Eu estava parada em sua frente olhando-o com espanto. Meu coração pulava no peito desesperado, inconformado em acreditar que aquilo era verídico. Bryan me olhou com tristeza e respirou fundo. Tudo o que eu queria era que ele dissesse que havia sido uma piada de mau gosto e que estava bem. Mas não disse.— Não. — Disse baixinho. — Não, você não está! Não é possível… — Aleguei, torcendo para que estivesse errado.
Foi então que Bryan levantou uma perna e puxou a calça para cima, mostrando uma pequena mordida em seu tornozelo. As veias ao redor da ferida estavam roxas e o sangue, coagulado.
— Fui mordido quando lutava contra aqueles… — Disse ele, dando uma pausa repentina. — aquelas crianças.
Ao ver aquilo em sua perna, senti meu coração partir-se em mil pedaços e, junto com o choque, vieram as lágrimas.
— Bryan… — Escutei Stevão murmurar alguns metros atrás de mim, com perplexidade e ressentimento.
— Vocês têm que ir sem mim.
— Não. Eu não vou a lugar nenhum sem você! — Retruquei com a voz irregular e as sobrancelhas franzidas.
— Evelyn…
— Não! Você não pode se entregar desse jeito. Talvez… — Disse as palavras com rapidez e o meu nervosismo era nítido. — Talvez você seja imune.
— Mas eu não sou, Evelyn! — Disse Bryan, com rispidez.
— Não tem como saber, se dê uma chance.
— Minha temperatura baixou, a infecção está se espalhando… Você viu! — Revidou ele, e dessa vez, houve irregularidade em sua voz ao dizer a última frase. Não disse nada, apenas virei o rosto para o lado e cruzei os braços. — Eu sinto muito! — Sussurrou.
— Você é um egoísta! — Cuspi as palavras para eles e o encarei com raiva.
— Não fala isso, Eve... — Retrucou em tom sereno. — Está sendo injusta comigo. — Sua voz falhou e a forma como me olhava só piorou meu estado emocional.
Nos olhamos fixamente e senti um baque forte no peito. Eu não conseguia aceitar; me imaginar vivendo sem ele. Tentei impedir que as lágrimas transbordassem pelos meus olhos, mas foi inevitável. A emoção falou mais alto e elas escorreram sobre a pele ressecada de meu rosto.
Não ouvi um ruído sequer ao meu redor, muito menos sabia o que os outros estavam fazendo; e nem me interessava saber. Senti um peso diferente sobre a calça e me deparei com Bryan colocando alguma coisa dentro do meu bolso.
— Não olhe, deixe para depois! — Murmurou ele, tão próximo que era possível sentir sua respiração em minha face.
O olhei por alguns segundos, mas logo desviei para o lado. Então ele se afastou devagar, até virar as costas para mim e começar a andar à direção oposta. Senti falta de oxigênio em meus pulmões; eu respirava, mas não conseguia ficar estável. Então, ousei olhar para Bryan e vi que já estava há dois metros de distância.
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INFESTAÇÃO: O princípio (Vol. 1)
Ficção Científica🏆 História vencedora do The Wattys 2021 em Horror🏆 (Em revisão) ________________________________ Evelyn era apenas uma jovem universitária quando viu, através da janela de seu apartamento, três pessoas caídas na rua com ferim...