XII - Sob pressão

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Bryan continuava ajoelhado ao chão abraçando o corpo da irmã

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Bryan continuava ajoelhado ao chão abraçando o corpo da irmã. Não era possível ver seu rosto, entretanto, sabia que estava chorando em silêncio. Estávamos lá há muito tempo, por mais que fosse difícil e doloroso largar Brenda alí, era preciso seguir em frente.

— Bryan... — O chamei em tom baixo, aproximando-me mais. — Bryan, temos que ir. — Repousei a mão em seu ombro e ele desvencilhou-se com ignorância logo em seguida.

— Me deixa em paz! — Disse ele, quase num murmúrio, lançando-me um olhar fulminante e entristecido.

Não disse mais nada, apenas fiquei olhando-o assustada. Mais minutos se passaram e eu já não aguentava mais aquela situação. Então resolvi tentar mais uma vez.

— Eu sei que é difícil pra você, mas não dá pra ficarmos aqui dando bobeira... — Disse receosa.

— Não, você não sabe o quanto é difícil! — Vociferou, levantando-se rapidamente do chão e apontando o dedo para meu rosto. — Eu confiei em você... e o que foi que fez? Deixou ela sozinha. E agora ela está morta! — Continuou. Seus olhos estavam vermelhos, cheios de lágrimas. suas olheiras e bochechas estavam inchadas por causa do choro.

— Você e o Stevão estavam em risco, eu tinha que fazer alguma coisa.

— É claro que você tinha. Tinha que ter ficado ao lado dela, não importa o que me acontecesse!

— E o que aconteceria com a gente se vocês dois fossem mordidos? — Alterei a voz, fitando-o no fundo dos olhos. — Não iria encontrar esses tais túneis e tentaria a sorte lá fora. Com a perna fodida e tendo que tomar conta dela, se a gente durasse dois dias seria muito!

Permaneci encarando-o depois de falar e Bryan calou-se, apenas me olhando ainda raivoso. Expirei forte e lhe dei as costas, desviando da enorme poça de sangue no piso e pulando o corpo do zumbi decepado. Ouvi murmúrios do Srº Broe, mas não quis saber o que estava dizendo a Bryan. Com os olhos inundados de lágrimas, caminhei pelo corredor vazio segurando a barra de ferro com facas que peguei do chão. Ouvi passos apressados atrás de mim, mas não me virei para ver quem era.

— Evelyn, espera! — Exclamou Stevão, atrás de mim. — Nem sabe para onde está indo. Calma! — Prosseguiu, segurando meu braço para fazer-me parar de andar.

— Estou cansada de ser acusada por tudo de ruim que acontece. Chega! — Disse-o com rispidez, me desvencilhando de sua mão e voltando a andar.

— Mas só Bryan sabe onde ficam estes túneis.

— Quem procura acha!

Não queria ser grosseira com ele, entretanto, quando estou com raiva, não consigo poupar ninguém. Continuei a andar pelo enorme corredor silencioso, ouvindo apenas o som de minha respiração ofegante e o soar baixo da sola dos sapatos.

Por dentro, eu estava acabada. Sentindo-me muito mal com tudo que acontecera até aquele momento. Senti culpa pela morte de Brenda, senti raiva de mim mesma por tê-la deixado sozinha. Ela poderia estar com a gente, traçando este caminho perigoso até um lugar seguro. Mas não. Estava morta. E nada a poderia trazer de volta.

INFESTAÇÃO: O princípio (Vol. 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora