga e seus lábios são tão lindos, tão avermelhados e carnudos...Foco,Alana. Você veio aqui para conversar,não para ficar babando nele. 

Contra minha vontade,desvio o olhar e foco no rosto do meu ex. Ele está com um sorriso presunçoso nos lábios,com aquele olhar de quem sabe que è desejado. Odeio amar isso.

Alana : eu...eu… - tento falar mas minha voz não sai. 

Eu ensaiei tanto,pensei tanto no que dizer e agora não tenho ideia de como começar a me explicar,a me desculpar. Como é que posso pedir perdão depois de tudo o que fiz? Como é que posso conviver com os meus erros e com os dele? 

De repente,como uma erupção de emoções, começo a ficar nervosa,ansiosa. Meus olhos se enchem de lágrimas,meu coração acelera e fico parada na porta,encarando ele como uma maluca. 

Guzman : você está bem? Está se sentindo mal? - ele pergunta preocupado. 

Alana : não,não. Eu estou bem - consigo falar mesmo com o nó na garganta. 

Guzman : quer entrar? Beber uma água? - ele proprõe e eu só aceno positivamente com a cabeça.

O Guzman me dá espaço para passar,fecha a porta e me convida para sentar enquanto vai buscar a água que ofereceu. Eu aproveito o momento para olhar ao redor,procurar algo que indique a presença de outra mulher. 

Sei que a Maya esteve aqui,que passou toda a noite nos braços dele,na cama que ele já dividiu comigo antes de alugar o apartamento do centro para nos vermos. Isso me quebra, me faz mal e tenho que sufocar o impulso de sair correndo e ir embora. Tenho que ficar e colocar logo um ponto final nessa loucura, preciso ter coragem. 

Fico muito aliviada ao não encontrar nenhum sinal de que outra mulher esteve aqui. Não tem nenhuma calcinha perdida,nenhum sutiã pendurado em algum móvel ou vestido caído no canto,não tem nada. 

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